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Original para a Internet

EDITORIAL

Nosso novo nascimento

Da edição de outubro de 2023 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 19 de junho de 2023.


Recentemente, tive uma conversa instigante no táxi a caminho da igreja.

Surgiu o tema da espiritualidade, e o motorista disse que acreditava fervorosamente em reencarnação. Ele foi contundente ao afirmar que cada um de nós tem uma alma pessoal, cuja vida continua em um novo corpo terreno após a morte, retornando em circunstâncias materialmente melhores ou piores, de acordo com o comportamento da vida anterior. Nós dois concordamos em que a vida é eterna, mas ele via essa eternidade como um ciclo contínuo de renascimentos em diferentes formas físicas.

Obviamente respeitei o direito dele de ter esse ponto de vista. Mas quando cheguei na igreja da Ciência Cristã, fiquei grato por ouvir uma visão diferente a respeito da vida e da morte. O tema da reencarnação não foi diretamente abordado no culto daquele dia, na leitura da Lição-Sermão, a qual é composta por citações da Bíblia e de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy. Mas as ideias compartilhadas explicavam que Deus é a Vida e é Tudo, e que a morte, por ser o oposto desse Tudo que é a Vida espiritual infinita, é uma irrealidade frente à realidade eterna da Vida.

A compreensão, de que essa Vida totalmente espiritual é a única vida de todos, provou-se poderosamente prática nas obras de cura de Cristo Jesus e em sua ressurreição. Ele incorporou o Cristo, a mensagem de que somos espiritualmente criados e sustentados pelo Amor imparcial, sempre presente. Em vez de apresentar um poder que julga e pune e que está continuamente nos formando de novo em um diferente corpo material, Cristo revela que o verdadeiro governador, “assim na terra como no céu” (Mateus 6:10), é Deus, e que Ele é tão incapaz de nos negar Seu envolvente abraço, quanto o sol é incapaz de distribuir sua luz apenas parcialmente. A Alma divina nos mantém para sempre dentro de si mesma. A crença de sermos uma alma individual presa em um corpo carnal seria o inverso desse fato real. No entanto, em última análise, não é o corpo que nos mantém presos, é o pensamento que parece fazê-lo, isto é, a convicção errônea de que sejamos uma alma limitada dentro de um corpo material. E é desse pensamento errôneo que o Cristo nos desperta.

Esse despertar é descrito pela Sra. Eddy em Escritos Diversos 1883–1896, como um novo nascimento que redime o corpo. Esse novo nascimento eleva a consciência acima da matéria, o que é totalmente diferente de um renascimento ou reencarnação na matéria. É um nascimento espiritual, não físico; não é alcançado pela morte, mas por uma multiplicidade de momentos, antes e depois daquilo que parece ser a morte. Trata-se de uma mudança contínua no pensamento, em vez de uma mudança repentina de estrutura. Lemos em Escritos Diversos: “O novo nascimento não é obra de um momento. Começa com momentos e continua com os anos; momentos de entrega a Deus, de confiança como a dos pequeninos e de jubilosa aceitação do bem; momentos de renúncia ao ego, consagração de si mesmo, esperança celestial e amor espiritual” (p. 15).

Essas são ações mentais que expressam nossa individualidade espiritual que reflete a Deus, a qual podemos continuar aceitando diariamente. O maravilhoso é que isso leva a circunstâncias humanas melhores, aqui e agora. No entanto, a maior recompensa é constatar que nossa vida é totalmente espiritual, enquanto filhos e expressões de Deus.

A partir da expressão “velho homem”, que Paulo usou para se referir à crença errônea, porém comum, de que uma vida limitada e pecaminosa seria nosso destino, o artigo em Escritos Diversos afirma ainda: “Que pensamento iluminado pela fé é este! — que os mortais podem despojar-se do ‘velho homem’, até constatar que o homem é a imagem daquele bem infinito que nós denominamos Deus, e assim aparece a plenitude da estatura do homem em Cristo” (p. 15).

Temos a oportunidade de despertar ainda mais, a cada momento, para nossa vida como reflexo de Deus, crescer na estatura do Cristo e colher as recompensas de curar a nós mesmos e aos outros. Esse despertar faz com que as crenças limitadoras a respeito da existência, inclusive a crença de que a alma esteja no corpo, se tornem para nós menos convincentes, até percebermos que nem mesmo pode existir a percepção errônea de que a alma seja finita, pois Deus não tem uma percepção errônea da criação, nem nunca terá, e nós refletimos a Deus.

Esses momentos do “novo nascimento” derivam de voltarmos o coração a Deus, reconhecendo e compreendendo a divina Ciência da Vida e da criação da Vida, revelada na Bíblia e em Ciência e Saúde. Quando eu era relativamente iniciante no estudo dessa Ciência, constatei que esses momentos podem acontecer a qualquer momento, em qualquer lugar. Ponderando sobre as verdades espirituais, dentro de um trem lotado, certa vez, compreendi com muita clareza: eu nunca nasci na matéria; não estou realmente passando pela matéria; nem estou esperando morrer para sair da matéria.

Por trás dessas ideias ousadas, havia uma consciência que reconhecia essa verdade — não apenas em relação a mim, mas a todos. Vislumbrei o que a Sra. Eddy certa vez declarou: “A vida individual do homem está infinitamente acima de uma forma corpórea de existência…” (Escritos Diversos, p. 309). Isso me trouxe uma imediata libertação mental. E a transformação da minha perspectiva de vida, que parecia instável, deu-se de modo gradual, mas permanente. Momentos semelhantes de “novo nascimento” trouxeram cura física para mim e para outros.

Esses momentos também podem transformar o mundo, como prova a evolução do apóstolo Paulo, que fora perseguidor do incipiente movimento cristão e transformou-se em seu principal divulgador. Os relatos bíblicos sobre sua vida registram muitos momentos de “novo nascimento”, inclusive um em que ele claramente tomou consciência da realidade de Deus. Ele descreveu a experiência como o “terceiro céu” (2 Coríntios. 12:2), o reino do real, o qual é invisível aos sentidos físicos. Essa é a Vida puramente espiritual, nossa verdadeira união com Deus, que Jesus demonstrou plenamente após sua ressurreição. Isto é, “Jesus se elevou acima da percepção física dos discípulos, e os sentidos materiais não mais o viram” (Ciência e Saúde, p. 46). Essa foi a prova definitiva de que, em realidade, cada um de nós está totalmente separado de qualquer existência material.

Portanto, visto que nossa vida nunca esteve e não está verdadeiramente em um corpo material, ela não pode reencarnar na matéria em algum momento posterior. Somos continuamente espirituais. Cada momento nos oferece uma oportunidade inestimável de renovação, vislumbrando nossa verdadeira existência espiritual. Compreender o que a Vida realmente é cura nosso corpo e regenera nosso caráter, pois o Cristo nos leva a uma expressão mais plena da perfeita harmonia da Vida, harmonia essa que faz parte de nossa verdadeira identidade e da de todos.

Tony Lobl
Redator-Adjunto

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