É fácil encontrar na internet referências aos efeitos negativos do ódio e aos efeitos positivos do perdão. O que não é tão fácil é evitarmos o sentimento de ódio ou encontrarmos uma maneira de perdoar. É aí que a oração, como também o estudo dedicado da Bíblia e do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, demonstram ser realmente úteis e sanadores.
Há alguns anos, tive uma experiência com a qual aprendi muito, relacionada ao ódio e ao perdão. Eu era um jovem oficial da Marinha dos Estados Unidos, e estava a bordo de um porta-aviões juntamente com meu esquadrão. Os dias em alto mar entre os exercícios iam se tornando tediosos e, com isso, a qualidade do meu trabalho acabou sendo prejudicada. A certa altura, meu oficial superior notou isso e decidiu me disciplinar na frente de outros oficiais no compartimento em que eram transmitidas instruções à tripulação. Fiquei em pé, em posição de sentido, levei uma bronca, fiz continência, disse “Sim, sim, senhor!” e saí do local sentindo-me humilhado.
Fui para minha cabine, onde continuei a nutrir a raiva, até mesmo um ódio contra aquele oficial, com base na justificação de meu ego, pelo fato de ele ter me humilhado publicamente. Dava-me satisfação odiar aquele homem. Esse sentimento continuou por um ou dois dias, e então eu peguei um forte resfriado que me manteve em minha cabine, afastado dos outros. Já isso não era tão bom.
Eu havia frequentado a Escola Dominical da Ciência Cristã desde criança, e estudava regularmente as Lições Bíblicas semanais que constam do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, lições essas que consistem em citações da Bíblia e do livro Ciência e Saúde, dois livros que constituem o pastor da Igreja de Cristo, Cientista. Naquele momento, em meu desconforto, recorri a esses livros.
O amor que se desdobra, derivado do Amor divino, Deus, e que estava sendo abordado na Lição Bíblica daquela semana, tocou-me profundamente. Não me lembro do tema da Lição, nem de alguma citação em particular. Mas, o que realmente eu me lembro é de ter sentido uma mudança no coração e no pensamento. Consegui compreender que aquele oficial também era filho de Deus, e que ele estava cumprindo seu dever ao corrigir meu desempenho. Admiti humildemente que eu não havia desempenhado bem minhas obrigações e que poderia ter feito melhor. Resolvi fazer o meu melhor, e perdoei o oficial. Os sintomas de resfriado logo desapareceram.
Alguns meses depois, retornamos aos Estados Unidos, e passamos por uma inspeção administrativa realizada pelos oficiais de meu esquadrão. Recebi uma boa avaliação de meu trabalho e o reconhecimento de meu oficial superior. O mais importante, porém, é que eu havia aprendido a inutilidade do ódio e sentido seus efeitos negativos. Havia aprendido o poder do perdão humilde e sentido seus efeitos na melhoria de minha saúde e de meu desempenho. A oração demonstrou ser uma maneira eficiente de encontrar a paz, a saúde e o progresso e, desde aquela ocasião, isso tem sido comprovado repetidamente em minha vida — em decisões relacionadas à minha carreira, em relacionamentos e em curas físicas.
William Ward
St. Louis Park, Minnesota, EUA
