Certa vez, enquanto cuidava do jardim, lesionei gravemente o ombro. Não orei de imediato, refutando a lesão e percebi, pouco tempo depois, que os movimentos do ombro estavam limitados e muito doloridos.
Ao ponderar sobre a razão de eu ter relutado em tratar imediatamente a lesão por meio da oração, constatei que eu estava pensando que o tempo se encarregaria de solucionar o problema. Contudo, o Glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy define, em parte, o termo tempo como “medições mortais; limites…; matéria” (p. 595). Depender do tempo para a cura significa depender da matéria em vez de Deus, o Espírito. O tempo existe somente como um conceito que mede a vida terrena. Como tal, ele é desprovido do poder de cura. Pode parecer que a passagem do tempo traz a cura, mas isso é uma ilusão, pois somente Deus cura.
Percebi que a lesão no ombro seria uma oportunidade de obter um ponto de apoio mais firme em minha compreensão de que Deus é a única fonte de cura. Assim, em vez de orar para me libertar da dor e da limitação, rejeitei a noção de que o tempo ou a matéria sejam um meio de cura. Afirmei também que eu não era indiferente à oração, mas tinha a integridade espiritual, que me é dada por Deus, para me recusar a ficar preguiçosamente navegando sem rumo no mar dos problemas, na esperança de que o tempo os resolvesse. Embora o ombro ainda não estivesse melhor, eu me senti em paz.
Mais tarde, antes de me deitar, fiquei em silêncio em comunhão com Deus. Eu não tinha nada preparado, mas apenas me mantive receptiva para ouvir a orientação de Deus. Então, senti uma gratidão imensa por todas as curas que eu já havia tido. Durante mais ou menos uma hora, fiquei ali quieta, profundamente grata pelo cuidado de nosso querido Pai-Mãe Deus e pelo Cristo, a Verdade sempre presente, que elevava e despertava a mim e a toda a humanidade para a realidade do Espírito e sua criação, que é totalmente boa.
Dormi profundamente até por volta da meia-noite. Quando acordei, senti a presença de Deus. Pensamentos espiritualmente elevados, mensagens angelicais, começaram a me ocorrer, um após o outro, por várias horas. Lembrei-me de uma cura instantânea que eu tivera de um forte resfriado, anos antes, quando havia me recusado a depender do tempo para a cura. Após ter corrigido a tendência de confiar no tempo e ter reconhecido que Deus é o único sanador, o resfriado desaparecera.
Meu coração transbordou de gratidão pelo cuidado amoroso de Deus. Acalentei com carinho o fato de que Deus tinha não apenas o poder, mas também a disposição de me curar, independentemente do período de tempo que já tivesse passado. Enquanto eu agradecia, percebi que já conseguia movimentar o ombro livremente e sem qualquer dor.
Lemos esta orientação em Ciência e Saúde: “Toma consciência, por um só momento, de que a Vida e a inteligência são puramente espirituais — que não estão na matéria nem são constituídas de matéria — e o corpo já não se queixará de coisa alguma. Se estiveres sofrendo de uma crença na enfermidade, repentinamente constatarás que estás bem” (p. 14). No passado, eu me perguntara como exatamente eu poderia fazer isso. Hoje, porém, percebo que, ao deixar de focar no problema e me voltar para Deus, e ouvir Suas mensagens amorosas, eu ficara tão consciente de minha vida no Espírito, que havia deixado de ver a lesão e agora estava bem.
O velho ditado “O tempo é o melhor remédio” não é correto porque “se não é Deus que cura os doentes, estes não são curados, pois nenhum poder inferior está à altura do Todo-poder infinito…” (Ciência e Saúde, p. 231). É uma grande alegria dar provas de que Deus, o Espírito, não o tempo nem a matéria, é o grande e único sanador.
Karen Neff
Mystic, Connecticut, EUA
