Recentemente, ao fim de um dia agitado ajudando familiares, fiz uma pausa. No passado, esse processo de fazer as malas e fechar a casa para passar uma temporada fora era algo estressante e gerava alguns conflitos. Mas dessa vez, o pensamento que me veio foi: “Estou feliz. Estou em paz”. Essa mensagem angelical foi inspiradora.
Eu havia lutado incansavelmente durante anos para ter paz mental, e agora isso parecia muito natural. Embora estar em paz seja nosso direito divino como filhos de Deus, havia sido muito importante manter-me firme e continuar a defender esse direito.
Quando adolescente e no início da vida adulta, eu tinha pensamentos repetitivos, tais como: “Você é gorda; você é feia; você é burra”, como se fosse uma gravação mental maldosa. Intelectualmente, eu sabia que não era a verdade, mas quando ouvia essas palavras e aceitava sua mensagem, minha autoestima era afetada e eu acabava me sentindo incapaz e sem nenhum atrativo. Isso também causou o diagnóstico de depressão e distúrbio alimentar.
Quando estava na faculdade, comecei a estudar a Ciência Cristã. Compreendi que eu tinha o direito divino de dizer não aos pensamentos repetitivos e ofensivos sobre o que sou, e de substituí-los pela verdade sobre minha individualidade espiritual como filha de Deus. As mensagens maldosas eram injustas e ataques ao meu senso de identidade. Comecei a defender meu pensamento, substituindo diariamente essas mensagens mentais por verdades espirituais.
A Ciência Cristã ensina que as verdades espirituais científicas são transformadoras, isto é, elas mudam o pensamento, curam nossa vida, e guiam a uma compreensão mais profunda, a respeito de Deus e do homem, todos os que buscam honestamente essa orientação. Ler a Bíblia em conjunto com o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria de Mary Baker Eddy, revelou-me uma nova maneira de pensar. Compreendi que somos totalmente espirituais e possuímos uma herança divina que é incontrovertível. Felicidade, paz e alegria são qualidades naturais que refletimos como filhos de Deus, o Espírito. Qualquer afirmação contrária não deriva de Deus e, portanto, não é verdadeira.
No passado, eu havia aceitado o conceito material de homem: que somos materiais e mortais, e que podemos sofrer de doenças mentais e físicas. Muitos de meus colegas no ensino médio e na faculdade faziam psicoterapia para tratar a ansiedade, a depressão e vários outros problemas mentais. Então, durante um tempo eu também busquei a psicoterapia para os desafios relacionados à minha saúde mental, investigando por que, como, quando e onde a conversa interna negativa se originara.
Embora alguns tratamentos psicológicos trouxessem conforto por algum tempo e os terapeutas fossem compreensivos, eu precisava da mudança radical que a Ciência Cristã me proporcionou sobre como cuidar da saúde mental. Em vez de me identificar como portadora de um problema e tentar controlá-lo com o uso de medicamentos e aconselhamento, aprendi a recusar as errôneas “gravações” mentais e a ouvir com atenção a Deus. Meu remédio eram as ideias espirituais afirmando minha herança divina, sendo Deus meu Pai-Mãe e eu, Sua criação perfeita.
Manter o pensamento firme no ideal, Deus perfeito e homem perfeito, tornou-se minha oração diária. Em Ciência e Saúde existem inúmeros imperativos que nos instruem quanto a como governar nossos pensamentos. Trazem também a gloriosa promessa de liberdade. Lemos, por exemplo: “Mantém o pensamento firme no que é duradouro, no que é bom e no que é verdadeiro e os terás na tua experiência, na proporção em que ocuparem teus pensamentos” (p. 261).
Sendo assim, me ocupei em perceber o homem como filho amado de Deus, sempre amoroso e valorizado. Considerei os sete sinônimos de Deus que a Sra. Eddy apresenta em Ciência e Saúde (Princípio, Mente, Alma, Espírito, Vida, Verdade, Amor) e me identifiquei com as qualidades associadas a cada um deles.
Afirmei que, visto que Deus é a Mente infinita, a fonte de toda a sabedoria e inteligência, eu reflito a habilidade e a capacidade de raciocinar corretamente, analisar logicamente e executar tarefas com sabedoria — portanto, não posso ser burra. Afirmei que a Alma é a fonte da tranquilidade, da integridade e da beleza, e que eu sou bonita, feliz e satisfeita, logo, é impossível que eu tenha excesso de peso, seja feia ou ansiosa.
Continuar essa reflexão com os outros sinônimos me proporcionou uma forte defesa contra os ataques mentais. Visto que o Princípio é meu firme alicerce e escudo, sugestões indesejadas não podem sobrepujar nem dominar meu pensamento. O Espírito é meu Criador e mantém minha perfeição espiritual, pois sou uma ideia preciosa de Deus. Deus é a Vida e me criou na semelhança divina; portanto, sou ativa, cheia de energia e produtiva. Não sofro de depressão nem estou incapacitada por algum distúrbio crônico. A Verdade divina defende meu caráter, minha integridade e minha dignidade como filha de Deus, portanto, não posso ser difamada, caluniada nem estar envolta em confusões mentais. O Amor me envolve na promessa de que Deus me cuida e protege, não estou presa a rótulos contrários à minha verdadeira identidade.
O seguinte versículo impulsionou meus esforços diários: “…não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2). Rejeitar as sugestões errôneas a respeito da minha identidade, permanecer vigilante a respeito do que tenha cruzado o limiar de minha consciência, e reconhecer diariamente minha inata perfeição espiritual, tudo isso trouxe força e inspiração para minha vida.
Minha paz veio tranquilamente, sem alarde. De um ano para o outro, os pensamentos negativos a meu respeito ficaram menos frequentes. Eu não estava mais suscetível à sua mensagem, pois estava fundamentada em verdades espirituais. Em determinado momento, as sugestões indesejadas sumiram, a depressão desapareceu, a tensão em relação à comida se dissipou e meus hábitos alimentares se normalizaram. A batalha havia terminado, e eu estava grata pela vitória.
O que é que eu ouço hoje em dia? Mensagens angelicais de Deus. Ciência e Saúde revela essa comunicação com o Cristo, “…a ideia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (p. 332). O Cristo está para sempre presente em nossa consciência, e somos naturalmente receptivos e obedientes.
A Ciência Cristã oferece um antídoto para o transtorno ou a perturbação mental, fazendo-nos compreender que nossa verdadeira natureza é espiritual e reflete a Deus em beleza, perfeição e glória. A paz mental é um direito dado por Deus, mas se vier a ser perturbada, nossa defesa consiste em afirmar e aceitar a presença do Deus todo-poderoso que fala com terna e amorosa autoridade a toda a criação e em todos os momentos.
