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Original para a Internet

Esse pensamento é meu?

Da edição de outubro de 2024 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 18 de janeiro de 2024.


Certa vez, nossa filha pequena acordou à noite, devido a um pesadelo. Eu a consolei e tranquilizei, afirmando que aquelas imagens assustadoras não eram reais, e não podiam fazer nenhum mal. Ela me surpreendeu ao se acalmar e responder: “Foi só meu pensamento!” Já estava claro para nossa filha que o que a assustara não era algo real e tangível, era simplesmente um pensamento.

E não é isso verdade para mim e para você, também? Quando estamos assustados, preocupados ou amedrontados, podemos reconhecer o papel que o pensamento desempenha, e volver-nos a Deus para eliminar o medo.

Será que isso significa que, se acontece algo errado conosco, está tudo em nosso pensamento? Sim e não. Sim, partindo do entendimento de que todo erro é vivenciado primeiro no pensamento. É uma manifestação da mente mortal, ou seja, da carne, como S. Paulo a chama (ver Romanos 8:7). Em Provérbios 23:7 lemos: “Porque como [o homem] imagina em sua alma, assim ele é”. Não, a partir da compreensão espiritual de que todo pensamento verdadeiro emana de Deus, a Mente divina, para a expressão da Mente, o homem. Temos de entender a diferença entre mente mortal e a Mente divina — entre o pensamento que se baseia na matéria e o pensamento que é centrado em Deus. Esse entendimento nos desperta para o fato espiritual de que, em realidade, todo pensamento emana da Mente divina, que é sempre boa. Com isso, estamos aptos a reconhecer que a enfermidade, a doença, o pecado, não fazem realmente parte de nosso pensamento, mas são imposições, anuladas pela compreensão correta acerca de Deus e do homem. Se alguma coisa amedrontadora nos passa pelo pensamento, nós temos a opção de curvar-nos, temer e fugir, ou então de compreender espiritualmente sua irrealidade original — que ela não vem de Deus, o bem, portanto não tem poder.

Mary Baker Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Para sermos imortais, temos de abandonar o senso mortal das coisas, volver-nos da mentira da crença errônea para a Verdade, e colher da Mente divina os fatos sobre o existir. O corpo melhora sob o mesmo regime que espiritualiza o pensamento; e se a saúde não se manifesta sob esse regime, isso prova que o medo está governando o corpo” (p. 370).

O primeiro passo é reconhecer que o conceito errôneo, ou imposição, é apenas uma distorção do bem, de Deus e da perfeição do homem. Não é um fato espiritual, logo não tem realidade nem verdade. Uma distorção de qualquer verdade nunca a torna real, verdadeira ou concreta. A falsidade não é uma entidade, mas uma concepção errônea, e por isso é corrigida com a verdade, resultando na cura.

O segundo passo é volver-nos do pensamento errado para a Mente divina, e categoricamente afirmar em pensamento que Deus e Sua ideia são perfeitos e que essa é a realidade. Aprender a reconhecer e abandonar uma concepção errônea nos direciona concomitantemente à Verdade. Começamos, então, a ver os fatos espirituais do existir do homem, e o problema se dissolve, porque o pensamento se eleva e se torna mais espiritual. Essa trajetória mental científica, de deixar o falso em favor do verdadeiro, prova que, à medida que o pensamento se espiritualiza, o corpo melhora.

Na história bíblica em que Cristo Jesus cura o servo do centurião, percebe-se que Jesus traz à tona o pensamento do centurião, e este confessa sentir-se indigno de recebê-lo em sua casa. No entanto, ele confia na autoridade de Jesus, porque compreende o que significa estar em uma posição de autoridade, e acredita que qualquer coisa que Jesus ordene, acontecerá. A história conta: “Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado” (Mateus 8:13).

Na Ciência Cristã, aprendemos que o pensamento determina a experiência. Então, como remover da consciência as crenças errôneas, e substituí-las pelas ideias corretas vindas de Deus, a Mente divina? A Sra. Eddy escreve: “A harmonia e a imortalidade do homem estão intactas. Devemos desviar nosso olhar da suposição oposta de que o homem seja criado materialmente, e volver o olhar para o relato espiritual da criação, para aquilo que deveria estar gravado na compreensão e no coração ‘com diamante pontiagudo’ e a pena de um anjo” (Ciência e Saúde, p. 521).

Desviar o olhar não significa ignorar um problema, encobri-lo com afirmações positivas, ou fingir que ele não existe. Significa voltar nosso pensamento a Deus, o bem, e descobrir o que Ele sabe a respeito da situação e de Sua criação; significa aprofundar-nos um pouco mais na origem espiritual do homem. Dessa forma, substituímos o falso pelo verdadeiro, o medo pelo senso correto do relacionamento entre Deus e o homem. Esse direcionamento ao espiritual nos permite ver a nulidade original de uma crença falsa, porque esta não se origina na infinita bondade de Deus.

Quanto mais desviamos o olhar do falso e nos voltamos em direção ao verdadeiro, mais o bem fica gravado em nossa compreensão e em nosso coração, porém isso não se alcança se oscilarmos entre o real e o irreal, como se ambos fossem legítimos e tangíveis. Todas as ideias corretas emanam da Mente divina e estão expressas no homem criado pela Mente. Na verdade, nunca podemos pensar, nem ser, algo oposto à Mente divina, porque somos a expressão imediata da Mente. Toda vez que parecer que temos pensamentos separados da Mente divina, aí está o sinal de que tais pensamentos são irreais e podem ser destruídos pela ideia correta e espiritual da união entre Deus e o homem. Não devemos nos deixar levar pela sugestão enganosa de que talvez haja algo errado conosco ou com nosso pensamento, quando estamos enfrentando algum problema. Pelo contrário, precisamos reconhecer que essa sugestão é uma crença errônea, uma distorção, que não tem origem espiritual, que não se origina em Deus, o bem, portanto pode ser corrigida e eliminada pela Verdade.

Tive de fazer isso depois de cortar gravemente um dedo. Foi um corte profundo, que piorava ao menor uso de minha mão. No dia seguinte, eu tinha um compromisso a cumprir, que incluía conduzir uma reunião de dia inteiro. Eu precisava prosseguir com minhas atividades, mas não tinha certeza de como enfaixar o dedo. Depois de orar muito — de não ficar olhando a imagem do ferimento e, em vez disso, ater-me à realidade espiritual de Deus perfeito, homem perfeito — decidi ficar sem nenhuma bandagem e fui para a reunião, confiante de que tudo estava bem. E estava, apesar de o ferimento ainda ser bastante perceptível. Ao final do dia, enquanto eu descansava no sofá, senti um formigamento no dedo. Olhei para ele e literalmente vi a ferida se fechar e desaparecer. Esse foi o fim do corte. Deixar de lado a crença errônea — a distorção — e voltar-me para a evidência divina da união entre Deus e o homem, provou o ponto da Ciência Cristã de que, ao reunir os fatos do existir segundo a Mente divina e espiritualizar o pensamento, o corpo melhora e a saúde se manifesta.

A mente mortal, a crença baseada na matéria, se disfarça como nosso pensamento. Geralmente vem na primeira pessoa: “Eu não estou me sentindo bem” ou “Eu não consigo…” ou “Eu não sou digno de…” Esses pensamentos não são nossos, de modo algum. São simplesmente a sugestão de que sejamos materiais, mortais, limitados e medrosos. Por isso mesmo, podemos dar-lhes as costas e apegar-nos à verdade que vem de Deus. Quando a mente mortal diz: “Não consigo me sair bem no trabalho”, nós podemos reverter essa sugestão agressiva e saber, cientificamente, que estamos aptos a cumprir nossa tarefa porque refletimos toda a inteligência que vem da Mente divina, Deus. Quando o murmúrio da mente carnal sugere: “Eu estou doente”, é possível revertermos essa concepção falsa e basearmos nosso raciocínio no fato cristãmente científico, sabendo que não estamos doentes porque refletimos o Amor divino, que nos envolve e cuida perfeita e constantemente de nós.

Começar consciente e corajosamente com Deus, o bem, revela Sua criação, o homem, como expressão de Deus, como o próprio pensamento dEle. Esse é nosso status verdadeiro como filhos de Deus, portanto nunca temos um pensamento oposto ou separado da infinita Mente divina. Esse é o existir real, nossa condição real e verdadeira, e nenhuma sugestão mental agressiva tem qualquer poder para destronar a realidade de Deus e de nossa relação com Ele. Temos então a certeza de que gravamos, “com diamante pontiagudo e a pena de um anjo”, em nosso coração e em nossa compreensão, a realidade de Deus e do homem.

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