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Original para a Internet

“Um coração abrandado, um caráter mais manso”

Da edição de outubro de 2024 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 22 de julho de 2024.


Ver o medo sendo eliminado, à medida que nosso caráter é transformado, corresponde a uma mudança de vida. Mary Baker Eddy, que descobriu a Ciência do Cristianismo como foi exemplificada por Jesus, sabia da importância de vencer qualquer tipo de medo — seja de um problema físico, de um fracasso ou de qualquer outra coisa.

Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Sra. Eddy faz esta declaração impressionante: “Para teres êxito na cura, precisas vencer teus próprios temores, bem como os de teus pacientes, e elevar-te a uma consciência superior e mais sagrada” (p. 419). Como podemos nos elevar até essa consciência mais sagrada que dissolve os temores e nos permite ajudar outros? Podemos começar perguntando se estamos pensando em nós mesmos como mortais ou imortais — como sendo essencialmente materiais ou totalmente espirituais e semelhantes a Deus? 

Quando pensamos sobre nós mesmos como mortais — como seres físicos que nascem, lutam e morrem — nessa crença, estamos sempre esperando que o bem aconteça ou temendo que algo ruim possa acontecer. Se, em vez disso, pensarmos em nós mesmos e nos outros como imortais — como gerados por Deus, o Espírito divino — partimos da premissa de que todos somos espirituais. Como Jesus disse na oração que nos ensinou, a Oração do Senhor, Deus é nosso Pai — nossa origem. Podemos ter a certeza de que as leis de Deus nos protegem e que Sua sabedoria nos guia.

Mas como podemos começar a mudar nosso pensamento, de uma base material e mortal, que é passageira e irreal, para uma base espiritual e imortal? Esta passagem do livro A Unidade do Bem, de autoria da Sra. Eddy, pode ajudar a esclarecer a distinção entre essas duas premissas: “Os seres humanos são fisicamente mortais, mas espiritualmente imortais. O mal que acompanha a pessoalidade física é mortal e ilusório; mas o bem inerente à individualidade espiritual é imortal” (p. 37).

Então é encorajador saber que tanto o medo quanto os defeitos de personalidade — traços pessoais problemáticos ou ruins — também tem de ser ilusórios, eles não podem durar. Entretanto, nossas boas qualidades são reais e permanentes porque derivam de Deus e são aspectos de nosso existir verdadeiro e imortal.

Aqui está um exemplo de como o fato de eu me desfazer das características mortais, me libertou de temores que debilitavam minha vida.

Aos vinte e poucos anos, antes de me alistar na Força Aérea dos Estados Unidos, eu conseguira sempre me manter em minha zona de conforto. Estava apegado às coisas nas quais eu era bom, desde esportes até empregos. Parecia que minha vida exigia pouca ponderação e crescimento espiritual. Eu amava a Ciência Cristã porque para mim ela fazia sentido e era minha âncora, mas não percebera seu propósito transformador nem minha necessidade de mais crescimento espiritual.

De repente, na condição de jovem oficial, tive de enfrentar um mundo totalmente novo e cheio de desafios. Pela primeira vez na vida, senti-me sobrecarregado pelas responsabilidades do trabalho e pelo medo de não ser bem-sucedido naquele novo ambiente. Eu sempre havia confiado em Deus, mas agora precisava conhecer e compreender melhor a Deus, o Espírito, e deixar minha confiança repousar nEle, na medida em que me identificava em termos puramente espirituais. Acolhi essa exigência, bem como a oportunidade de transformação mental, que começou com uma cura.

Certa manhã, acordei com uma dor tão forte na parte inferior das costas, que mal consegui sair da cama e ir até minha mesa de trabalho. Peguei o livro Escritos Diversos 1883–1896, uma coleção dos escritos da Sra. Eddy, e abri nesta declaração: “Um pouco mais de graça, um motivo purificado, algumas verdades ditas com ternura, um coração abrandado, um caráter mais manso, uma vida consagrada, podem restaurar a ação correta do mecanismo mental, e fazer com que o movimento do corpo e da alma esteja de acordo com Deus” (Escritos Diversos, p. 354).

Assim que vi os atributos espirituais listados ali, soube que eu precisava mudar. O medo havia tomado conta de mim e quase me imobilizara. Agora, eu podia sentir o Amor divino me libertando do medo e da pressão, enquanto procurava andar no caminho de Deus com um coração abrandando e um caráter mais manso. Pude ver claramente que, em meu intenso esforço para ter um bom desempenho no trabalho, eu havia me tornado rígido e tenso. Naquele dia, comprometi-me a adotar uma nova forma de viver, tendo como base o desejo de uma vida “de acordo com Deus”.

Sou muito grato porque a cura física veio rapidamente. No entanto, a transformação do carácter ocorreu ao longo de muitos anos, por meio de um esforço honesto para ser mais semelhante ao Cristo e mais fundamentado no Amor, em tudo o que digo e faço. Hoje me sinto uma pessoa diferente. Meu desejo de viver uma vida fundamentada na espiritualidade me aproximou ainda mais de Deus — que é o próprio Amor — superou meus temores e me colocou em um caminho repleto de oportunidades para ajudar os outros.

A Bíblia contém muitos relatos do medo sendo vencido e da vida sendo libertada. Esses relatos são na verdade aulas que nos dão a esperança de um futuro melhor. Não são simples estudos intelectuais, mas sim exemplos inspiradores de profunda transformação espiritual.

Um exemplo perfeito é a amada história de Jacó lutando consigo mesmo e depois com um anjo — com uma mensagem da verdade vinda de Deus — até que seu caráter foi transformado (ver Gênesis 32:24–30). Antes disso, Jacó parecia ser uma mistura de boas e más qualidades. O Glossário de Ciência e Saúde inclui o seguinte, como parte da definição metafísica de Jacó: “Um mortal corpóreo que envolve duplicidade, arrependimento, sensualismo” (p. 589).

Enquanto Jacó lutava, o anjo pediu-lhe que o deixasse ir. Jacó respondeu: “Não te deixarei ir se me não abençoares”. Por fim, após esse encontro transformador, Jacó declarou: “Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva”.  

Não é isso que buscamos em nossa prática da Ciência Cristã? Deixar-nos transformar pelo Espírito divino e ver que outros também podem ser transformados? Ver a nós mesmos e aos outros como Cristo Jesus via tudo — expressando qualidades semelhantes às de Deus, pois para isso fomos criados — em vez de mortais com uma carga de traços de caráter, tentando ser melhores. À medida que reconhecemos e abraçamos mais as qualidades divinas que Deus nos legou como filhos — tais como honestidade, bondade, sabedoria e amor — as características mortais vão desaparecendo cada vez mais. Temos menos medo, porque sentimos que Deus prevalece em nossa vida.

Também inclusa na definição de Jacó, em Ciência e Saúde, está uma descrição de sua verdadeira natureza: “Inspiração; a revelação da Ciência, na qual os chamados sentidos materiais cedem ao senso espiritual da Vida e do Amor”. É isso que leva a vencer o medo e as outras características limitadoras, como o egoísmo e o ciúme. Passamos a compreender a verdade a respeito de nosso existir à semelhança do Amor divino. Com essa compreensão, deixamos de acreditar que sejamos mortais medrosos em luta, e entendemos que somos filhos do Amor, imortais, seguros, completos e competentes.

Essa jornada, saindo da crença mortal até o conhecimento espiritual imortal, exige paciência, mas existem muitos roteiros escritos que podem nos ajudar nessa jornada, tais como os quatro Evangelhos que retratam a vida de Jesus. Também o livro Escritos Diversos da Sra. Eddy, o qual inclui artigos tais como: “O novo nascimento”, “Lago ornamental e propósito” e “O caminho” (pp. 15–20, 203–207 e 355–359). Todos esses, bem como o capítulo “Os passos da Verdade” em Ciência e Saúde, abordam a ponderação sobre si mesmo e a humildade, que levam à compreensão e ao crescimento na vivência de nossa individualidade imortal “oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Colossenses 3:3).

A superação do medo pode ser conseguida hoje mesmo, tal como nos tempos bíblicos, por encontrarmos nossa identidade em Cristo, a verdadeira ideia de Deus. É o Cristo atuando na consciência humana que transforma o caráter. Então, tornamo-nos mais semelhantes a Deus e menos presos a uma mentalidade mortal. Não ficamos no mero pensar ou dizer que somos imortais; realmente vivenciamos nossa imortalidade com “um pouco mais de graça … um coração abrandado, um caráter mais manso”. Então nós também teremos lutado, teremos sido transformados e abençoados.

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