Quando eu era jovem, sentia um desejo profundo de conhecer minha verdadeira identidade, algo que minha educação religiosa tradicional não me esclarecia. No final da minha adolescência, conheci a Ciência Cristã e gostei muito do conceito de Deus apresentado no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy. Em resposta à pergunta “O que é Deus?”, o livro diz: “Deus é a Mente, o Espírito, a Alma, o Princípio, a Vida, a Verdade, o Amor; é incorpóreo, divino, supremo, infinito” (p. 465). Então, me identifiquei com o conceito do homem como filho de Deus — a imagem e semelhança de Deus — inteiramente espiritual.
Pude assim perceber melhor que o homem é o reflexo de Deus, e também perceber como o universo, por meio de qualidades divinas, reflete a Deus. Por exemplo, na altura em que eu estava a começar meus estudos universitários, quando meus receios e incertezas eram muitos quanto ao caminho a seguir e à capacidade de cumprir todas as tarefas acadêmicas com êxito, foi muito reconfortante pensar em Deus como a Mente suprema e infinita, que o homem expressa, e que governa o universo inteiro harmoniosamente. Quanto melhor eu compreendia essa verdade espiritual, mais eu expressava as qualidades da Mente divina, tais como inteligência, discernimento e sabedoria. E percebendo melhor que Deus é a Vida ilimitada, também refletida pelo homem, passei a expressar um senso mais amplo de vigor, atividade e coragem. Com essa elevação do pensamento, concluí meus estudos com êxito, e se abriu um caminho para uma carreira que ainda hoje me traz muita satisfação e oportunidades de crescer e de ser útil.
Logo no início do meu primeiro emprego, tive um desafio profissional que consistia na implementação de um projeto de engenharia de automação em um país estrangeiro, o qual durou cerca de dois meses.
A equipe de trabalho consistiu de duas pessoas, eu e um colega. Mal chegamos ao local, sentimos certa hostilidade e desconfiança por parte da empresa contratante, responsável pela coordenação dos trabalhos. Soubemos, mais tarde, que isso se devia ao fato de essa empresa preferir que fosse outra organização a executar aquele projeto.
Comecei de imediato a alinhar meu pensamento com a Verdade e o Amor, dois sinônimos de Deus. Raciocinei que, como ideias de Deus, tínhamos toda a competência e a capacidade para realizar aquele trabalho com integridade. Também reconheci a identidade de todos os envolvidos no projeto como filhos de Deus, sendo conduzidos pela una e única Mente divina, e refletindo todas as qualidades do Amor, tais como mansidão, humildade, paciência, amor, gentileza e inteligência.
Tive a oportunidade de mencionar algumas dessas ideias a meu colega de trabalho, o qual não estudava a Ciência Cristã, mas achou as ideias apresentadas pela Ciência Cristã muito interessantes, a ponto de frequentarmos juntos uma filial da Igreja de Cristo, Cientista, naquele local. Ambos conseguimos, assim, alinhar o pensamento ao conceito correto a respeito de Deus, e à verdadeira identidade — espiritual, íntegra e amorosa — de todos os envolvidos no projeto.
Fomos sentindo uma alteração na atitude e no comportamento, para conosco, por parte da empresa dona da obra. No final do tempo previsto, tudo estava a funcionar perfeitamente, até melhor do que essa empresa esperara inicialmente. De tal modo ficaram satisfeitos com nosso trabalho, que fizeram uma ótima recomendação do nosso desempenho às chefias de nossa empresa em Portugal.
Ficamos os dois imensamente gratos por essa demonstração, resultante de uma melhor compreensão a respeito de Deus e de Seu relacionamento com o homem.
Lemos na Bíblia estas palavras de Jesus: “…o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:21). Compreendendo cada vez melhor que o homem é um com Deus, reconhecemos mais a presença de Deus em nós e nos outros. E disso emana somente o que é bom, como harmonia e progresso, em âmbito individual e coletivo.