Ao longo de toda a Bíblia, Deus nos promete que O conheceremos, e eu acredito que a prática da Ciência Cristã cumpre essa promessa. Os ensinamentos da Ciência Cristã — as leis divinas de Deus, as quais Cristo Jesus demonstrou em sua missão de cura — nos despertam para a promessa divina da perfeição sempre presente, e para a possibilidade de vermos o cumprimento dessas promessas em nossa vida.
Contudo, a crença popular e a teologia escolástica muitas vezes ensinam que, embora Deus seja infinito, Ele é um mistério. Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, faz um contraponto a isso em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “O paganismo e o agnosticismo talvez definam a Deidade como ‘o grande incognoscível’; mas a Ciência Cristã traz Deus para muito mais perto do homem, e faz com que conheçamos melhor a Deus como o Tudo-em-tudo, perpetuamente junto do homem” (p. 596).
Passamos a conhecer melhor a Deus, não por meio do intelecto humano, mas por meio do senso espiritual, a percepção espiritual que é natural em todos nós como imagem e semelhança de Deus. Isso faz com que as promessas da Bíblia sejam vívidas. A Sra. Eddy via claramente que as promessas encontradas ao longo da Bíblia são boas, eternas, universais e demonstráveis aqui e agora por todos os homens, mulheres e crianças, em todo o lugar. Um estudo da Ciência Cristã mostra que Deus está sempre comunicando Sua natureza totalmente boa por meio do Cristo, Seu ideal espiritual, que aparece para nós de maneiras que conseguimos compreender e demonstrar, exatamente no ponto em que nos encontramos em nosso crescimento e compreensão espirituais.
Uma das primeiras promessas da Bíblia foi ilustrada pelo arco-íris na nuvem, que Noé viu após o dilúvio (ver Gênesis 9:12–17). Representou a aliança de Deus com a humanidade para a preservação da vida. Vivenciei essa promessa há vários anos, quando minha filha e eu estávamos viajando para passar o Natal com meus pais, em outro estado. Meu casamento de 24 anos havia chegado ao fim naquele ano, e meus filhos, já adultos, estavam morando em outras cidades. Um deles se alistara no exército, o outro havia se mudado para outro estado a trabalho e minha filha, embora ainda morasse comigo, estava na faculdade onde passava praticamente o dia inteiro. Eu estava me sentindo desolada, sozinha, como se ninguém mais precisasse de mim, além de receosa com o que o futuro estaria me reservando.
Ao olhar pela janela, vi a sombra de nosso avião envolta pelo que parecia ser um arco-íris pleno — um círculo completo. Essa visão teve um profundo significado para mim, naquele dia. Quando o vi, lembrei-me do amor de Deus envolvendo a mim e a todos os membros de minha família com a promessa de que Sua presença e Seu poder sempre estariam conosco, independentemente de como as circunstâncias humanas se apresentassem.
O arco-íris também pode representar novos começos — um recomeço alegre e cheio de oportunidades de amor e crescimento. Nas semanas, meses e anos seguintes, foi exatamente isso o que vivenciei. À medida que, em espírito de oração, percebi que eu já era e sempre seria completa em Deus, sempre em harmonia com Ele, surgiram novos trabalhos gratificantes, em que pude ajudar os outros, assim como novos e bons relacionamentos. Vi que isso também era verdade para meus filhos, enquanto seguiam com sua vida, e se desdobravam o propósito e o lugar de cada um.
Deus não conhece condições humanas desarmoniosas. Ele conhece Seus filhos como Sua expressão, Seu reflexo imortal — perfeitos, completos, harmoniosos de todas as maneiras, sempre em paz — e não como mortais limitados, lutando para sobreviver.
À medida que colocamos em prática o que compreendemos da Ciência Cristã, recebemos a promessa de progresso espiritual. Este se dá pela espiritualização do pensamento. A prática da Ciência Cristã significa compreender que a vida é espiritual, é estar em comunhão com Deus, progredir espiritualmente e aprender mais a respeito de Deus. Ceder espaço à Mente divina — Deus — traz soluções de cura. Travar lutas e vencer as tentações, as sugestões e ilusões do materialismo, até que compreendamos que são o nada, nos guia para visões mais abrangentes a respeito de Deus e de nossa relação com Ele. Precisamos estar dispostos a mudar nosso pensamento, a nos libertar das crenças e práticas materialistas que nutrimos.
Na proporção em que fazemos isso, constatamos que estamos superando e abandonando os elementos do pensamento materialista que a Sra. Eddy relaciona com o primeiro grau da “Translação científica da mente mortal” em Ciência e Saúde, aqueles que representam a depravação: “Crenças más, emoções descontroladas e vícios, medo, vontade depravada, justificação do ego, orgulho, inveja, fraude, ódio, vingança, pecado, doença, enfermidade, morte” (p. 115). As promessas de Deus são leis divinas infalíveis e Suas ideias divinas elevam a consciência humana e a afastam de tudo o que não é semelhante a Deus.
A mente mortal, o senso material de vida, aquilo que o apóstolo Paulo chama de “pendor da carne”, sugere que o oposto do bem é real: que em vez de progresso, há declínio; que a promessa de cura não se cumpre. Podemos inverter essas sugestões falsas em nosso pensamento e, em vez disso, nos ater às verdades espirituais de nosso existir. Com isso, cedemos humildemente à reforma espiritual. Isso se manifesta em nossa vida. Então, vivenciamos o segundo grau da mente mortal, no qual as crenças más desaparecem e surgem qualidades morais de transição: “Senso humanitário, honestidade, afeto, compaixão, esperança, fé, mansidão, temperança” (Ciência e Saúde, p. 115). A espiritualização do pensamento nos permite vivenciar mais prontamente as promessas de Deus e, assim, contribuir para o avanço da humanidade.
A Bíblia e o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, são meus companheiros constantes para buscar a orientação de Deus em cada passo que dou. Esses livros nos afastam do testemunho dos sentidos físicos, levando-nos “…para as coisas imperecíveis do Espírito” (Ciência e Saúde, p. 21) — para aquilo que é de Deus e eterno. Então, encontramos na Palavra de Deus as respostas certas de que precisamos para abrir o caminho e começarmos a vivenciar o terceiro grau, no qual a mente mortal, ou seja, o testemunho dos sentidos físicos, desaparece completamente e constatamos que somos a semelhança de Deus, manifestando as qualidades espirituais imperecíveis que curam: “Sabedoria, pureza, compreensão espiritual, poder espiritual, amor, saúde, santidade” (Ciência e Saúde, p. 116).
O progresso espiritual talvez pareça muitas vezes obstruído pelos desafios das perspectivas mundanas, mas se formos diligentes em nossa oração, Cristo, a verdadeira ideia de Deus, nos mostra o caminho a seguir, restaurando a saúde e satisfazendo as necessidades humanas. Somos conduzidos por caminhos pelos quais podemos contribuir de maneira produtiva, inclusive na igreja e na comunidade.
Cristo Jesus nunca prometeu que não teríamos desafios ao longo da vida. Ele disse: “…No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33). Ele superou todas as sugestões de pensamentos mundanos que poderiam tentar moldar e aprisionar a ele e aos outros, a medos e perspectivas limitadas. Ele não se deixou abater por essas sugestões, mas continuou a ir em frente e para o alto na manifestação de sua existência imortal. A oração nos permite superar as aparentes forças do pensamento material que tende a limitar a vivência e a plenitude das promessas de Deus e suas infinitas possibilidades.
Quando colocamos nosso amor a Deus em primeiro lugar, descobrimos nossa relação inseparável com Ele e nosso lugar perfeito em Seu universo infinito do bem. Desfrutamos de relacionamentos satisfatórios, obedecemos continuamente às Suas leis sagradas e nos submetemos com alegria ao Seu propósito e plano para nós. Encontramos o lar e o céu aqui e agora.