Eu estava a preparar meu almoço, quando derramei a tigela de sopa quente na mão esquerda. Senti uma dor aguda.
Imediatamente neguei o acidente, e orei em voz alta a “declaração científica sobre o existir” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 468) e esta passagem da Bíblia: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Salmos 51:10).
Quando esse trecho de Salmos me veio ao pensamento, ele parecia não ter relevância naquela situação específica. Percebi, contudo, que era uma petição que me levou a compreender o fato de que eu só posso ter um coração tão repleto do amor do Amor, que não sobra nenhum espaço para alguma crença errônea, como a de um acidente e seus efeitos.
Eu tinha de estar muito ativa, pois naquela noite meu filho e sua família viriam jantar comigo, e no dia seguinte eu iria dirigir para minha fazenda, a três horas de distância de minha casa. Eu não tinha preparado nada e na semana seguinte teria muito trabalho. Eu não podia parar!
Naquele momento tive de decidir o que era mais importante: confiar em Deus e em Seu governo harmonioso para mim, ou ficar em estado de agitação e repetir a Ele porque eu precisava ser curada rapidamente.
Tive um pequeno alívio ao colocar a mão sob água fria, mas senti ainda mais conforto quando decidi confiar apenas na oração para encontrar alívio e cura, ao invés de em meios materiais. Orei por mim mesma como a Sra. Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, instruiu seus alunos a fazer, inclusive para enfrentar as crenças de acidente, idade, doença e morte.
Então me recompus, realmente parei tudo e me sentei para orar com passagens do Manual dA Igreja Mãe, de autoria da Sra. Eddy, as quais fazem parte do meu estudo diário, tais como a “Regra para motivos e atos” (p. 40), a “Oração diária” (p. 41), “O que Deus exige” (p. 77) e os “Fundamentos da Ciência Cristã”, especialmente este: “E solenemente prometemos ser vigilantes, e orar para haver em nós aquela Mente que havia em Cristo Jesus; fazer aos outros o que desejamos que eles nos façam; e ser misericordiosos, justos e puros” (p. 16).
Essas ideias me ajudaram a compreender que minha perfeição, como reflexo de Deus, não podia ser afetada pela sugestão mental agressiva de uma queimadura na mão. Meu pensamento se acalmou.
Foi essencial também deixar de ver como um peso as tarefas a cumprir, mas sim expressar gratidão por elas, já que me davam a oportunidade de estar com a família, e de manifestar as qualidades divinas de meu Pai-Mãe Deus e confiar em Seu plano para mim.
A certa altura deitei-me na cama para descansar. Depois de algum tempo, levantei-me e preparei o jantar para a família, sem nenhum desconforto. E ninguém percebeu que eu tinha queimado a mão.
No dia seguinte, arrumei minhas coisas e dirigi sozinha para a fazenda, sem nenhum constrangimento. Não havia sinal de queimadura. Minha mão estava perfeita. Posso dizer que “nem cheiro de fogo” havia me alcançado (ver Daniel 3:27).
Sou muito grata à Sra. Eddy por esta maravilhosa Ciência que ela nos deu, a qual aplico da melhor maneira que consigo, e que me prova que minha vida está em Deus.
Fátima Trigueiros
Lisboa, Portugal