Quando a política e as eleições se tornam acaloradas, o que pode ajudar é nos distanciarmos do tumulto e do debate e considerar esta afirmação tranquilizadora da Bíblia: “Pois do Senhor é o reino, é ele quem governa as nações” (Salmos 22: 28).
É esse apenas um pensamento tranquilizador ou trata-se de uma declaração radical da verdade, um fato espiritual? Como confio em Deus em tudo o que diz respeito à minha vida, estou certa de que essa declaração é verdadeira, e que Deus, o Pai e Mãe de todos, está sempre governando a humanidade. Deus sendo a Mente divina, Ele é a fonte das qualidades morais e espirituais necessárias ao desempenho de uma boa liderança.
Não há dúvida de que os líderes expressam essas qualidades, no entanto, não precisamos recorrer a uma pessoa ou a um partido político para que tenhamos um bom governo. Podemos confiar plenamente no fato de que essas qualidades estão sempre presentes, segundo a própria definição de Deus que consta do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “O grandioso Eu Sou; Aquele que tudo sabe, que tudo vê, que é todo-atuante, todo-sábio, todo-amoroso e eterno; o Princípio; a Mente; a Alma; o Espírito; a Vida; a Verdade; o Amor; toda a substância; inteligência” (p. 587).
Essa definição mostra a natureza de Deus, que está conosco, ajudando-nos a cada momento. Como filhos queridos de Deus, nós podemos, por reflexo, vivenciar o governo espiritual, pois Deus é sempre sua fonte. Quanto mais nos voltarmos para Deus como o Tudo-em-tudo — a única causa espiritual de tudo — tanto mais veremos ações governamentais que melhor correspondam ao bom governo divino.
No entanto, por vezes nossa confiança no governo de Deus fica obscurecida por abrigarmos acirradas opiniões humanas ou raciocínios materiais, ou por nos deixar influenciar pelos movimentos das massas, o que facilmente pode ser contraproducente. Um exemplo disso pode ser encontrado em 1 Samuel, capítulo 8, na Bíblia.
Quando o tão respeitado profeta e juiz Samuel já era idoso, os anciãos de Israel o procuraram, exigindo que lhes desse um rei, como outras nações tinham. Samuel ficou desgostoso com o pedido e orou a Deus. A Bíblia registra esse acontecimento assim: “Disse o Senhor a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele” (1 Samuel 8:7).
A sabedoria ensinara ao profeta que, embora os líderes tenham seu lugar na sociedade, atribuir-lhes muito poder e confiar em suas capacidades pessoais, em detrimento da confiança em Deus, traz consigo limitações. Nenhuma liderança pessoal pode igualar-se à grandeza do amor divino.
Não deveria ser nossa opção, nos dias de hoje, depositar nossa confiança mais plenamente em Deus, o Princípio, para que nos governe, já que Ele nos apresenta as infinitas possibilidades do bem?
Eu constatei que confiar em Deus, o único verdadeiro poder e autoridade, em vez de em pessoas, é importante no ambiente de trabalho. Mesmo quando todos estejam comprometidos com um objetivo comum, por vezes as personalidades e o raciocínio humano atrapalham e prejudicam os resultados.
Com humildade e oração, aprendi a ceder a Deus e a confiar no fato de que Ele governa e está desdobrando os melhores resultados. A partir dessa premissa, tenho visto diálogos serem amenizados, maior colaboração, mais respeito, seguidos de resultados concretos que superaram as expectativas.
Cristo Jesus disse: “Eu nada posso fazer de mim mesmo; … não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou” (João 5:30).
Sem dúvida, é importante fazer escolhas baseadas na reflexão e na oração, por ocasião das eleições, mas é de suma importância não acreditar que os eleitos tenham um poder separado de Deus. Há um único Deus, totalmente imparcial, infinitamente amoroso e eficaz.
Sejamos gratos pelo fato de o Amor divino estar perenemente governando com a melhor inteligência e a suprema justiça. É nessa verdade que podemos confiar, para chegar à iluminação de respostas práticas, para nossas necessidades e as de outros, para conseguir prosperidade, segurança, paz e tudo o mais. Isso é muito mais produtivo do que confiar em pessoas ou na política, para termos todas as respostas. É melhor do que temer que possam ser feitas escolhas que nos privem do bem.
Na verdade, Deus causa apenas o bem, e cada indivíduo e comunidade é parte integrante do bem que Ele causa. A partir dessa compreensão e ao voltarmos nosso olhar para Deus como a verdadeira fonte da orientação que necessitamos, colheremos os frutos de confiar ao Todo-Poderoso nossas experiências individuais e coletivas.
Não há dúvida de que desejamos contribuir para assegurar um governo íntegro, e isso é possível. Como escreve Mary Baker Eddy, a Fundadora da Ciência Cristã: “As pessoas, assim como as nações, unem-se harmoniosamente com base na justiça, e isso se realiza quando o ego se dissipa no Amor — ou no plano de salvação próprio de Deus.” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 283).