Em um dia de Ação de Graças, comemorado na quarta quinta-feira de novembro, nos Estados Unidos, fui de carro até a região de San Diego, na Califórnia, para passar o feriado com minha filha e sua família.
Eles vivem em uma área rural pitoresca e montanhosa, localizada a cerca de vinte e quatro quilômetros do litoral. Faz calor durante o dia, mas como à tarde quase sempre sopra uma brisa forte, o entardecer e as noites costumam ser agradáveis.
Fomos à igreja de manhã para assistir ao culto de Ação de Graças e depois voltamos para casa para nossa refeição especial, em comemoração a esse dia. Enquanto limpávamos tudo depois da refeição, percebemos uma pequena nuvem de fumaça laranja subindo por detrás da colina em frente. O vento da tarde intensificou o fogo e logo vimos que toda a área atrás da colina estava em chamas. A fumaça e as cinzas vinham diretamente em nossa direção, e a casa de minha filha logo ficou envolta em uma fumaça densa. Ouvimos o som de sirenes e vimos helicópteros e um pequeno avião sobrevoando o local e jogando água e retardante de chamas. Era uma situação assustadora e mesmerizante.
Afastei-me daquele cenário e fui orar em meu quarto, voltando-me para Deus. Senti-me inspirada a ler a Lição Bíblica semanal que se encontra no Livrete Trimestral da Ciência Cristã. Meus olhos se detiveram neste versículo da Bíblia: “Inclina, Jó, os ouvidos a isto, para e considera as maravilhas de Deus” (Jó 37:14). Eu sabia que essa era uma mensagem vinda de Deus.
Ponderei sobre toda a criação de Deus, e me senti grata — pela variedade de pássaros, pelas lindas colinas pontilhadas de grandes rochedos, pelas amplas vistas para o oceano, pelo céu e por suas variadas formações de nuvens e por toda a flora e fauna da região. Regozijando-me nas “maravilhas de Deus”, estes versículos dos dois primeiros capítulos do Gênesis vieram-me ao pensamento: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” e “Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército” (Gênesis 1:31, 2:1).
Um senso de paz e conforto me envolveu, quando me dei conta de que a obra de Deus está feita. Isso me fez pensar que era improvável que, depois de criar todas essas “maravilhas”, Deus decidisse criar forças que pudessem destruir a criação que Ele considerara muito boa.
Àquela altura, a casa estava totalmente coberta de cinzas. Eu mal conseguia ver as árvores em frente à janela, devido à fumaça. Meu genro disse que viera a ordem de desocupar a casa o mais rápido possível. Continuei a reconhecer que Deus mantém Sua criação perfeita, e não senti medo.
Enquanto colocava em meu carro alguns pertences de que poderia necessitar, mantive o pensamento tranquilo, sabendo que a obra de Deus está feita e que Sua criação perfeita está segura sob Seus cuidados. Durante uma das idas ao carro, observei que não havia mais fumaça. O vento havia diminuído e invertido seu curso, transformando-se em uma brisa que suavemente soprava a fumaça de volta de onde viera. Pouco tempo depois, informaram-nos que os bombeiros tinham conseguido interromper o avanço das chamas, e não era mais necessário desocupar a casa.
Logo anoiteceu. Podíamos ver o contorno iluminado da colina e os bombeiros trabalhando para apagar os focos que ainda restavam. Nenhuma casa havia sido danificada. Fomos todos para a cama com a certeza de que tudo estava nas mãos de Deus.
Quando acordamos de manhã, percebemos que havia chovido durante a noite. A chuva tinha apagado completamente o restante das chamas e lavado as cinzas de todas as casas, carros e arredores — eliminando quase todos os vestígios de que tinha havido um incêndio.
Sou muito grata pelas bênçãos decorrentes de uma vida inteira estudando e praticando a Ciência Cristã, e pelas muitas demonstrações que tive de que: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy, p. 494).