Algo que fazemos diariamente, às vezes várias vezes ao dia, é verificar nossa identidade por meio de senhas ou códigos e respondendo a perguntas de segurança. Essa tarefa pode parecer banal, mas cada vez mais percebemos como esses passos são importantes para proteger a integridade de nossas informações pessoais e profissionais.
Certa manhã, ao fazer o log in no computador de trabalho, recebi a velha e conhecida notificação no telefone para verificar minha identidade, inserindo um código adicional. Veio-me então um pensamento: você já verificou sua identidade hoje? Esse pensamento me atingiu em cheio e refleti sobre outra questão: qual é a minha identidade?
Já faz algum tempo que leio e estudo a Bíblia, em conjunto com Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, para fortalecer a compreensão de minha relação com Deus. E aprendi que todos somos filhos de Deus, feitos à Sua imagem e semelhança e, portanto, totalmente bons, como declarado na Bíblia, no primeiro capítulo do Gênesis. Os dois “grandes” mandamentos, como Jesus os chamou — amar a Deus acima de todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos (ver Mateus 22:37, 39) — teriam de incluir a atitude de ver a todos como filhos amados de Deus.
Ciência e Saúde nos orienta: “Monta guarda à porta do pensamento” (p. 392). Para mim, essa orientação é um bom lembrete para proteger meu pensamento contra qualquer ideia que não esteja de acordo com o fato de que minha verdadeira identidade, e a de qualquer outro filho ou filha de Deus, é Sua imagem e semelhança.
Essas ideias me trouxeram uma percepção incrível, ao considerar minhas perguntas anteriores sobre identidade. Percebi que estava preocupada em proteger meus dados profissionais e manter minhas contas bancárias seguras, enquanto dava pouca atenção a proteger e manter a consciência de minha verdadeira identidade — e a dos outros — como criação de Deus. Foi como se Deus estivesse me perguntando: “Você já verificou sua identidade hoje como Minha filha?” “Você está focada em Mim?” “Você está vendo os outros como Eu os vejo?” Tive de responder honestamente: “Na verdade, não!”
À medida que orava mais especificamente a respeito de minha identidade espiritual, lembrei-me de dois artigos do Manual dA Igreja Mãe, de Mary Baker Eddy, que nos dão a responsabilidade diária de orar por nós mesmos e por toda a humanidade. Eles me ajudam a manter o foco em Deus, além de servir como verificadores de identidade. Em outras palavras, eles me possibilitam “montar guarda” com eficácia, ou seja, proteger os pensamentos contra qualquer ideia que possa me impedir de reconhecer a mim mesma e aos outros como imagem e semelhança de Deus e desfrutar das bênçãos do bem divino
A “Regra para motivos e atos” diz, em parte: “Nem a animosidade nem o mero apego pessoal devem determinar os motivos e os atos dos membros dA Igreja Mãe. Na Ciência, só o Amor divino governa o homem, e o Cientista Cristão reflete a suave harmonia do Amor, repreendendo o pecado, praticando a verdadeira fraternidade, misericórdia e perdão” (Manual, p. 40). O Amor divino é Deus e, por sermos feitos à Sua imagem e semelhança, é meu dever identificar as amorosas qualidades de Deus em mim mesma bem como em toda a humanidade. Governados pelo Amor e não pela vontade pessoal, meus motivos se tornam mais puros. Isso me ajuda a encontrar a humildade para obedecer ao que diz a Oração Diária: “…estabeleça-se em mim o reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos, eliminando de mim todo o pecado…” (p. 41).
Orar diariamente com essas ideias ajuda a fortalecer a compreensão de minha própria identidade espiritual e de minha relação com Deus, além de me ajudar a perceber a verdade a respeito da identidade de todas as pessoas. Essa clareza também fortalece minha defesa contra o pensamento desarmonioso e nada saudável — como fazem os controles de segurança on-line, criados para impedir a entrada de agentes mal‑intencionados, quando estou fazendo log in em uma conta.
Conheci os benefícios, tanto para mim como para os outros, de verificar a verdadeira identidade espiritual, quando recebi a notícia de que precisaria passar algum tempo com uma determinada pessoa com quem havia passado por muitos desafios, a ponto de não suportar estar no mesmo recinto que ela. À medida que o momento se aproximava, pude sentir a má vontade e os sentimentos negativos crescendo dentro de mim. Foi então que compreendi a utilidade desses novos pensamentos a respeito de identidade. Percebi que tanto essa pessoa quanto eu somos filhos de Deus, parte da família do Amor. Deus ama essa pessoa, portanto, não é apenas um dever, mas também um privilégio eu amá-la.
Minha oração não significou tentar amar determinada pessoa que eu achava difícil. Em vez disso, teve o propósito de dar testemunho da verdadeira identidade e ficar na expectativa de ver apenas o bem que Deus cria. Que diferença isso fez! Quando chegou a hora de nos encontrarmos, foi tudo tão agradável que desejei que tivéssemos tido mais tempo!
Fiquei muito grata por ser sido inspirada a orar e verificar a identidade espiritual. Lembro-me diariamente de verificar tanto minha própria identidade dada por Deus quanto a de todos que encontro. Esforço-me para desafiar uma visão limitada e material das pessoas e situações, e para ver a expressão espiritual que Deus vê.
Autenticar nossa identidade ao longo do dia não é uma tarefa banal, quando pensamos em termos de nossa relação com Deus. É uma disciplina sempre atualizada que nos leva a uma melhor compreensão de nós mesmos e dos outros. Ela traz cura.