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Original para a Internet

Entrevista com o Conselho do Ensino da Ciência Cristã

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 14 de abril de 2025


Como estabelecido no Manual dA Igreja Mãe, Capítulo XXVIII, Artigo 1º, “O Conselho do Ensino, sob a jurisdição de Mary Baker Eddy, Presidente da Faculdade de Metafísica de Massachusetts, será constituído de três membros: um presidente, um vice-presidente e um professor da Ciência Cristã”.

A Sra. Eddy explicou a origem do Conselho do Ensino no livro The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos] na página 246: “Enquanto eu revisava ‘Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras’, ficaram evidentes a luz e o poder da coincidência divina entre o espírito e a Palavra, e como resultado foi estabelecido o setor auxiliar da Faculdade, chamado Conselho do Ensino dA Igreja Mãe, A Igreja de Cristo, Cientista, em Boston, Massachusetts”.

A principal responsabilidade do Conselho do Ensino é, a cada três anos, realizar o Curso Normal com o propósito de preparar e autorizar novos professores da Ciência Cristã, e prestar apoio à Diretoria da Ciência Cristã para a formação da correspondente classe.

O Conselho do Ensino também presta apoio aos professores da Ciência Cristã e às associações de alunos da Ciência Cristã ao redor do mundo, inclusive no esforço de manter o padrão de ensino dos professores e das associações, como foi estabelecido pela Sra. Eddy. Esse Conselho também é o principal ponto de contato entre A Igreja Mãe e os professores e as associações. É porta-voz dos professores da Ciência Cristã e no que concerne à instrução em Curso Primário, além de atuar como um recurso para o público com relação ao Curso Primário, respondendo a perguntas, sanando dúvidas, esclarecendo conceitos errôneos e elucidando o valor desse curso, ao qual os Cientistas Cristãos geralmente se referem simplesmente como “instrução em classe”.

Em meados de 2024, Jenny Sawyer, do Journal, reuniu-se com o Conselho do Ensino na época — Scott Preller, Diane Marrapodi e Margaret Rogers — para uma conversa abrangente a respeito do ensino da Ciência Cristã e seu potencial para nosso crescimento e aprendizado espiritual. Leia a seguir uma versão resumida e adaptada dessa entrevista.

Dois dos três entrevistados estavam em término de mandato no Conselho do Ensino que organizou o Curso Normal mais recente. Os três são praticistas e professores.

Jenny: Obrigada por me receberem hoje aqui. Sabemos que muitos leitores talvez não saibam muito sobre o Conselho do Ensino, o ensino da Ciência Cristã ou por que determinados tipos de cursos não são genuínos nem corretos. Como podemos dar aos leitores uma noção do que a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, nos deixou? Vocês podem contar um pouco da história e algum contexto?

Scott: Acho que, se perguntarmos à maioria dos Cientistas Cristãos com quem eles gostariam de ter aulas, a resposta seria a Sra. Eddy. De uma forma muito real, a estrutura do Curso Primário que ela criou nos permite fazer isso em grau significativo. Ela especificou claramente que o ensino da Ciência Cristã, no Curso Primário, deveria focalizar o capítulo “Recapitulação” de sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras.

“Recapitulação” é, de fato, composto pelas anotações feitas pela própria Sra. Eddy das aulas que ela mesma ministrou. Por isso, ao aconselhar todos os professores a manter o foco em “Recapitulação”, ela está realmente ajudando a criar, garantir e cumprir a “autenticidade da marca”, por assim dizer, para aqueles que buscam o curso.

Diane: Acho que tudo se resume ao fato de cada professor autorizado da Ciência Cristã confiar no que a Sra. Eddy disse a respeito de sua descoberta: que foi uma revelação. Ela disse ter sido uma “escriba sob ordens” (ver Escritos Diversos 1883–1896, p. 311). Ela não criou a Ciência Cristã. Nós confiamos nisso? Compreendemos que foi uma revelação de Deus e que, portanto, é realmente inviolável?

Margaret: Existe uma citação da obra da Sra. Eddy Retrospecção e Introspecção. Ela diz: “Aquele que tem uma compreensão clara e, com a maior eficácia ilumina o pensamento de outras pessoas, mantém sua própria lâmpada preparada e acesa. Do começo ao fim, suas explicações seguem estritamente os ensinamentos do capítulo Recapitulação. Ao terminar o curso, cada aluno deve possuir um exemplar de Ciência e Saúde, e continuar estudando e assimilando este inesgotável tema — a Ciência Cristã” (p. 84).

Era assim que ela fazia em sua própria sala de aula, e esperava que seus alunos fizessem o mesmo. Estamos, portanto, em segurança ao manter essa estrutura.

Jenny: Uma das passagens que me vem à mente é da Bíblia: “…E serão todos ensinados por Deus” (João 6:45). Será que vocês poderiam falar um pouco mais sobre isso? Mesmo com a Sra. Eddy, não se tratava de um ensinamento pessoal dela, apesar de ela ser a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã.

Scott: Ela diz que a revelação “consiste de duas partes”. Uma é o “…senso espiritual das Escrituras … por meio dos ensinamentos do Consolador, do Confortador, como foi prometido pelo Mestre” (Ciência e Saúde, p. 123), referindo-se a Cristo Jesus. Por isso, esse Confortador, essa descoberta que é a Ciência Cristã, prometida por Jesus, realmente ilumina todas as Escrituras. Ela nos ajuda a compreender a Bíblia de uma maneira que traz à luz aquilo que é o âmago dessa descoberta: que a natureza do existir é realmente Deus, a Mente infinita e sua manifestação infinita. E a segunda parte é a prova.

Margaret: Se alguém perguntar: “Qual foi a coisa mais importante que Mary Baker Eddy fez?” acho que temos de dizer que foi o fato de ter compartilhado com a humanidade essa revelação da relação de Deus com o homem, e mostrado que essa compreensão traz a cura, como Jesus a pôs em prática. E ela escreveu isso em um livro. Esse livro é Ciência e Saúde. Então, se perguntássemos: “Qual é a segunda coisa mais importante que ela nos deixou?” eu provavelmente diria que é o Manual dA Igreja Mãe, porque com ele, a Sra. Eddy defendeu sua descoberta.

Ela sabia que a revelação precisava ser defendida de todas as coisas que o mundo diria: de que é similar a isso ou aquilo, que é muito parecida a essa ou aquela teoria. Mas no Manual, a Sra. Eddy deixa bem claro que esse ensinamento tem de estar estritamente em concordância com o Princípio e as regras da Ciência, a Ciência da Mente.

Se realmente prestarmos atenção ao que diz o Manual, fica muito claro que ela defendia a instrução em classe porque sabia que a pureza tinha de ser mantida. É por isso que ela insistiu em que houvesse o Curso Normal para a formação de professores autorizados, em concordância com as disposições do Manual. Essa era a maneira de ter a certeza de que seria ensinada a Ciência Cristã pura.

Diane: Voltemos ao exemplo de Jesus, quando disse: “Eu nada posso fazer de mim mesmo…” (João 5:30) e “Vim do Pai… e vou para o Pai” (João 16:28). O que isso significa para nós? O que isso nos permite fazer, senão seguir o exemplo de Jesus e seus ensinamentos, que curam?

Scott: Aproveitando o gancho do que Margaret estava dizendo, sobre essa defesa do ensino que a Sra. Eddy providenciou no Manual, considero encorajador e fortalecedor perceber que, se você pensar no ensino da Ciência Cristã como uma marca — não é uma analogia perfeita, mas pense comigo — é uma marca confiável, uma marca que cumpre o que promete e que é feita com um padrão de qualidade.

Ela procede de uma estrutura autorizada, estabelecida pela própria pessoa que descobriu e fundou a Ciência Cristã. É por isso que as qualificações para ensinar, especificadas no Manual, são tão importantes. Porque se eu pegar Ciência e Saúde e decidir: “Ah, bem, é interessante o que Mary Baker Eddy escreveu, mas eu tenho uma ideia ainda melhor que posso acrescentar”, ou: “Captei algo ali realmente fascinante que é praticamente o código secreto de como fazer as coisas acontecerem” — e se eu simplesmente me apresentar como sábio na Internet dizendo: “Eu vou dar esse curso”, é quase como se eu estivesse oferecendo um produto falsificado.

Jenny: Eu diria … é como alguém que vende uma bolsa falsificada, em Nova York.

Scott: Sim. Você compra uma bolsa que parece uma Gucci e em pouco tempo ela fica feia. É possível que você fique furioso com a Gucci porque acreditou que a bolsa era autêntica, mas você precisa se certificar de que está comprando a original.

Antes que alguém possa ser um professor reconhecido pelA Igreja de Cristo, Cientista, que a Sra. Eddy fundou, há uma lista de qualificações que ela estabeleceu. Nenhum professor alega ser perfeito, mas pelo menos você sabe que, se buscar um professor autorizado da Ciência Cristã, vai encontrar alguém que — estou lendo algumas das qualificações do Manual para ser professor — alguém que é um Cientista Cristão fiel, alguém que tenha exercido com êxito a prática da cura pela Ciência Cristã por, no mínimo, três anos e tenha fornecido provas de que houve curas por meio de sua oração (ver Manual, p. 89).

São coisas que inspiram certa confiança de que existe um respaldo; o aluno tem o direito de esperar consistência no ensino que receberá de um professor autorizado, em vez de alguém que simplesmente decidiu: “Eu tenho algo a acrescentar a isso”. Não estou dizendo que a intenção dessas pessoas não tenha sido originalmente a de ajudar, mas o fato é que existe uma disciplina e estrutura em que a Sra. Eddy insistia.

Jenny: Como um controle de qualidade.

Scott: Esse é um aspecto muito importante.

Jenny: É tudo muito esclarecedor. Vocês poderiam falar um pouco sobre o que significa ser um professor autorizado da Ciência Cristã?

Diane: Acho que se tornar professor da Ciência Cristã é a consequência de ter comprovado a Ciência Cristã na própria vida, e não somente para si mesmo, mas como um chamado em que a pessoa sente que chegou a hora de compartilhar isso com os outros. Tornar-se professor não é um objetivo em si. É apenas o começo em que a pessoa vê que muito mais é esperado dela na demonstração e no estudo diários, e na disposição de ouvir e prestar atenção ao que os outros têm a dizer sobre a própria jornada espiritual, e ir ao encontro deles exatamente onde estão. Ao mesmo tempo, sem introduzir nenhum conceito próprio, mas mostrando o que consta nos livros, na Bíblia e nas obras publicadas de Mary Baker Eddy.

No Manual dA Igreja Mãe, a Sra. Eddy diz: “O ensino da Ciência Cristã não deverá ser uma questão de dinheiro, mas sim de religião e de dever moral, de cura e elevação do gênero humano” (p. 83).

Ela diz mais adiante que o professor deve “…persistente e pacientemente, instruir seus alunos em conformidade com as infalíveis leis de Deus…” (Manual, p. 83). Ele encoraja os alunos a estudarem essas leis regularmente, para não ficarem procurando o professor como um instrutor pessoal ou algo assim, mas para que estudem nos livros.

No mesmo capítulo, ela diz: “Os alunos serão guiados pela Bíblia e por Ciência e Saúde, e não pela opinião pessoal do professor” (Manual, p. 84). Assim, ela constantemente afasta os alunos de todo senso de pessoalidade, seja boa ou ruim. Voltem aos livros. Todos nós temos a mesma fonte.

Scott: Voltando à pergunta sobre como são as aulas, ou o que fazemos nelas, sempre existe a inclinação de imaginar algo místico — uma espécie de segredo, mas isso não tem nada a ver com o que a Sra. Eddy ordenou.

Pensemos em um artista, ou atleta, ou músico, com os mais altos níveis de talento e habilidades, muitas vezes eles sentem que precisam voltar e se aprofundar naquilo que compreendem ser o básico, para depois seguir em frente. Por isso, seja praticando escalas musicais, seja melhorando o movimento em algum esporte, ter em mente aquilo que é básico é realmente o objetivo da “Recapitulação” e do Curso Primário na Ciência Cristã.

A Sra. Eddy fala sobre os “pelotões da Ciência Cristã” ainda não “estarem totalmente treinados no mais simples uso de seu armamento espiritual” (ver A Unidade do Bem, p. 6). É como fazer os exercícios básicos. Você treina tanto que se tornam quase instintivos ao que você pensa e faz. As pessoas que querem realmente compreender a Ciência Cristã como foi ensinada por Mary Baker Eddy, recebem no Curso Primário uma base em comum sobre como pensar e trabalhar juntos na igreja ou em sua própria prática.

Por isso, é tudo muito claro. Se você tiver alguma dúvida sobre se existe algo secreto, leia o capítulo “Recapitulação”. Porque não é abordado nada, no Curso Primário, que não esteja nesse capítulo. Agora, você pode dizer: “Bem, se eu simplesmente ler ‘Recapitulação’, é coisa de uma tarde. Então, por que fazer o curso?” Mas se trabalharmos com a turma e com o professor, tendo Deus como o verdadeiro professor, você constatará que começa a ver a conexão entre uma pergunta e outra. Você começa a entender por que precisa partir de um senso mais profundo de Deus do que já tinha, e edificar em cima disso. Um passo de cada vez.

Margaret: Muitas pessoas saem do curso pensando: “Uau, um mundo inteiro se abriu para mim!” Por outro lado, eu tive um aluno que, após o curso, fez um comentário que achei muito importante. Eu havia perguntado: “Qual foi a coisa mais importante que você aprendeu no curso?” Ele respondeu: “Aprendi como ler Ciência e Saúde”. Achei bem colocado, porque não é algo que faz você se sentir bem por apenas algumas semanas. É saber exatamente onde encontrar inspiração para ter mais progresso e realização. É aprender a prestar atenção à Ciência do existir, e esse aprendizado terá continuidade.

Diane: Falando de outro aspecto, as pessoas deveriam ter consciência daquilo que a Sra. Eddy chamou de “ensino ilegítimo” (ver Escritos Diversos, p. 43), ou seja, ensino que não é genuíno. Alguns exemplos disso chegaram até nós no ano passado, e não são novidade. São cursos e workshops que alegam trazer uma revelação secreta, dizendo que existe algo mais e que, se a Sra. Eddy tivesse vivido mais tempo, ela teria revisado Ciência e Saúde e incluído essas novas informações secretas no Curso Primário. São ofertas de cursos sobre a Ciência Cristã embasados em informações errôneas.

Jenny: Cursos que não são fundamentados nos livros (a Bíblia, Ciência e Saúde e as outras obras da Sra. Eddy)?

Diane: Sim. Ou mesmo quando alguém fala coisas aleatórias sobre a Ciência Cristã, dizendo que um professor usa isso como base para seu ensino, fazendo pouca referência aos livros. Trata-se de um ensino pessoal.

Scott: Ou, às vezes, alega que a Sra. Eddy alguma vez disse isso e aquilo, mas é algo que não foi verificado.

Diane: Essas coisas se espalham. Algo que também vemos são cursos que alegam simplificar a Ciência Cristã — uma versão resumida. Outro formato que  tem aparecido são os programas que, intencionalmente ou não, criam e promovem a dependência e apego a uma determinada pessoa. Você tem acesso a esses programas com diferentes níveis de participação e, pagando várias taxas, você pode ter acesso direto à pessoa. Isso não é a Ciência Cristã.

Scott: Há algumas coisas que considero realmente importantes e úteis para se ter em mente, sobre essa distinção entre o ensino autorizado da Ciência Cristã e o “ensino ilegítimo”. Uma dessas coisas que chama a atenção é a sugestão de um atalho.

Comparo com o propósito de aprender uma habilidade. Se você é um jogador de beisebol que está tendo problemas para rebater, há duas maneiras de tentar se aprimorar. Você pode praticar, trabalhar o movimento, certificar-se de que está correto, mergulhar no fundamento básico. Ou você pode encontrar alguém que diga: “Tenho um taco novinho em folha. Com esse taco, poderá rebater melhor”. É a promessa de um atalho, porém não existe nenhum atalho. Acho que devemos dar um passo atrás e perguntar: “Por que essas falsificações atraem as pessoas?”

Pensemos em alguém que talvez até tenha feito o Curso Primário, mas que se encontre na situação de dizer: “Ok, eu fiz o Curso Primário, mas estou orando sobre algo há algum tempo e ainda não estou vendo progresso”. Talvez essa pessoa pense: “Eu deveria dar uma olhada em alguns desses outros cursos, ver se eles oferecem algo diferente que me falta”.

Esse senso de dúvida a respeito de nossa própria capacidade de demonstrar a verdadeira Ciência se insinua em nossa mente, ou o pensamento de que de alguma maneira essa falta de progresso se deva a algum ensinamento secreto que não recebemos, em vez de simplesmente nos aprofundarmos naquilo que já nos foi ensinado, até que se torne a base de nossos pensamentos.

Porque, se pensarmos em alguns dos aspectos centrais do que a Sra. Eddy descobriu, ela diz que a verdadeira substância do existir é a Mente, a Mente infinita, Deus, e que a verdadeira natureza do nosso existir é a expressão infinita dessa Mente infinita, Deus, e que, devido a isso, todo o senso generalizado e agressivo de vida na matéria é uma distorção, uma falsidade, um sonho. E essas ideias podem parecer bastante teóricas e fora de nosso alcance, mas por isso ela insistia na prova, na cura.

Quando você se encontra em uma situação como essa, e aceita uma ideia da Ciência Cristã que talvez já conheça há muito tempo, ou que tenha aprendido no Curso Primário, e percebe que essa ideia eleva seu pensamento a uma base mais elevada e mais sagrada, e essa elevação se torna o foco de sua atenção, então você está se aprofundando no assunto. Você está mentalmente de joelhos, perguntando a Deus: “Como posso viver isso? Como posso vivenciar isso?” E, nesse momento, ou talvez no decorrer de algum tempo, você constata que a verdade daquilo que a Sra. Eddy nos deu na descoberta da Ciência Cristã começa a realmente parecer mais concreta do que o medo, do que a dor ou o sofrimento. E então você tem a cura.

Margaret: Não sei se já abordamos o conceito de fazer o Curso Primário on-line, o que não acreditamos ser uma maneira eficaz de fazer o curso. Encontrei esta citação da Sra. Eddy em seu livro Rudimentos da Ciência Cristã. Ela diz: “É impossível ensinar a fundo a Ciência Cristã a grupos numerosos e heterogêneos, ou a pessoas a quem não seja possível dirigir-se individualmente, de modo tal que a mente do aluno seja dissecada de forma mais minuciosa do que um corpo preparado para um exame anatômico” (p. 15).

Uau! Essa palavra: numerosos é interessante. “Numerosos” dá a ideia de que não há distinção entre um e outro. E, com certeza, acho que a maioria dos professores da Ciência Cristã diria que é muito importante estar na sala com as pessoas enquanto se dá a aula. É possível discernir algo só vendo as expressões no rosto dos alunos. É possível que se escute algo que precise ser aprofundado, o que realmente só pode ser feito em um ambiente individualizado. É muito importante estar individual e fisicamente presente.

Scott: Sabe, a Margaret fez uma boa observação sobre a importância de estarmos presentes — todos juntos presencialmente na sala de aula. Nos últimos cursos que lecionei, constatei que foi o fato de estarmos fisicamente presentes na sala de aula que, mais do que qualquer outra coisa, me convenceu de que Deus é o professor.

Porque, de certa maneira, você poderia ler a citação acima e pensar: “Ah, então o professor tem de ser muito esperto para analisar, em uma espécie de psicanálise, o pensamento de alguém”. Mas não foi isso que eu constatei. O que acontece é que, por estarem todos presentes juntos, todos são inspirados juntos sobre como aprofundar cada vez mais as perguntas e respostas do capítulo “Recapitulação” e ocorrem com frequência esses momentos de “Uau, isso não vem apenas do professor, vem de Deus”.

Margaret: Acho que não mencionei antes, mas o senso de conexão entre professor e aluno tem de ser realmente fruto de se pensar juntos. Às vezes, um aluno pode pensar: “Estou procurando um professor que vai me ajudar por toda a minha vida”. A Sra. Eddy diz: “Após o curso, aquele que mais se aprofunda no estudo da Ciência Cristã é o que mais confia em si mesmo e em Deus” (Escritos Diversos, p. 87). Amém!

E ela continua: “Meus alunos aprendem o Princípio divino e as regras divinas da Ciência da cura pela Mente. Depois, o que eles necessitam é estudar minuciosamente as Escrituras e ‘Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras’. Vigiar e orar, ser honesto, dedicado, amoroso e veraz é indispensável para demonstrar a verdade que lhes foi ensinada”.

E é isso que o aluno deve esperar do Curso Primário: aprender a encontrar as próprias respostas. Direto da fonte, direto de Ciência e Saúde e da Bíblia. E não se sentir dependente do professor. Os professores estão sempre à disposição para apoiar os alunos e seu progresso, mas não são a fonte da compreensão ou da inspiração.

Jenny: Acho que pode haver o conceito de que, assim como você progride em qualquer empreendimento, por exemplo, começamos a ter aulas com um professor de piano e, em determinado momento, talvez não estejamos nos sentindo em sintonia com ele, então procuramos outra pessoa que pareça ter mais conhecimento ou que tenha um estilo específico. No entanto, a Sra. Eddy foi muito específica no modo como ela estabeleceu o ensino da Ciência Cristã, no sentido de que você tem somente um professor. Por que isso, o que acham?

Scott: O pensamento de que você fala é o de que, à medida que progredimos, nos beneficiamos de outras perspectivas — e isso já está incorporado ao sistema que a Sra. Eddy nos deu. Se pensarmos nisso, o Curso Primário e quase tudo o que a Sra. Eddy nos deixou desde o início está disponível para todo o público, certo? A Escola Dominical, os cultos na igreja, as conferências, as Salas de Leitura, a Lição Bíblica, os periódicos — tudo isso está disponível a todos.

O Curso Primário também está disponível, mas é praticamente “apenas por convite”, por assim dizer. (É preciso inscrever-se primeiro.) E a associação de alunos da Ciência Cristã, que é a continuação do Curso Primário, é para pessoas que assumiram o compromisso de praticar o que aprenderam. Não é uma reunião de alunos pessoalmente devotados ao professor. É uma reunião de pessoas que passaram pelo mesmo aprendizado com aquele professor e que estão comprometidas com o que aprenderam.

Uma parte importante do Curso Primário é que, à medida que sua associação de alunos se desenvolve, todos se beneficiam das experiências, das perguntas e das descobertas que todos, na associação, fizeram ao longo dos anos. E isso vai se ampliando cada vez mais porque você pega o que absorveu no dia da reunião da associação e leva para a prática da Ciência Cristã em sua igreja e em sua comunidade.

Os alunos estão juntos compartilhando o que aprenderam na associação. Ao fazerem isso, estão obtendo uma nova perspectiva de como aprofundar a prática do que aprenderam.

É por isso que, de muitas maneiras, ser um professor da Ciência Cristã é procurar se tornar supérfluo. Ele está lá para ajudar os alunos a ver que aquilo que lhes foi dado é suficiente, suficiente em sua relação com Deus, suficiente em relação aos ensinamentos de Ciência e Saúde e à capacidade de encontrarem respostas por si mesmos.

Jenny: Gostaria muito de chamar a atenção dos leitores para a conexão entre o ensino correto e a cura, porque não creio que haja um Cientista Cristão neste mundo que não queira ver mais cura. Ouvimos questionamentos: “A cura ocorre hoje tanto quanto costumava ocorrer?” Para mim, parece haver uma ligação direta entre o ensino correto e a cura — a compreensão correta e a cura.

Margaret: O primeiro pensamento que me vem sobre isso é que Ciência e Saúde tem efeito sanador. A Sra. Eddy tinha fé plena, de que as pessoas que pegassem o livro, o lessem, o estudassem, encontrariam o caminho da cura. E o professor não é uma espécie de substituto ou intermediário para isso. A conexão é entre o leitor do livro e as ideias, e nós podemos realmente confiar nisso.

Diane: Acho que um dos pontos-chave na cura é a renovação, a restauração da consciência de quem nós somos para Deus — saber que somos o reflexo de Deus, que o homem é o reflexo de Deus em plena posse das faculdades espirituais; saber que nada está perdido, que não existe confusão a respeito de quem somos.

É a Ciência Cristã que nos permite ver que a criação é completa, o que Deus fez e o que nós somos como Seus filhos amados. Assim sendo, é mais um despertar para a realidade espiritual presente, para os fatos espirituais, do que a “obtenção” de algo.

Scott: O interessante é que muitas vezes as pessoas dizem: “Bem, você faz o Curso Primário para aprender a dar tratamento pela Ciência Cristã”. É bom notar que a palavra tratamento nem sequer aparece no capítulo “Recapitulação”. Como se o curso fosse sobre alguma técnica que você aprende, ou algo assim. Mas isso não é verdade.

Contudo, é significativo que haja esta pergunta específica no capítulo “Recapitulação”:

“Pergunta. — A Senhora poderia explicar a doença e mostrar como curá-la?”

Está quase no final do capítulo (p. 493). E então a Sra. Eddy diz que uma resposta completa a essa pergunta implica o ensino. Eu me debati muito com esse ponto, mas o que ele indica é que precisamos do aprendizado completo, da plena compreensão do que significa existir, de qual é nossa relação com Deus. Acho que, às vezes, pode haver a tentação de abordar a cura pela Ciência Cristã como se fosse um bufê. Você pega as ideias de que gosta, elas parecem boas, mas as que são difíceis você quer deixar de lado — “Não quero as ervilhas nem as cenouras”. Entendem o que quero dizer? Por isso, o requisito é que se absorva o ensino como um todo. E quero dizer, em sua totalidade, porque há alguns aspectos que exigem muito de nós, que realmente têm a ver com a verdadeira substância de Deus, o Espírito, a Alma, e a substância absolutamente fraudulenta do senso material.

Crescer na Ciência Cristã significa aprender que todo conceito material é uma fraude, é uma mentira, porque Deus é Tudo-em-tudo. Essa é uma questão profunda que devemos enfrentar e que não pode ser deixada de fora do ensino. E ela tem de estar em nossa consciência, para praticarmos a cura com base no que Cristo Jesus fez e no que a Sra. Eddy nos deixou, ou seja, a Ciência do Cristo.

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