Não raro ouvimos, às quartas- -feiras à noite, nas reuniões de testemunhos, os testemunhantes declararem: “Orei como aprendemos na Ciência Cristã,” ou “Trabalhamos como nos ensina a Ciência Cristã.” Enquanto o autor progredia em seus estudos, revelaram-se-lhe alguns dos aspectos dêsse modo de orar, ou de trabalhar.
Mrs. Eddy diz-nos em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras que devemos argumentar contra o êrro com que nos defrontamos e afirmar a perfeição do homem tão vigorosamente como se defendêssemos uma causa num tribunal. Em outro trecho dêsse livro fala em raciocinar da causa para o efeito e em raciocinar corretamente. Como a argumentação ou a defesa, num tribunal, constitui um esfôrço para convencer o tribunal de que a verdade está do nosso lado, segue-se, lògicamente, que a oração, ou o trabalho, na Ciência Cristã, também pode incluir um processo de raciocínio pelo qual estabelecemos a verdade em nossa consciência.
Como raciocinamos corretamente? Na página 275 de Ciência e Saúde, Mrs. Eddy diz: “Para compreender a realidade e a ordem do ser na sua Ciência, tendes de começar por considerar Deus como o Princípio divino de tudo o que realmente existe.” E à página 492 lemos: “Para raciocinar corretamente deveria estar presente no pensamento uma só realidade, a saber: a existência espiritual.” Assim, na Ciência, começamos nosso raciocínio a partir de Deus e Sua criação. Às vêzes, resulta daí uma percepção imediata da verdade. Outras vêzes, o raciocínio tem de continuar até que todo argumento do êrro seja silenciado e o espírito da Verdade dê testemunho de nossa compreensão.
Moisés estava consciente da presença de Deus no meio do Mar Vermelho e no Monte Sinai. Daniel sentiu-a na cova dos leões. Jesus confiou nessa presença ao alimentar as multidões. Paulo e Silas perceberam-na na prisão. Os primeiros cristãos por ela foram inspirados nas arenas.
Acaso existe algum lugar onde a presença de Deus não seja conhecida e percebida? Não é evidente que Êle está presente em tôda parte, todo o tempo? “Eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim” (Isaías 46:9).
O Princípio é ao mesmo tempo origem e governador. Se oramos a Deus como Princípio divino, e só há um Princípio divino, então devemos considerar Deus como origem e governador de todo ser, como o afirma a Bíblia. Enquanto ensinava, Jesus fêz esta pergunta básica: “Colhem-se porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?” (Mateus 7:16). Êle salientou que o semelhante produz o semelhante — que Deus não pode produzir o Seu oposto. Segue-se forçosamente que, por ser Deus a única e exclusiva origem de todo ser, tôda existência deve ser, e é, de natureza divina.
Aquilo que sempre foi e continua a estar presente em tôda parte e em todo tempo, não pode ser material. Por isso, Deus é o Espírito eterno, e o homem à Sua semelhança é espiritual, não possuindo qualidade, faculdade ou capacidade que não seja comum a Seu Criador. Pode a eternidade produzir aquilo que está sujeito à extinção ou que contribui para a morte e finda na morte? Pode Deus dar origem ao pecado, à aflição, à morte? Porventura as uvas provêem dos espinhos?
Como Deus é a única origem e não pode produzir êsses erros, o que são êles? Nossa Líder definiu- -lhes a natureza, usando de muitos têrmos, alguns dos quais são: suposição, ilusão, desilusão, miragem. Aquilo que é suposição constitui uma falsa ou fraudulenta substituição da verdade. Qualquer coisa que se reconheça, em oração, como uma falsidade, perde a sua aparência de realidade. E quando, em oração, substituímos uma falsidade por uma realidade espiritual, então a normalidade, a saúde, a harmonia, substituem os efeitos do êrro, e isso é curar.
Qual é a realidade com que devemos substituir a falsidade? Mrs. Eddy escreve na página 428 de Ciência e Saúde: “É preciso trazer à luz o grande fato espiritual de que o homem é, não que será, perfeito e imortal.” O homem, a criação do Espírito, não pode pecar, adoecer ou morrer, porque Deus, o Espírito, não pode pecar, adoecer ou morrer.
Nossa oração na Ciência Cristã leva-nos à compreensão, sim, à convicção certa, da realidade da perfeição inatacável do homem, e essa convicção aniquila tudo o que é dessemelhante de Deus, o bem.
