A cada momento, um quadro de bem ou de mal apresenta-se à consciência humana. Às vêzes o bem parece predominar, outras vêzes o mal parece governar. Quando o mal predomina, dizemos que temos um problema, e tomamos providências para vencer o mal. A Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: Crístian Çai’ens. mostra-nos a única base para se resolver o problema. É o fato de Deus ser o bem, o Tudo-em-tudo. O mal não é real.
Quando eu era bem pequeno, meu pai fumava cachimbo. Êle e minha mãe, porém, começaram a estudar a Bíblia e o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy. Nesse estudo meu pai aprendeu algo a respeito de Deus, como Princípio infinito, o Espírito, que é um só e único. No entretanto, parecia haver outro espírito a lhe dizer que êle gostava do cachimbo e não o largaria. Um dia, foi trabalhar e esqueceu-se de levar o cachimbo — coisa que nunca acontecera anteriormente. Não se deu conta disso, até voltar para casa, naquela noite, quando o achou sôbre a mesa.
Julgando que haveria de gostar de fumar, começou a acender o cachimbo, descobrindo nêle apenas um gôsto horrível. Seus estudos sôbre a verdade apresentada pela Ciência Cristã haviam elevado sua consciência e a haviam purificado, em certa medida, dando-lhe, assim, uma nova visão das coisas. Nessa nova visão o gôsto pelo fumo era algo de mau, cuja pretensão a ser atraente era, evidentemente, falsa. Meu pai nunca mais fumou.
O mal nem sempre se apresenta sob formas atraentes. Contudo, sempre pretende impressionar-nos de alguma maneira. Cada caso de discórdia, carência ou doença envolve uma impressão causada na consciência humana, por alguma fase do mal. Até o mal ser desmascarado como mal, completamente separado do bem, e até ser visto como nulidade, a impressão falsa continua a influenciar o pensamento e a produzir seus efeitos desarmoniosos, limitados e dolorosos, na experiência humana.
À medida que começamos a entender a verdade de que a Mente é o Princípio divino e o homem é uma idéia da Mente, começamos a atingir um ponto de vista mais elevado. Se parece difícil darmo-nos bem com alguém, a aplicação da verdade sôbre Deus e o homem nos dá o discernimento espiritual. Começamos então a perceber que as incertezas, os falsos motivos, a falta de consideração, o egoísmo, são erros impessoais. Não estão ligados a um indivíduo, mas existem na mente carnal ou mortal, que, através dêsses falsos traços, se apresenta à consciência humana, para que alguém a aceite e a ela reaja como se fôsse real.
Com a verdade da única Mente, o único Princípio, a fortaleza dessa crença em nossa consciência pode ser destruída. Como resultado, o mal desaparece de nossa vida. O mal é irreal.
Se sentimos a vida que vivemos limitar-se pelas circunstâncias em que nos encontramos, podemos enfrentar essas circunstâncias, tôdas elas, e orar para enxergá-las de um ângulo superior. Se a limitação parece ter causa real, isto é, se culpamos alguém ou algo, por essa limitação, estamos vendo o problema sob um prisma muito materialista. Nessa proporção, a evidência do nosso estado é falsa.
À página 297 de Ciência e Saúde, Mrs. Eddy escreve: “A crença errônea é destruída pela verdade. Se mudardes a evidência, desaparecerá aquilo que antes parecia real a essa crença errônea, e a consciência humana elevar-se-á mais alto. Assim se consegue a relidade do ser, e se verifica que o homem é imortal.”
No plano real, a fonte do bem nunca foi um conjunto de circunstâncias materiais, ou uma pessoa humana, trabalhando num emprêgo humano. A fonte do verdadeiro salário é a fonte do nosso ser, o Princípio divino, o Amor. Nosso dom para expressar a bondade da Vida nunca começou nem se formou pela hereditariedade humana. Origina-se em Deus, a Alma do nosso ser.
Nossa capacidade para contribuir ùtilmente e para encontrar um lugar produtivo e satisfatório na vida jamais depende das condições da existência mortal. Depende sempre do Espírito infinito, sempiterno. Com a verdade sôbre o ser, podemos enfrentar tôdas as pretensões que nos pretendessem limitar. Podemos aplicar ao nosso pensamento sôbre a crença a realidade espiritual, que inclui o Espírito como causa perfeita e o homem como efeito perfeito. A matéria não é causa, e não tem efeito. Como resultado de tal modo de encarar o problema, mediante a oração, as limitações serão vistas como o mal, e desaparecerão, como o que é irreal sempre tem de desaparecer.
Se parece estarmos doentes, podemos encontrar a causa da doença no mêdo ao mal ou no nosso fracasso em reconhecer e lidar com a pretensão do mal, ou em nossa indulgência para com o mal. Precisamos obter um ponto de vista mais elevado, onde o mal é visto por causa do que o mal é. Isso vem em resposta à oração suficientemente honesta para desejar a plenitude da luz da Verdade.
A verdade que desponta no pensamento humano, mostrando-nos que o mal não é real e que o bem é real, é o Cristo sempre presente, a verdadeira idéia da Vida, da Alma, da Mente, de Deus, que Cristo Jesus apresentou. E em Genesaré, “trouxeram-lhe todos os enfermos: e lhe rogavam que ao menos pudessem tocar na orla da sua veste. E todos os que tocaram, ficaram sãos” (Mateus 14:35, 36).
