A Crítica destrutiva, sob qualquer forma, tem por base precisamente o negar Deus e negar o fato de ter Êle criado o homem à Sua imagem e semelhança, perfeito e completo. Tal crítica pareceria dar poder àquilo a que Cristo Jesus se referiu como mentiroso, isto é, à mente carnal e mortal, sempre ocupada com o comportamento da suposta existência material. Essa mente errada jamais vê além de si mesma além dos conceitos e pensamentos materiais.
Jamais há desculpa para uma censura severa, especialmente entre estudiosos de Ciência Cristã. Ensina essa Ciência que o homem não pode refletir senão as qualidades de Deus, inteligência divina e infalível. Estaremos vendo o homem verdadeiro, quando, ao vermos falhas em alguém, as consideramos realidades e as pomos em relêvo? Em que criação estamos acreditando: no sonho do filho do erro, no homem que parece físico e falível, ou na criação na qual a Mente é a substância e o homem sua idéia espiritual, pura e boa?
Criticar alguém sem ajudá-lo construtivamente a progredir é dar apoio ao argumento do êrro — de que Deus não dá Seu amor, por igual e contìnuamente, aos Seus filhos. Achando-nos ressentidos pelo bem de alguém estaremos também dando apoio ao conceito material sôbre o homem. Deus dá igual abundância do bem a tôdas as pessoas, e na medida em que façamos uso dêsse bem, estaremos provando essa verdade.
Em Malaquias (3:10), lemos: “Provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sôbre vós bênção sem medida.” Que bela promessa! Não há, certamente, favoritismo algum aqui. O bem está claramente à disposição de todos. Até que grau estamos usando essa abundância? E até que ponto nossas palavras ajudam outras pessoas a usá-la? Cada pensamento de vida, pureza ou amor pôsto em prática, diminui a suposta fôrça do mentiroso, o êrro, que nos tornaria críticos.
Que espécie de pensamentos estamos permitindo que entrem em nossos lares mentais? Quando vemos que um amigo se esforça por se filiar a uma Igreja de Cristo, Cientista, acaso dizemos: “É muito nôvo na Ciência para ser membro dessa Igreja”? Ou regozijamo-nos por essa pessoa ter sido bastante receptiva para desejar os benefícios da filiação, e sinceramente desejar promover a Causa da Ciência Cristã?
Quando vemos outra pessoa, cuja prosperidade aumenta, seja sob a forma de uma casa nova ou de um emprêgo melhor, acaso dizemos a outras pessoas: “Êle certamente não merece isso”? Ou será que nos perguntamos: “Como posso eu melhorar minha compreensão de Deus e do homem? Como posso expressar mais constância na verdade?” Quando desejamos limitar o bem que qualquer um pode experimentar, estamos a cuidar da vida de quem?
Em contraposição ao pensamento ressentido que inveja o bem de alguém, mas ainda parecido com êsse pensamento, existe o êrro sutil de sentirmo-nos superiores aos outros. Talvez sejamos tentados a dizer: “Estou certamente satisfeito de não estar fazendo os erros que êle faz,” ou, “Êle terá de percorrer um longo caminho até adquirir compreensão a respeito da Ciência Cristã.” Não se poderia comparar isso à parábola de Jesus sôbre o fariseu e o publicano? Ao orar, o fariseu disse (Lucas 18:11, 12): “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como êste publicano; jejuo duas vêzes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.” Para expressar amor, para fazer um trabalho de cura eficaz e instantâneo, precisamos perceber a perfeição de Deus em cada uma de Suas idéias e não simplesmente onde desejamos vê-la.
Devemos não só certificar-nos de não estarmos criticando outros destrutivamente, mas também saber que os outros, em realidade, não nos estão criticando. Os defeitos que alguém possa ver em nós representam oportunidades para crescermos, superando êsses defeitos, pois são conceitos errados que os mortais formulam sôbre o homem de Deus. Então a crítica não tem mais poder para prejudicar-nos do que aquêle que lhe damos, e talvez nos beneficie.
Há uma vasta diferença entre a crítica destrutiva e a correção. A crítica destrutiva descobriria as falhas de outra pessoa e as aumentaria, enunciando-as aos outros. A correção, por outro lado, envolve o desejo de ajudar alguém a perceber seus defeitos e então alcançar a mudança necessária, sem qualquer pensamento de vingança, de justificação própria ou vaidade. Quando se percebe a necessidade de correção, deve-se apontá-la à pessoa envolvida, e a mais ninguém.
Tendo sempre presente a declaração de nossa Líder (Ciência e Saúde, p. 353), “A perfeição é a base da realidade,” aprenderemos a ver a realidade em vez de vermos a máscara externa que o êrro pode tentar afivelar aos nossos olhos. Veremos sòmente inteireza, beleza, maturidade, progresso, amor e pureza, que são os elementos verdadeiros do homem. Nessa base, o que sobra para criticar?