Pode-se encontrar na Bíblia orientação e direção para as necessidades do século vinte? Poder-se-ia afirmar que os problemas com que os povos se defrontavam há milhares de anos diferiam tanto dos problemas de um século altamente industrializado, que difìcilmente se poderia esperar aplicar hoje o que era aplicável naquele tempo.
Isso seria verdadeiro se não fôsse o fato de que, embora as condições humanas variem de geração a geração, a imutabilidade e o ser eternamente nôvo da Verdade e do Amor divinos continuam a conter a resposta aos problemas da humanidade, até os fatos da divindade transformarem completamente a humanidade, até a lei do ser harmonioso reinar suprema. Essa lei não tem idade. É eterna.
Na Bíblia aprendemos que os líderes e os profetas dos israelitas concebiam a Deidade como um Deus que está presente. Comungavam com Êle. Buscavam a orientação divina. Confiavam na presença e no poder dÊle e esforçavam-se por conseguir que o povo pusesse suas vidas em ordem em tôrno de Suas leis.
Entretanto, o povo em geral não formava êsse conceito de Deus, e, muitas vêzes, pensava nÊle como uma Deidade semelhante ao homem, que habitava um lugar distante chamado céu e possuía apenas um interêsse um tanto variável pelo Seu povo e um govêrno indireto sôbre êle. O pensamento religioso do povo variava.
Mary Baker Eddy era fervorosa estudiosa do Velho Testamento, o qual registra a variável vigilância espiritual na história do povo hebreu. Escreve ela em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (p. 133): “Em períodos de prosperidade nacional, milagres acompanhavam os êxitos dos hebreus; mas quando êstes se afastaram da idéia verdadeira, começou sua desmoralização. Mesmo no cativeiro, entre nações estrangeiras, o Princípio divino fêz maravilhas para o povo de Deus, no forno ardente e nos palácios dos reis.”
Embora o poder econômico e militar de uma nação seja, naturalmente, importante, é a fibra moral e espiritual de seu povo que torna forte uma nação. A deterioração moral pode ser tão devastadora para uma nação, quanto o poder militar e econômico de seus inimigos, se não lhe fôr até superior. A história registra muitos casos de nações poderosas em todos os sentidos, exceto num: sacrificavam seus ideais pela satisfação própria e pela conveniência, e não eram capazes de se defender por falta de integridade interna.
Precisamos vigiar e estar em guarda para não nos desviarmos dos ideais vitalizantes. Até mesmo um ligeiro desvio pode ter conseqüências sérias, pois, muitas vêzes, leva-nos a outro desvio, e a mais outro. Uma digressão, ainda que pequena e aparentemente agradável, pode desviar o pensamento de nosso alvo, o qual sempre deve ser a nossa principal preocupação.
A fibra moral de uma nação deve ser mantida pela fôrça do indivíduo. E é animador observar o que um indivíduo pode realizar, quando espiritualmente consciente da onipotência e da onipresença de Deus, o Espírito, e de Suas leis criadoras, protetoras e redentoras. Para Cristo Jesus, Deus estava sempre presente como o Princípio que o animava, a inteligência divina que o habilitava a utilizar suas faculdades e capacidades derivadas de Deus, o poder protetor que o preservava e habilitava a levar a cabo a obra que lhe havia sido determinada. Tôdas as sutilezas do inimigo não conseguiram desviálo, nem por um instante, de seu objetivo.
Ao falar de sua relação com Deus, o Mestre perguntou a Filipe (João 14:10): “Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai que permanece em mim, faz as suas obras.”
Onde quer que estejamos, o espírito da Verdade e do Amor que está ativo em nós pode salvar-nos, hoje, da negligência espiritual e do confiarmos em vão. Cristo, a idéia espiritual, põe-nos em harmonia com as fôrças purificadoras e energéticas do Espírito, as leis de Deus. O Cristo nos mantém despertos para propósitos superiores. Fortalece nossa fibra moral e assinala os perigos aos quais um falso sentido de nosso ser nos sujeita.
Numa época em que os perigos espreitam nas sombras do materialismo, o que muito necessitamos é completar as nossas convicções religiosas, unindo-nos mais decisivamente ao “nosso Pai que está nos céus” (Mateus 6:9). Uma ajuda eficaz ao fazermos isso, consiste em pormos à parte, todos os dias, tempo suficiente para orarmos com fervor, e em seguida completarmos nossa oração, examinando as Escrituras em conjunto com o livro-texto da Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: Crístian Çai'ens., Ciência e Saúde, para que possamos encontrar nesses escritos inspirados a orientação que nos habilitará a pôr nossa confiança em Deus. Então encontraremos, em nós mesmos, aquilo a que Jesus se referia como o reino do céu, e que proporciona fôrça e êxito aos nossos esforços.
Tal preparação nos ajudará a apoiar aquêles indivíduos que, em atividades educacionais, religiosas e governamentais, estão trabalhando para preservar os ideais de liberadade. A vitalidade moral e espiritual que essa preparação proporciona nos habilitará a desenvolver nossas capacidades e a ajudar a preservar para outros as liberdades e oportunidades que usufruímos.
Essa espécie de preparação nos habilitará a enfrentar os problemas com que nos defrontemos, com fé crescente na divina ajuda sustentadora e com a convicção de que nossa segurança e garantia estão, em primeiro lugar, em nossa consciente unidade com Deus.
