Com o coração transbordante de amor para com a humanidade e com o anseio de curar-lhe as multiformes doenças, a Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: Crístian Çai'ens., Mary Baker Eddy, escreve na página 380 de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Nada é mais desanimador do que crer que haja um poder oposto a Deus, ou o bem, e que Deus confira a êsse poder antagônico fôrça para ser usada contra Êle mesmo, contra a Vida, a saúde e a harmonia.”
Em tôdas as épocas se atribuiu poder a muita coisa dessemelhante do bem. Por essa razão, os problemas da humanidade permaneceram, em grande parte, sem solução. O mêdo, baseado na aceitação da evidência dos sentidos corpóreos como se fôsse real, é tido por muitos como poderoso, às vêzes, até avassalador. Em alguns casos, a doença é considerada tão potente a ponto de terminar na aparente morte do infeliz. O ódio e a maldade parecem operar como se fôssem fôrças capazes de fazer silenciar seus opostos espirituais, o amor e a pureza.
Àqueles que lutam com aparente carência, afigura-se, às vêzes, como se essa crença de insuficiência fôsse intransponível. Seria, certamente, uma triste perspectiva para a humanidade, se o testemunho dos sentidos materiais fôsse decisivo. Graças, porém, à descoberta e ao legado da Ciência Cristã vemos que não precisamos aceitar tal testemunho como legítimo, uma vez que êle rejeita a onipotência e onipresença do único e exclusivo poder verdadeiro — Deus, ou a Verdade.
Se nos defrontamos com o que nos parece ser uma manifestação invencível de fôrça física, em qualquer sentido, será útil perguntarmo-nos: “Há algum Deus nesta manifestação?” Se a resposta é negativa, então podemos tranqüilizar-nos com a convicção de que, conseqüentemente, nela não há poder, uma vez que o poder não pode ser separado de sua fonte divina ou ficar vinculado àquilo que é dessemelhante de Deus.
Uma vez reconhecida a inocuidade das situações ou condições discordantes, o mêdo cessa, e o pensamento fica assim livre para contemplá-las desapaixonadamente. Aquilo que é destituído de poder não pode produzir resultados; aliás, nada pode fazer.
Com elegante conclusão, nossa Líder declara: “Ou não há onipotência, ou a onipotência é o único poder” (ibid., p. 249). Cabe inteiramente a nós decidir a quem artibuir poder, e se a decisão fôr feita sàbiamente do lado de Deus, o Espírito, o Amor divino, nossa paz será mantida e nossa harmonia e segurança garantidas.
Certa vez, a articulista morava num lugar devassado, no alto de uma colina. Quando, em certas ocasiões, ventos de fôrça incomum sopravam contra a casa, a ajuda era sempre obtida pela compreensão de que, por não haver nenhum Deus em tal exibição de anarquia, esta não tinha poder, e, portanto, nada havia a temer. Ela reconhecia que as fôrças do bem são as únicas fôrças reais, porque são as únicas fôrças sustentadas pelo Princípio divino. Tudo o mais que parece poderoso, pode ser provado impotente e, por isso, inofensivo à luz da compreensão da onipotência eterna de Deus. O fato de não haver fôrças malévolas, quer latentes ou ativas, é motivo para júbilo.
Cristo Jesus jamais se desviava do verdadeiro caminho, porque nunca cedia à tentação de conceder poder a qualquer coisa que fôsse dessemelhante do bem. Quando se defrontava com várias formas de discórdia e de doença, reconhecia-os imediatamente como completamente destituídas de poder; de outro modo, não poderia ter demonstrado domínio tão maravilhoso. Quando Pilatos lhe perguntou: “Não sabes que tenho autoridade para te soltar, e autoridade para te crucificar?” Jesus respondeu: “Nenhuma autoridade terias sôbre mim, se de cima não te fôsse dada” (João 19:10, 11). Dêsse modo, o Mestre deu prova de sua fidelidade à onipotência do Espírito e suas harmonias.
Êste é o glorioso ensinamento da Ciência Cristã: que o poder pertence a Deus e é concedido sòmente por Êle; e como Êle é o bem infinito, segue-se que sòmente o bem possui poder real. Assim, tal como nosso Modêlo, podemos recusar-nos a desanimar ante o aparente poder do êrro em qualquer de seus disfarces, e podemos, em vez disso, permanecer na abençoada segurança expressa pelo autor do Apocalipse (Apoc. 19:6): “Ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas, e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! pois reina o Senhor nosso Deus, o Todo-poderoso.”