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A Oração que Cura e Purifica

Da edição de novembro de 1973 dO Arauto da Ciência Cristã


O Salmista cantou: “Dispõe-me o coração para só temer o teu nome. Dar-te-ei graças, Senhor, Deus meu, de todo o coração, e glorificarei para sempre o teu nome.” Salmos 86:11, 12;

É nisso — no louvar e glorificar a Deus, sintonizando nosso pensamento com a harmonia da Mente divina — que temos uma definição maravilhosa de nossa oração a Deus. A verdadeira oração cura e purifica. Na oração damo-nos conta de nossa unidade com o Pai celestial como causa primária de nosso ser, elevamos nosso pensamento a planos mais altos de compreensão espiritual e despertamos para uma percepção mais clara do propósito sagrado de Deus para conosco, o Seu reflexo. No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy descreve o espírito da verdadeira oração quando diz: “Para entrar no coração da prece, é preciso que a porta dos sentidos errôneos esteja fechada. Os lábios têm que estar mudos e o materialismo calado, para que o homem possa ter audiência com o Espírito, o Princípio divino, o Amor, que destrói todo erro.” Ciência e Saúde, p. 15;

Quando desejamos audiência com um dignitário, temos de anunciar nossa visita, temos de nos identificar, necessitamos de uma licença. Nas linhas que citamos acima, Mrs. Eddy nos mostra que, a fim de ser eficaz o nosso diálogo com Deus, temos de satisfazer a certas condições. Ela diz que “os lábios têm que estar mudos e o materialismo calado”. Somente quando silenciamos o calmor dos sentidos materiais e rejeitamos seu testemunho, sabendo-o irreal, porque não é sancionado por Deus, é que podemos ouvir a voz tranaüila e suave da Verdade.

“Ele faz ouvir a sua voz e a terra se dissolve”, Salmos, 46:6; lemos no Salmo 46. Que vem a ser esse poder, esse pronunciamento da Divindade, que dissolve o materialismo e faz com que este desapareça? Esse poder é a expressão de Deus, o sempiterno Eu sou. A necessidade básica da humanidade consiste em compreender e demonstrar que a natureza de Deus é o Espírito onipotente e sempre presente; consiste em compreendê-lo como a Vida, a Verdade e o Amor divinos, e em compreender que o homem é Sua imagem e semelhança. Essa compreensão revela o Cristo, a verdadeira idéia de Deus, que satisfaz a todas as necessidades humanas.

A Ciência Cristã revela que Deus é a Mente infinita, o bem que é Tudo-em-tudo, sempre-presente e que tudo sabe. Quando Ele proclama Seu ser eterno, Seu poder e presença imutáveis, então aquilo que parece opor-se a Deus — o mal e a matéria — forçosamente tem que desaparecer da consciência humana.

Quando elevamos nosso pensamento a Deus, em oração silenciosa, quando mantemos comunhão espiritual com Ele, percebemos e compreendemos na quietude de ser espiritual esse pronunciamento ininterrupto da voz divina. A voz de Deus é a única voz, e a criação — o homem e o universo — são Seu auditório obediente e Sua expressão. Como idéia de Deus, o homem está para sempre em união com Deus, tal como o efeito está em união com sua causa. Portanto o homem sempre pode ouvir a voz de Deus. Ele compreende a Palavra de Deus, pois Deus fala a cada um de nós por intermédio do Seu Cristo, a manifestação perfeita e completa de Deus.

O Cristo, como a idéia espiritual do Amor divino, está para sempre presente na consciência humana. Ele traz cura, alento, conforto, esclarecimento, direção infalível. Mrs. Eddy escreve: “Cristo é a idéia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana.” Ciência e Saúde, p. 332; Cristo Jesus sempre percebia essa “mensagem divina de Deus aos homens”; por isso pôde dizer: “Na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo porque não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou.” João 5:30;

Também nós podemos aprender a prestar atenção à mensagem do Cristo “a qual fala à consciência humana”. Por intermédio do suave ministrar do Cristo, a Verdade, nosso pensamento é enaltecido até perceber a realidade espiritual e assim nossa oração torna-se um reconhecimento grato e alegre da onipotência e da onipresença de Deus, o bem. Tal oração confere liberdade. Salva-nos do egoísmo e da escravidão do sentido material de existência porque traz a atividade sanadora do Cristo à nossa vivência. Leva-nos ao esclarecimento espiritual e à regeneração.

Tive certa vez uma experiência que provou que essa eterna ação do Cristo, o pronunciamento divino do Espírito na consciência humana, cura instantaneamente. Depois de uma temporada especialmente intensa de trabalho no escritório, fui acometido de uma dor de garganta e tinha muita dificuldade em engolir. Esse mal-estar me incomodou durante uns dois dias, apesar dos esforços feitos em espírito de oração para superar a dificuldade. Então, certa noite, fui levado a procurar no dicionário inglês o significado do verbo “inchar”. Lá encontrei, em parte, o seguinte: “sentir ou manifestar a tensão de estar excessivamente cheio de emoção;. .. estar inchado de soberbia e de orgulho; portar-se ou falar de maneira arrogante, pomposa ou com altivez.” Webster's New International Dictionary (Second Edition);

Quando volvi em oração o pensamento a Deus, pedindo ao Pai celestial que me mostrasse aquilo que era necessário corrigir no meu pensamento, acudiram-me claramente ao pensamento as seguintes palavras da primeira carta de Paulo aos Coríntios: “O amor. .. não se ensoberbece.” 1 Coríntios 13:4; Fiquei consciente de que o Amor é Tudo, de sua infinidade e do fato de que ele a tudo inclui. Tornou-se claro para mim que o Amor divino, na sua infinidade, de fato não podia ficar soberbo. Ele inclui tudo quanto realmente existe e não há poder ou presença separada de Deus, o Amor, que possa projetar elementos de egotismo ensimesmado no reino do Amor e da infinidade que a tudo inclui, para aí agarrar-se a uma das idéias de Deus. Com gratidão reconheci o poder que a Mente divina e o Amor divino têm de limpar minha consciência de tudo que não procede do Pai.

Aí, de repente, descobri o erro que precisava ser desarraigado do meu pensamento. Eu recebera no meu escritório a visita de uma pessoa que criticara injustamente o meu trabalho. Em vez de rejeitar a sugestão e substituí-la pela verdade, consenti que o ressentimento e a irritação lançassem raízes na minha consciência. Fiquei "ensoberbecido", com uma emoção própria dos mortais, alheia ao Amor, e isso havia se manifestado num estado físico discordante. É claro que imediatamente me pus a trabalhar a fim de corrigir meu pensamento em concordância com a petição na Oração do Senhor: “E perdoados as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”, Mateus 6:12; seguida da interpretação espiritual dada por Mrs. Eddy: “E o Amor se reflete em amor.” Ciência e Saúde, p. 17.

Quando uma nítida sensação da presença e da infinidade do Amor inundaram minha consciência, pude pensar na pessoa que parecera tão antagôncia anteriormente, e enxergar sua identidade espiritual verdadeira e concedida por Deus, portanto amável, digna de amor e amada. E com essa compenetração o inchaço se diluiu no seu nada inicial. Eu estava curado.

Cada um de nós tem a oportunidade e a habilidade de dar ouvidos à voz do Cristo, a Verdade, que ressoa perpetuamente na consciência. À medida que aceitamos humildemente a declaração que o Amor divino faz de sua eterna presença, poder e oni-ação, as orações são atendidas e a reforma, a purificação e a cura são as nossas valiosas recompensas.

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