Certa vez, quando os exércitos da Síria estavam em guerra com os exércitos de Israel, o rei da Síria determinou-se a capturar Eliseu, cuja visão espiritual havia frustrado seus mais bem delineados planos. As forças sírias haviam sido enviadas para cercar Dotã. A narração conta como o servo de Eliseu, saindo uma manhã, bem cedo, ficou chocado ao encontrar cercada toda a cidade. O profeta não pareceu perturbado pela situação. Calmamente, orou para que os olhos do servo se abrissem, a fim de que ele visse as poderosas forças protetoras de Deus. Sabemos que “O Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu”. 2 Reis 6:17;
Sendo a Escola Dominical da Ciência Cristã uma atividade de importância vital na expansão de nosso movimento, o magnetismo animal gostaria de cercá-la com crenças de limitação. Essas sugestões mesméricas não precisam ser mais destrutivas do que as forças sírias que cercavam a cidade. Para que uma igreja filial tenha uma Escola Dominical que exerça influência vital e enaltecedora na sociedade que serve, os membros precisam ter, até certo ponto, a mesma qualidade da visão espiritual de Eliseu. Eles precisam discernir a totalidade da idéia espiritual de Igreja, como Deus a conhece — indestrutível, substancial, útil e completa.
Suponhamos que aparentemente nos defrontemos com uma Escola Dominical, cuja atividade tenha sido desvirtuada ou tenha sido reduzida. O que aceitaremos como seu verdadeiro estado de saúde? Podemos dizer, com a certeza da percepção espiritual: “Ela está bem!” ou será que começamos a arranjar desculpas: “Em nossa igreja não há muitos casais com filhos jovens. .. Há poucas crianças na vizinhança. .. As crianças dos arredores freqüentam outras Escolas Dominicais. .. Nossa área é de aposentados.” Isso é admitir, como o servo de Eliseu, que a situação não tem esperança, e o inimigo é avassalador.
No livro-texto, Ciência e Saúde, nossa Líder, Mrs. Eddy, nos dá uma dupla definição de “filhos”. Primeiro, o sentido científico: “Os pensamentos e representantes espirituais da Vida, da Verdade e do Amor”; em seguida, o ponto de vista material: “Crenças sensuais e mortais; falsificações da criação, cujos originais melhores são os pensamentos de Deus, não no estado de embrião, mas no de maturidade; suposições materiais de vida, substância e inteligência, opostas à Ciência do ser.” Ciência e Saúde, pp. 582, 583;
Como é que encaramos as crianças? Como idéias divinas, para sempre incluídas na Igreja perfeita, ou como conceitos sensuais? Não temos a tendência, às vezes, de nos mesmerizar ante o sentido humano, que se delineia fisicamente, afirmando ser esse ponto de vista uma realidade? Entretanto, na realidade não demonstraremos a verdade de maneira eficiente, enquanto não firmarmos nosso pensamento no espiritual. Em primeiro lugar, o progresso da Escola Dominical não depende de fatores humanos, como o provimento de crianças e de professores, e sim, de nossa compreensão da natureza, da totalidade e do propósito espiritual da Igreja e do homem. Devemos ater-nos com firmeza à verdade da identidade espiritual e da individualidade das crianças, como nos diz Mrs. Eddy, antes que possamos colher bons resultados.
A Escola Dominical é parte integrante da instituição humana, a igreja. Cresceu no pensamento de nossa Líder, por seu amor às crianças. Na vida, sua finalidade e sua continuidade estão governadas e protegidas pelo Manual de A Igreja Mãe de autoria de Mrs. Eddy. Para os jovens, é a manifestação da Igreja espiritual e verdadeira. Podemos, então, estar certos de que a mente carnal levantará forte resistência, pois o fundamento universal da Igreja na consciência assinala a condenação do erro.
Com visão profética, deveríamos ater-nos à verdade de que a Igreja é universal, segura, completa, e que “os pensamentos e os representantes espirituais” e harmoniosos da Mente infinita estão em toda parte, enchendo todo o espaço. Assim, ao invés de vermos um inimigo a rodear nossa Escola Dominical, sob a forma de falta, apatia, preconceito, teologia escolástica, limitação e baixa freqüência, reconheceremos a totalidade de todas as idéias espirituais e sua natureza divina, no ponto exato em que esses fatores negativos pretendem agir.
O alvo é ver além da aparente situação de debilidade. A Ciência Cristã exige demonstração. Por onde devemos começar? Pelo ponto de vista mais elevado de um Deus perfeito e uma Igreja perfeita e a convicção de que essa idéia divina — a Igreja e sua atividade — é mantida, sustentada e realizada pela Mente criadora.
Os erros que querem opor-se ao crescimento e ao desenvolvimento da Escola Dominical, precisam do mesmo tratamento que Eliseu deu ao sombrio relato de seu jovem criado. Ao olhar pelas lentes da Ciência Cristã, ao invés de olhar pelas lentes da limitação material, podem-se dominar esses inimigos, pode-se ver através de sua aparência embaraçosa, e além dela.
A apatia, a indiferença e o preconceito da mente carnal são impotentes para se oporem ao amor e à maternidade de Deus, que protege e acalenta a idéia cuja manifestação exterior é nossa Escola Dominical. Ouçamos estas enfáticas palavras de nosso livro-texto: "Há autoridade divina para crer na superioridade do poder espiritual sobre a resistência manterial.” p. 134;
A carência não tem lugar nos planos da Mente perfeita, que alimenta suas idéias desde a fonte do suprimento espiritual. A mesma fonte que no deserto, no tempo de Jesus, alimentou milhares de pessoas, alimenta a Escola Dominical. As idéias emanam de Deus e são espirituais. Quando, porém, são acalentadas e acolhidas em nossa consciência, produzem fruto, de maneira significativa, na experiência humana.
Estejamos bem certos de não estarmos lutando pelas crianças em um sentido material e limitado. A Igreja, como se compreende na Ciência Cristã, é uma idéia espiritual que envolve todo o ser. Em realidade, a verdadeira identidade de toda criança, em toda localidade, já está incluída na Igreja. Em nossas orações pela Igreja e pela Escola Dominical, deveríamos englobar as crianças, sem incorrer no sentimento de culpa por separá-las de outras religiões ou de outras localidades, mas reconhecendo claramente que há apenas uma Igreja, uma unidade espiritual cujo amor envolve a todos agora, já. Há imensas áreas em que a semente ainda está por ser lançada.
Mrs. Eddy escreve: “Milhões de mentes sem preconceitos — que com simplicidade procuram a Verdade, viandantes fatigados, sedentos no deserto — aguardam, atentos, o repouso e o refrigério. Dai-lhes um copo de água fresca em nome de Cristo, e nunca receeis as consqüências.” p. 570. Nosso campo já está pronto para a ceifa.
Pode parecer que os inflexíveis pontos de vista da teologia escolástica mantêm a Ciência Cristã à distância e rejeitam o amor que expressamos, mas o reconhecimento da natureza impessoal desse erro nos torna capazes de combatê-lo. A teologia escolástica não tem maior poder, hoje, para impedir o desenvolvimento da idéia espiritual, do que tinha para, nas demonstrações de Jesus, abafar a atividade do Cristo. O que hoje se evidencia é que os jovens procuram, avidamente, algo que não se encontra nas igrejas tradicionais. Buscam identidade, uma razão de existir, e a Ciência Cristã tem a resposta. Esse é o novo aspecto da religião. O apelo que recebemos é para que haja maior dedicação ao trabalharmos pela nossa própria compreensão do que é a Igreja.
À medida que os membros da igreja envolverem a Escola Dominical e a localidade nesse trabalho devotado, o poder de solução que o Amor possui anulará as sugestões agressivas da depreciação própria, da falta de vontade de ensinar e das atividades que competem pelo interesse dos alunos. Uma congregação alerta, que trabalhe desse modo, estará também pronta para quaisquer passos humanos que possam parecer corretos, tais como alegrar e modernizar as dependências da Escola Dominical, convidar crianças, fazer anúncios da Escola Dominical, e assim por diante. Tais passos, porém, são apenas auxiliares; as forças regeneradoras e renovadoras são espirituais.
Deus só conhece a totalidade de Suas idéias. Elas expressam a utilidade e a finalidade do bem. Para vermos corretamente nossa Escola Dominical, devemos elevar o pensamento acima da névoa das medidas e das limitações materiais e perceber, com o discernimento e a visão do sentido espiritual, a riqueza do Amor que abrange a todos. Essa visão inspirada reconhece que “os pensamentos e representantes espirituais da Vida, da Verdade e do Amor” já ocupam a Igreja.
