Ao fim do capítulo sobre a Prática da Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris’tiann sai’ennss., em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy faz esta advertência: “Cientistas Cristãos, sede uma lei para vós mesmos, para que a má prática mental não vos possa prejudicar, quer estejais adormecidos, quer estejais despertos.” Ciência e Saúde, p. 442; E no livro The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, sob o título “Tomem Nota”, refere-se a essa declaração, dizendo: “Aos Cientistas Cristãos: — Vejam Ciência e Saúde, página 442, linha 30, e dêem-lhe atenção diária.” My., p. 237;
Ao descrever um professor consciencioso de Ciência Cristã, Mrs. Eddy diz: “[O professor] sente-se moralmente obrigado a abrir os olhos de seus alunos para que estes possam perceber a natureza e os métodos do erro de toda espécie, principalmente qualquer grau sutil do mal, que engana e é enganado. Toda má prática mental provém da ignorância ou da malícia premeditada. É a ação perniciosa duma mente mortal a dominar outra por motivos injustos e é exercida com propósitos, seja errôneos, seja malignos.” Ciência e Saúde, p. 451;
Mrs. Eddy não nos deixou indefesos diante das ameaças da má prática. Ela nos muniu com seguros meios de defesa. Revelou a verdade sobre Deus e o homem, e o Salmista se refere a essa verdade quando diz: “Cobrir-te-á com as suas penas, sob suas asas estarás seguro: a sua verdade é pavês e escudo. Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia.” Salmo 91:4, 5;
A verdade sobre Deus e o homem é que Deus é Tudo e é o bem, e que o homem existe como o reflexo de Deus. Deus é o único Espírito e o homem é motivado por esse Espírito somente. O homem real, portanto, é incapaz de ser erroneamente motivado. Deus é a Mente, a Mente única, e o homem, a idéia de Deus, é incapaz de pensamentos que não se originem nessa Mente única e que não sejam motivados pelo único Espírito, Deus, o bem. Essa verdade de Deus e do homem, compreendida, nos defende do único poder que a má prática mental parece possuir — a crença de que motivos maus e pensamentos ímpios sejam reais. Mas meramente repetir as palavras da verdade, ou prazenteiramente pensar na verdade, não é suficiente para destruir essa crença. Nem é a contemplação emocional temporária da beleza e da harmonia de um Deus perfeito e de um homem perfeito, uma defesa adequada contra os ataques maliciosos que advêm dessa crença.
Precisamos de uma compreensão clara de que a Mente divina é a fonte de cada um de nossos pensamentos. Então podemos certificar-nos de que os nossos pensamentos espiritualmente motivados, divinamente inspirados, excluem qualquer coisa que possa ofender ou prejudicar aquilo que estamos conscientes que somos.
É dever do Cientista Cristão reivindicar para si mesmo e para os homens de qualquer lugar a verdade do ser espiritual. Mas falhamos nesse dever quando supomos haver feito a reivindicação sem ter dado os passos para torná-la efetiva. Insistir em que somos perfeitos quando não damos mostras, moralmente, de realmente desejar ser espirituais e perfeitos, deixa uma brecha na nossa consciência por onde podem vir os ataques da má prática mental. Essa brecha é a diferença entre o grau de perfeição que estamos humanamente capacitados a expressar e a perfeição que de fato expressamos. Ela atesta nossa crença na realidade de motivos maus e de pensamentos ímpios. Se estivermos perscrutando honestamente os nossos próprios pensamentos, procurando toda oportunidade possível de melhorá-los de modo que representem as nossas aspirações espirituais mais elevadas, não deixaremos brecha entre a nossa habilidade consciente de fazer o bem e o bem que de fato fazemos. Então o "terror noturno” e a "seta que voa de dia” não podem achar o caminho para onde conscientemente nos encontramos.
Freqüentemente se diz que, se não desejamos estar sujeitos à má prática, não devemos fazer má prática. Esse é um conselho bom, mas não oferece defesa completa contra a má prática. A nossa defesa reside na nossa inocência. A inocência, porém, de modo algum significa ignorância. Cristo Jesus foi, e é, o símbolo da verdadeira inocência. Foi chamado o Cordeiro de Deus. Mas ele demonstrou sua inocência, não por ignorar o mal, mas por enfrentá-lo com um conhecimento integral das ações sutis e sinistras do mal, não cedendo à nenhuma de suas tentações, não reagindo de nenhum modo peculiar ao mal.
Ninguém na terra jamais teve maior conspiração, falsidade, ou ódio dirigidos contra si. Mas mesmo na cruz — escarnecido, injuriado por seus inimigos — sua resposta foi: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Lucas 23:34. Desejava que fossem perdoados. Ele os amava. Não havia nele nada que tivesse a possibilidade de reagir aos motivos e pensamentos maus daqueles que o odiavam. Como resultado, provou para todos os tempos e para cada um de nós o caminho da segurança e da vitória sobre quaisquer forças supostamente opostas ao bem.
Não necessitamos conhecer cada pensamento mau dirigido contra nós. Não deveríamos desejar conhecê-los. Mas também não deveríamos desejar fugir à oportunidade de amar aqueles que, maliciosa ou ignorantemente, dirigem seus pensamentos destrutivos contra nós. Quando somos tão honestos, atenciosos, deferentes, gentis e amáveis uns com os outros quanto sabemos ser, e quando somos tão fiéis a Deus no estudo e na prática de Suas verdades reveladas quanto sabemos ser, podemos, sem medo, esquadrinhar o horizonte do pensamento em todas as direções e saber que estamos em segurança. O que quer que vejamos e que não seja motivado pelo Espírito, formado pela Mente, expressando a bondade pura do Amor divino é, na realidade, não somente destituído de poder, mas também por inteiro incapaz de produzir humanamente uma reação em nós. Assim, sendo uma lei para nós mesmos, podemos defender-nos e estar vigilantes e livres para fazer o trabalho que diariamente temos de fazer.
