Todos nós nos defrontamos diariamente com problemas de relações humanas. O modo pelo qual lidamos com eles determina em muito a harmonia de nossa experiência.
O homem real — a nossa identidade e a de todos os demais — é a idéia espiritual da Mente, Deus. Refletindo a natureza divina, o homem é inofensivo, harmonioso, puro e amável. Feito à própria imagem e semelhança de Deus, é motivado por Deus, governado por Deus e inspirado por Deus. Está sempre em boas relações com seu próximo. Através da oração que afirma a verdade espiritual, podemos fazer com que nossas vidas estejam de acordo com nossa verdadeira identidade de homem.
Em palavras e em atos Jesus representou esse homem, a imagem e semelhança perfeita de Deus. Manifestou a harmonia de Deus e provou que isso é possível a todos nós. Constantemente ele fazia com que a humanidade volvesse o pensamento para o poder eterno de Deus como a origem contínua da bondade e da felicidade do homem. Disse: “Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco.” Marcos 11:24; Mary Baker Eddy escreve, a respeito de Cristo Jesus: “Para Cristo, a Vida não era apenas um sentido de existência, mas um sentido de poder e de habilidade para subjugar condições materiais.” Unity of Good, p. 42;
A Ciência Cristã ensina que nossa consciência governa nossa experiência. Quanto mais recusamos admitir a discórdia na consciência, tanto menos a experimentamos. À pergunta: “É real aquilo de que os sentidos físicos tomam conhecimento?” a sr.a Eddy responde: “Todas as coisas são tão reais quanto você as faça, e não mais. O que você vê, ouve e sente, é um estado de consciência e não pode ter outra realidade a não ser o conceito que você entretém a esse respeito.” ibid., p. 8;
O que fazer, então quando um conhecido nosso de repente torna-se insensato, injusto, irado, ou mesmo cheio de ódio? Como podemos negar a realidade de tais reações quando as ouvimos com os nossos ouvidos, vimos com os nossos olhos e lhes sentimos o impacto abusivo e corrosivo?
E bastante simples, mas requer rigorosa disciplina espiritual.
Primeiro, envolvemos nosso irmão no Amor divino. Um desentendimento ou rixa é apenas uma fase da falsidade do erro, isto é, do mal. Podemos imediatamente volver nosso pensamento a Deus, o bem, e fazer uma simples pergunta: “É Deus a causa disso?” Se Ele não for — como não é — então, de fato, não há conflito algum em andamento.
O sentido físico nunca pode dar testemunho verdadeiro das atividades do homem. Os sentidos materiais não podem conhecer o homem da criação de Deus. Só o sentido espiritual pode dizer-nos a verdade sobre qualquer situação. “A evidência que se apresenta aos sentidos corpóreos não é a Ciência do homem imortal”,Ciência e Saúde, p. 417. diz o livro Ciência e Saúde, de autoria da sr.a Eddy. A discórdia nunca é real. Jamais tem identidade, substância, atividade, ou lei que a apóie. E o homem genuíno nunca é o porta-voz do erro.
O que precisamos fazer é negar vigorosamente a fricção, reconhecendo os fatos espirituais. Jamais o homem disse algo incorreto ou mau; e jamais homem algum o ouviu. Jamais o homem enganou ou foi enganado. Não há homem que possa crer no erro; não há mente que o possa registrar.
O mal simplesmente tenta-nos fazer crer em um poder separado de Deus — em uma atividade que não seja motivada por Deus — e em relações que estejam fora do controle do Amor. O que somos capazes de provar é que não podemos ser derrubados do pináculo do verdadeiro conhecimento; não podemos ser tentados a crer que nosso irmão tenha sido derrubado. Podemos simplesmente eliminar, como a uma testemunha falsa, qualquer pretensão de que a consciência material possa nos controlar. Se recusamos acreditar na mente mortal ou a ela reagir, então a mente mortal perdeu sua única chance de enganar com êxito.
A agitação ou tensão existentes nas relações difíceis não é fundamentalmente resultante do fato de que a outra pessoa foi insensata, injusta ou agiu sob o impulso do ódio — nem por haver ela reagido a algo que considerou errado de nossa parte. Resulta da tentativa da mente mortal em fazer-nos crer na imperfeição e no conflito, e do fato de estarmos aceitando essa sugestão.
À medida, porém, que permanecemos firmes no reconhecimento da similitude do Cristo, inerente a todo ser, a pretensão de que a fricção tenha poder cede ou se dissolve em sua nulidade real. Se tornamos impessoal o mal — se amavelmente o separamos inteiramente do homem, e reconhecemos apenas o poder e a presença divinos — sentimo-nos unificados a Deus e Sua criação. E essa conscientização não só nos regenera como também ajuda nosso irmão a se elevar.
Corretamente aplicada, a Ciência Cristã pode sanar relações tensas, quer sejam estas causadas por ciúme, temor, ódio, deslealdade, competição egoísta, ou por algum outro defeito — em nós ou em outrem — e torná-las felizes. A lei de Deus é aplicável a qualquer situação no atendimento de necessidades humanas. Essa lei é o amor de Deus a manifestar-se a nosso favor. Vivendo esse amor, provamos a capacidade de relacionar-nos harmoniosamente com outros.
