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Nosso Autor Divino

Da edição de fevereiro de 1974 dO Arauto da Ciência Cristã


Um dos personagens extraordinários em O Mercador de Veneza, de Shakespeare, é Pórcia, mulher de grandes encantos, indubitável integridade e elevado intelecto. Onde é que Pórcia morava? Em Veneza? Em Pádua? Não, ela vivia na mente de seu autor, que a tinha criado. Só podia fazer, ser, e expressar aquilo que a mente de seu autor lhe ordenava fazer, ser e expressar. Até mesmo seu discurso imortal sobre a misericórdia, que ela descreveu como “um atributo do próprio Deus”, era realmente um enunciado de seu autor, embora parecesse provir dos próprios lábios dela.

A sr.a Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Aqueles que estão instruídos em Ciência Cristã alcançaram a gloriosa percepção de que Deus é o único autor do homem.” Ciência e Saúde, p. 29;

Onde é que o homem vive? Na Mente de seu autor — na Mente divina que é seu autor — e em nenhum outro lugar. Que é que o homem faz? Faz aquilo que a Mente única, seu autor, lhe ordena fazer — e nada mais. Por quê? Porque é uma idéia concebida exclusivamente pelo único Pai-Mãe Deus. Em realidade, não podemos estar fora da Mente de nosso autor e expressar algo que não esteja nessa Mente perfeita, assim como também Pórcia não podia estar fora da mente de Shakespeare e ser algo que ele não houvesse criado.

Que dizer, então, do mal, da doença, do pecado e da morte? São eles realmente parte do homem? Por certo que não, pois esses erros nunca estiveram presentes na Mente que é a autora, a causa única e criadora, que é Amor. Podem ser repudiados como nulidade, como não tendo origem, causa, criador, nem autor. O reconhecimento desse fato dá-nos confiança a fim de dominarmos todos os assédios do mal, não importa que forma possam tomar. São irreais porque são desconhecidos para Deus, e nunca podem chegar à Sua presença.

“Nada é novo para o Espírito”, escreve a sr.a Eddy em Ciência e Saúde. “Nada pode ser novidade para a Mente eterna, autora de todas as coisas, a qual desde toda a eternidade conhece Suas próprias idéias. A Divindade estava satisfeita com Sua obra. Acaso poderia não estar satisfeita, já que a criação espiritual era o produto, a emanação, do conteúdo infinito de Deus e de Sua sabedoria imortal?” ibid., pp. 518-519;

Ninguém teve visão mais clara de que a Mente divina é a autora, do que Cristo Jesus, o qual insistiu que em tempo algum podia haver separação entre ele e Deus. Disse: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.” João 5:19; Ele provou essa indissolúvel união, ou unidade, de Pai e filho, criador e criação, por recusar dar realidade a qualquer tipo de imperfeição, por curar todas as espécies de doenças e discórdias.

O produto que o criador único, o Espírito, declarou ser “muito bom” Génesis 1:31;, é inteiramente espiritual e perfeito, e é a única criação. Não contém nenhum elemento destrutivo ou destrutível. Não tem defeitos, pois se os defeitos fossem conhecidos da Mente criadora haveria dentro daquela Mente o germe de sua autodestruição, o que é inconcebível! Não há deficiências no plano perfeito de toda a criação, que emana do arquiteto e construtor eterno. Na proporção em que aceitamos essa grande verdade, somos capazes de demonstrar a Ciência dessa criação, a Ciência Cristã, da qual Deus é o único autor. É esse o caminho para estarmos livres da ilusão do mal sob todas as suas formas.

O assombroso êxito do trabalho de cura da sr.a Eddy pode ser atribuído em grande escala ao seu reconhecimento mental decidido de que a Mente é a autora de tudo o que é real e bom. Escreve ela: “A única resposta correta à pergunta, «Quem é o autor do mal? é a exposição científica de que o mal é irreal; de que Deus fez tudo o que foi feito, mas que Ele jamais fez o pecado ou a doença, isto é, nem um erro da mente, nem um erro do corpo. A vida na matéria é um sonho: o pecado, a doença e a morte constituem esse sonho. A Vida é Espírito; e quando despertarmos do sonho de vida na matéria, aprenderemos essa grande verdade do ser.” Christian Healing, p. 9.

Torna-se evidente, portanto, que, se alguma vez devemos cessar de experimentar o sonho de vida na matéria e todos os tristes frutos de pecado, doença e morte, precisamos adquirir um conceito mais claro da autoria divina, ou origem espiritual, desimpedido de qualquer conceito terreno.

As nuvens da glória a trilhar
viemos, de Deus, que é nosso lar ...

cantou Wordsworth na “Ode on Intimations of Immortality” (Ode sobre as Intimações da Imortalidade), reconhecendo Deus como a verdadeira origem e Vida do homem. A Ciência Cristã dá-nos plena capacidade para ver Deus como o Princípio vitalizante do homem.

Uma vez que o Espírito é o nosso autor divino, nossa verdadeira natureza de homem é espiritual e de maneira alguma dependente da matéria. O Espírito expressa-se em verdadeira substância e no ser indestrutível, do qual o homem é a evidência perpétua.

A Alma expressa-se em características, funções e faculdades espirituais, que não podem definhar ou deteriorar-se, e o homem é a expressão radiante da Alma, levando o selo da aprovação e da perfeição de seu autor. Além disso, a natureza da Alma é impecável, pura e não contaminada por quaisquer dos males do sentido material. O homem reflete essa natureza de seu autor, pura e sem pecado, e portanto não é suscetível de corresponder às sugestões más de qualquer espécie.

Quando realmente compreendermos essas verdades e a Ciência que elas demonstram, deixaremos de ficar assustados diariamente pelas notícias transmitidas pelos veículos de informação a respeito de crimes, guerras, violências e perversões. Por quê? Porque veremos que essas coisas são a fantasmagoria da crença mortal, e não são, de modo algum, o produto da Mente criadora e totalmente inteligente que é Deus. Então constataremos que a única maneira pela qual o mal poderá ser destruído consiste em compreendermos a completa nulidade dele e recusarmos ceder aos seus muitos engodos no único campo que podem querer ocupar — a consciência humana incrivelmente crédula.

A natureza de Deus, o Amor, é a de expressar-se como Pai e Mãe, dando continuamente todo o bem a Seu produto e idéia, nutrindo e sustentando Sua criação. O homem é para sempre quem recebe aquilo que o Amor eternamente dá, é o amado do Amor, retribuindo com satisfação completa ao seu autor divino. “A Divindade estava satisfeita com Sua obra.” Por quê? Porque Sua obra, a obra do Princípio imutável, indesviável e infalível, era, é e sempre será perfeita.

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