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Paz, uma Atitude Ativa

[Original em alemão]

Da edição de fevereiro de 1974 dO Arauto da Ciência Cristã


Talvez agora, mais do que nunca, a humanidade esteja compreendendo a inutilidade das guerras. Apesar dessa centelha de visão mais clara, ainda há guerras. Será que a razão humana é insuficiente para evitá-las?

Enquanto o pensamento humano provier da noção de que cada indivíduo possui sua própria mente baseada num corpo, exposta a influências boas e más, haverá desentendimentos, atritos e guerras. Sem dúvida, a razão tem exercido uma influência moderadora. Se assim não fosse, a humanidade já se teria exterminado. Mas a guerra parece que ainda continua irrompendo entre as nações e no entanto, como a Ciência Cristã o explica, ela não é nada mais do que o resultado do pensar errôneo, tal como o são os atritos entre os indivíduos.

A compreensão da Verdade espiritual é mais elevada do que todo raciocínio humano. A Verdade espiritual é a revelação fundamental da idéia-Cristo — trazida à luz pela Ciência Cristã. Ela mostra que o homem, em sua identidade espiritual e real, é o filho de Deus. Ele é o reflexo do Princípio divino. Como a imagem e a semelhança de Deus ele reflete a consciência e a inteligência da Mente divina.

A sr.a Eddy diz em Ciência e Saúde: “Só pode haver uma Mente, porque há um só Deus; e se os mortais não pretendessem ter outra Mente, e não aceitassem nenhuma outra, o pecado seria desconhecido. Só podemos ter uma Mente, se esta é infinita.” Ciência e Saúde, p. 469;

Qualquer pessoa que não pretenda ter outra Mente além da divina, pode reconhecer que a crítica destrutiva, o ato de culpar e condenar pessoas, governos, nações ou raças não ajuda a superar os atritos e as guerras, assim como o ato de repetir boatos e conjeturas não adianta nada.

Por outro lado, o mero ato de ignorar o mal, também não adianta. Além disso, o mal que diz existirem muitas mentes separadas capazes de estar em desacordo com o bem, ou a Mente divina, precisa ser exposto como uma sugestão. O medo ao mal precisa ser destruído em nossa consciência, pois o mal é uma ilusão. Precisamos perceber a total irrealidade de toda pretensão falsa e substituí-la pela alegria e certeza de que o bem é onipotente e onipresente.

Pela compreensão espiritual dessa Verdade divina, pode-se alcançar uma paz genuína, uma paz que não significa apenas silenciar as armas, mas a mobilização das qualidades mais elevadas da Mente divina, a própria aplicação do Amor que a tudo envolve. A paz é uma atitude ativa, uma ação cooperadora e harmoniosa que emana das energias e idéias infinitamente abundantes da Mente divina.

Pela aplicação da Verdade podemos demonstrar a paz em nosso relacionamento humano. Isso foi comprovado por um jovem que progredira em sua profissão e estava ocupando um cargo de gerência, quando percebeu que um de seus colegas o hostilizava com relação a esse cargo. Havia conflito. O jovem tentou resolver o problema mediante a Ciência Cristã. Compreendeu que todos os filhos de Deus são governados pela Mente divina e única, e por isso não podem estar em conflito uns com os outros.

A situação, porém, permaneceu inalterada enquanto prosseguia com seu trabalho científico no desejo de ser aceito em seu cargo. Finalmente, em oração sincera, veio-lhe o pensamento de que a Mente divina é a única Mente do homem, e que tudo o que precisava ser aceito era essa autoridade divina, o que se aplica a todos. A tensão entre os dois colegas desapareceu de imediato. Uma conversa amigável, que manifestamente foi o resultado do reconhecimento exclusivo da Mente única e divina que a tudo controla, transformou o conflito em harmonia e cooperação.

É nossa tarefa, como Cientistas Cristãos, demonstrar a paz ativa em nossas relações imediatas com aquilo que nos cerca. Esforçamo-nos para viver na consciência perpétua da onipresença da Mente e do Amor divinos. Na medida em que conseguirmos fazê-lo, não mais seremos hostis para com ninguém, não estaremos mais aborrecidos com ninguém, nem seremos indiferentes a ninguém. O que se exige de nós é um amor abnegado, o qual só podemos possuir na medida em que tenhamos alcançado a compreensão espiritual da totalidade da Mente divina e seu reflexo.

Cristo Jesus tinha inimigos. Ele não tolerava nenhuma fase da pretensão de que houvesse um poder separado de Deus, o bem. E mesmo assim ele viveu em paz, na paz ativa da contínua expressão das qualidades divinas, o que o habilitou a triunfar até sobre a morte.

Ele demonstrou o Cristo, a verdadeira compreensão do ser espiritual, de maneira tão destacada, que teve autoridade para pôr a descoberto e destruir qualquer pretensão do mal que o confrontasse nos casos que curava. Transformava o pecador e curava o doente sempre que a pessoa estivesse preparada para aceitar o Cristo.

É bom que em nossa época muitos conceitos e costumes sejam postos em dúvida. A força, todavia, só desencadeia mais força, e na melhor das hipóteses transfere os problemas, mas não os resolve. Além disso, na força há sempre o perigo do caos.

Há utopistas que dizem estar a sociedade já em um caos, longe de assemelhar-se à ordem. Mas o caos, onde ele prevalece, deve ser atribuído, não à ordem humana, que se reconhece não ser de todo adequada, mas ao desrespeito a essa ordem. Não deveríamos interpretar as coisas a partir de seu uso impróprio. Foram necessários centenas, ou até milhares de anos, para que a humanidade chegasse aos conceitos atuais de lei e de ordem que os utopistas de hoje deixam de lado sem a menor consideração.

Essa ordem está baseada em grande parte nos ditames éticos dos Dez Mandamentos da Bíblia. Não se trata portanto de ignorar essa ordem, ou mesmo de revogá-la, mas sim de melhorá-la, aproximando-a cada vez mais aos conceitos éticos mais elevados.

O primeiro desses Dez Mandamentos diz: “Não terás outros deuses diante de mim.” Êxodo 20:3. Reconheçamos apenas Deus, o bem, como autoridade suprema, como poder, presença, Verdade e como a fonte de tudo o que podemos experimentar em nossa vida, e consideremos todas as demais pretensões como uma ilusão do sentido material. Isso exige vigilância constante. A paz em nosso coração, e em tudo o que nos cerca, bem como entre as nações, não é um passivo o-que-vier, vem-bem, mas sim, é a manifestação das qualidades divinas, que o homem possui como imagem e semelhança de Deus. Essas qualidades precisam ser mobilizadas. A paz é uma atitude ativa.

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