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O homem Jesus

Da edição de dezembro de 1975 dO Arauto da Ciência Cristã


Não faz muito tempo, ao ouvir belo e antigo hino evangélico da história de Jesus ser cantado na igreja de uma pequena ilha distante, pus-me a pensar: “Sim, também amo a história, a história de Jesus, o homem — o homem que fez mais para ajudar a humanidade do que qualquer outro homem que já tenha vivido.” E será que o mundo não necessita ouvir essa história hoje, talvez mais do que nunca? É ela muito mais do que uma história, é o nítido exemplo de como todos nós devemos viver.

O Cristo, hoje revelado mediante a Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris’tiann sai’ennss. em seu poder curativo sem desgaste, está sempre conosco. É ele a manifestação da Verdade divina em ação exatamente aqui onde estamos. Mas para conhecermos o Cristo e o vivermos na nossa vida diária é preciso que compreendamos por inteiro o homem Jesus e os métodos desse homem que com tanta coerência demonstrou o Cristo no viver diário. É necessário que encontremos o Cristo no exemplo e pelo exemplo de Jesus, o homem. Simultaneamente conheceremos e compreenderemos mais a Jesus por meio poder do Cristo a obrar em nós.

Sinto-me sempre atraída pelo fato de que os discípulos, mesmo após a partida de Jesus, não se limitaram a pregar o Cristo para as pessoas que eles salvavam e curavam, mas continuaram a viver como Jesus lhes havia ensinado. Os discípulos pregavam a Cristo Jesus, mostrando assim a importância do homem cuja vida havia demonstrado o poder do Cristo e que pelo exemplo lhes ensinara como curar. Era em nome de Jesus Cristo de Nazaré que eles curavam, e grandiosas foram as curas que se sucederam e grande o povo que “no seu nome” foi acrescentado à comunidade cristã, dando assim ao homem Jesus o lugar merecido na ordem divina da salvação.

Podemos refletir acerca de alguns dos nomes, ou títulos, outorgados a Jesus. O que nos significam eles hoje em dia ?

Jesus é nosso Salvador. Isto, não porque ele haja salvo a humanidade e nada mais lhes tenha deixado para fazer (nisso não há poder salvador verdadeiro), mas porque nos mostrou com seus ensinamentos maravilhosamente claros como todos nós nos podemos salvar. Os ensinamentos dele, compreendidos e praticados, salvam-nos de males de toda espécie: do contágio moral, da infecção física de doenças, da sugestão agressiva de dependência de drogas, tão desmedida hoje em dia — na verdade, de todos os falsos desejos — ao despertar-nos para a nossa identidade verdadeira como filhos de Deus.

Depois, há o título de Mestre. Acho que os discípulos gostavam de se dirigir a ele desse modo, pois usaram tantas vezes essa palavra. Ela significava Rabi, Professor, naquela época, mas possui maiores implicações para nós, no século vinte. Lembra-nos ela do supremo predomínio que Jesus exercia sobre a matéria — com todas as suas pretensões a dor e prazer, substância, vida e inteligência à parte de Deus. Que melhor modelo pode ter o mundo hoje para enfrentar os desafios do materialismo?

Curando de acordo com o exemplo de Jesus, a Ciência Cristã deixa claro que todo pecado ou doença, qualquer que seja seu tipo, tem como base a tentação mental. Assim sendo, a primeira ação de predomínio, como Jesus mostrou no deserto, tem de ser a de senhor de seu próprio pensamento. Jesus não tolerava prazer no pecado ou curiosidade a esse respeito, ou desejo de fazer experiências com o pecado. Ele só servia a Deus, o bem. O mal não o atraía. O poder de sua bondade dava-lhe domínio completo sobre tudo quanto fosse oposto ao Espírito e à espiritualidade. Que exemplo para todos nós, hoje em dia!

O título de Guia é outro título cheio de amor, dado amiúde a Jesus. O próprio Jesus concedeu autoridade a esse título nesta sua afirmação: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” João 14:6; Nenhum de nós tem possibilidade de demonstrar o divino Princípio do ser em sua vida a não ser pela maneira crística que Jesus nos ensinou. Disse: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita,” 6:63 ; e mediante a sua vida, deu provas do que dizia. Ele nos conduz, como nenhum outro pode fazê-lo, das crenças da carne para o poder do Espírito.

O título de Modelo sem dúvida brota de sua própria observação: “Eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” 13:15; Se os títulos de Salvador e Guia nos são de ajuda nas lutas do mundo e o termo Mestre nos anima a enfrentar, com verdadeiro domínio, toda circunstância adversa, Jesus como o grande Modelo é de conforto especial para aqueles que anseiam seguir seu exemplo na cura da doença, do pecado e da morte. É essencial para o sanador cristão manter-se próximo do homem Jesus, observando-lhe as obras, aprendendo dele os métodos espirituais. Somente fazendo isso poderemos segui-lo no caminho da cura como ele nos ordenou.

Quanto podemos aprender conhecendo sua bondade pura e sua coragem magistral ao enfrentar o erro ! Sua perspicácia e percepção mostravam-lhe exatamente o que precisava ser tratado no pensamento de seus pacientes, mas Jesus nunca associava o pecado aos pecadores que estavam tentando libertar-se, nem adicionava falhas de caráter a pessoas doentes já encurvadas sob pesadas cargas. Que lição de humildade ele nos deu quando lavou os pés dos discípulos, e de amor impessoal, quando curou a orelha do servo do sumo sacerdote, no Jardim de Getsêmani.

Com quanta sabedoria conduziu ele o homem cego para fora da cidade, antes de o curar. Afastou-o do falatório da cidade e das crenças associadas ao cego. Removeu a pedra antes de ressuscitar a Lázaro, a pedra da pequenez de fé e da descrença em que tal cura pudesse de fato realizar-se. Às vezes há uma pedra que também temos de remover — a pesada crença em incurabilidade que às vezes temos de enfrentar em nossa prática — antes que façamos o paciente sair, libertar-se, de tal crença. Em outra ocasião Jesus tocou num leproso; assim destemido tem de ser o nosso pensamento, cheio somente da cura, cônscio da irrealidade da doença.

Podemos aprender algo da compaixão que ele demonstrou pela mulher arrependida que lhe lavara os pés; a sua isenção de ânimo quanto à mulher apanhada em adultério; a sua sensibilidade para com a necessidade da mulher que lhe tocara o manto em meio à multidão; a sua boa vontade em curar a filha da mulher cananéia, apagando mentalmente todo sentido de racismo e de impureza ligado ao pensamento dela. Em todas essas coisas vale a pena refletir, quando de nosso contato com a humanidade hoje em dia, e elas grandemente nos ajudarão em nosso trabalho de cura. Jesus é o modelo de praticista para nós.

Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, diz: “Foi a consumada naturalidade da Verdade na mente de Jesus o que o fazia curar fácil e instantantâneamente.” Miscellaneous Writings, p. 200 ; Podemos aprender dele a aceitar mais plenamente esta consumada naturalidade da Verdade, contemplando o bem como o estado normal e o mal como o anormal e irreal.

A afluência do Amor divino no seu modo de pensar diário predispunha Jesus a fazer obras de cura instantânea. Entretanto, no seu amor ao bem e na clara percepção do bem, ele não se descuidava do erro, ele o dominava. Todos nós precisamos ajoelhar-nos em espírito e mentalmente aos pés de Jesus, o maior exemplo que o mundo teve do Cristo em ação na vida diária, para ver como o filho do homem pode de fato viver como o filho de Deus na vida humana.

É profundamente significativo que a vida do homem Jesus esteja sendo focalizada com tanta proeminência nesta nossa época científica, nos próprios tempos em que, através da descoberta que a Sr.a Eddy fez da Ciência Cristã, a superstição, a fé cega e o raciocínio religioso sentimental estão cedendo gradativamente à demonstração do pensamento verdadeiramente científico. Aqui então, afinal, pode-se dizer, encontra-se uma época capaz de apreender a verdadeira importância dos ensinamentos e métodos do grande Nazareno.

Contudo o século vinte jamais pode fazer por Jesus o que Jesus pode fazer pelo século vinte. Encontramos nele o grande Metafísico, cujas obras e palavras nos provêem do padrão para todo raciocínio científico e espiritual, da causa divina para o efeito harmonioso — o Metafísico que viveu aplicando a Verdade com tão firme compreensão que mudou circustâncias adversas de todo tipo em favor das leis de Deus, as leis da Vida e do Amor. Não é de admirar que a Sr.a Eddy diga, em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Jesus de Nazaré foi o homem mais científico que já palmilhou a terra.” Ciência e Saúde, p. 313;

Hoje em dia milhões de jovens, homens e mulheres estão atentos aos métodos científicos materiais demonstrados pelos professores universitários nos anfiteatros mundiais. Se ao menos soubessem que estão sendo preparados para aprender e observar, mediante os Evangelhos, um sentido mais elevado de Ciência, os métodos científicos espirituais do Mestre cristão. Se Jesus precisou esperar por uma época científica a fim de que o mundo se valesse plenamente de todas as suas palavras e obras, é imperativo que esta mesma época científica compreenda o cristianismo e o amor de Jesus. Só desse modo poderá ela repetir as suas obras divinamente científicas e proteger as ciências menores.

A história de nosso bem-amado Jesus de Nazaré, que é nosso Salvador, Mestre, Guia, Modelo e nosso grande Metafísico, é de fato muitíssimo importante hoje em dia. Na medida em que permanecermos próximos dela por meio da observação espiritual perspicaz, a usar ao máximo a luz que a Ciência Cristã pode lançar sobre ela, verificaremos que o estudo da vida desse homem fará por nós o que o intelectualismo e os argumentos teóricos dos séculos fracassaram em fazer. Por meio desse estudo podemos aprender algo acerca do mais alto de todos os títulos de Jesus — o de Filho de Deus, que esse Filho do homem demonstrou plenamente. Sua vida mostra-nos como também nós podemos demonstrar em nossas próprias vidas algo do homem real, o homem-Cristo inerente a todos nós.

“Oxalá possamos”, com diz a Sr.a Eddy, “desatar as correias de seu espírito cristão, herdar seu legado de amor, e alcançar a fruição de sua promessa: «Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito».” Retrospecção e Introspecção, p. 92.

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