O Natal devia ser um acontecimento feliz. Mas para muitas pessoas que foram duramente atingidas pelo desemprego e a inflação, a perda de família ou de amigos, o Natal em vez de elevar o coração, pode se tornar uma ocasião lúgubre.
Quão distantes estamos da silenciosa cena noturna na qual o anjo transmite aos pastores temerosos a “boa nova de grande alegria”. Podemos bem imaginar como essa notícia teria sido recebida se o mensageiro celestial tivesse ao mesmo tempo apresentado aos pastores a conta por serviços prestados e logo começado a tomar nota dos pedidos de presentes não só para o menino Jesus mas também para todos os parentes e amigos dos pastores.
Isso soa bastante absurdo, não é mesmo?
Mas a “boa nova de grande alegria” jamais pretendeu ter uma posição secundária em meio às festividades familiares e de excesso geral de presentes. Por que, então, alguém iria sentir-se miserável quando lhe faltam os adornos materiais da época natalina, colocando de lado a mensagem angelical para outra época em que as coisas talvez estejam melhores? É triste, sim, e irônico também, pois a boa nova oferece a própria solução para os nossos problemas.
A desolação e o desespero não têm lugar no coração durante a época do Natal ou em qualquer outra época. “As aflições são provas da solicitude de Deus”Ciência e Saúde, p. 66;, escreve a Sr.a Eddy. É essa uma declaração solene de alguém que passou por muitas aflições e pôs à prova suas próprias palavras. “Meus anjos”, diz ela, “são pensamentos sublimes, que aparecem à porta de algum sepulcro no qual a crença humana tenha enterrado suas mais caras esperanças terrenas.” ibid., p. 299; Quando as coisas parecem ir mal, necessitamos de mais força, mais convicção em nossa fé em Deus, a Verdade e o Amor divinos.
Muitos de nós, em hora de necessidade extrema poderíamos preferir que nossas bênçãos aparecessem mais freqüentemente e menos disfarçadas. Mas qual foi a boa nova que o mensageiro de Deus trouxe? “Não temais”, disse, “eis. .. que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” Lucas 2:10, 11;
A Sr.a Eddy escreve: “Cristo é a idéia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana.” Ciência e Saúde, p. 332. Estaremos dando ouvidos à essa mensagem divina? Estaremos sendo receptivos ao bem infinito que ela contém?
O que é esse bem? Certamente que não são coisas materiais — nem mesmo pessoas. Ele é a revelação da existência espiritual. É o fato de que o universo é, na realidade, espiritual e que Deus, a Mente divina, a Verdade e o Amor, está no controle absoluto do universo. E como no universo de Deus tudo é uma expressão dEle, o homem também é espiritual, o próprio reflexo de Deus. Nós, em nosso verdadeiro ser espiritual, criado por Deus, somos amados e protegidos por nosso Pai.
Na proporção em que compreendermos esse fato, a nossa sorte humana melhorará, porque os nossos pensamentos determinam a qualidade de nossa saúde, nossas relações pessoais, nossos negócios, nosso suprimento, nossa vida toda. O nosso dia de Natal pode ser cálido e esplêndido ao sabermos que o Amor divino envolve nossas vidas e dá significado e propósito a elas.
Conheça a bondade de Deus. Seja receptivo à ela. Há somente um poder e um Amor divino. Não necessitamos de celebrações exteriores para proclamá-lo, nem de ornamentos materiais para prová-lo. Nós o proclamamos. Nós o provamos. E o fazemos ao amar e viver a bondade de Deus, todos os dias.
