Certa mulher estava olhando, com a família, os diapositivos que havia tirado durante as férias. Estavam usando um desses pequenos visores manuais. Olhando para um dos diapositivos em especial, alguém exclamou: “Está muito escuro!”
“Traga-o para a luz”, foi-lhe recomendado.
Isso fez com que a mulher, estudante de Ciência Cristã, se pusesse a pensar. Quantas vezes por dia, lembrou-se, encontramo-nos a examinar quadros mentais escuros quando, em vez disso, poderíamos estar alegres e em harmonia se olhássemos para a vida na luz da Verdade, da realidade espiritual! Quando confrontados com as sugestões sombrias errôneas do materialismo, será que somos rápidos em encaminhar nosso olhar mental para a iluminação divina que as dissipa?
Se nos encontramos enfrentando uma situação desanimadora e estamos com a atenção focalizada na evidência material, perguntandonos nos como a iremos resolver e quando estaremos livres dela, estamos impedindo que nosso pensamento se encha de luz. E é pior ainda se estamos com pena de nós mesmos e nos sentimos infelizes por causa do que nos está acontecendo. Aí damos realidade aparente à escuridão mental e acreditamos não haver maneira de sair da situação que ora atravessamos.
A Sr.a diz em Ciência e Saúde: “Às vezes somos levados a crer que as trevas são tão reais como la luz; a Ciência, porém, afirma que as trevas são apenas um sentido mortal de ausência da luz, à chegada da qual as trevas perdem a aparência de realidade. Assim, o pecado e a tristeza, a doença e a morte, são a ausência hipotética da Vida, Deus, e fogem, como fantasmas do erro, ante a verdade e o amor.” Ciência e Saúde, p. 215;
Se desejamos que o nosso panorama mental se encha de luz é preciso que elevemos o olhar. Como o faremos? Reconhecendo, com absoluta firmeza que, por haver Deus dado ao homem domínio sobre toda a terra, não há circunstância má que imponha condições sobre nós. V. Gênesis 1:26; Provamos então que a situação em foco não tem causa real, uma vez que a desarmonia, a carência, a doença — numa palavra, o erro — não têm causa. Deus, o bem, é a origem de tudo o que realmente existe. Em conseqüência, tudo o que não se origina em Deus, o bem, não é real nem tem poder de fazer-nos crer que é real.
É bom cessarmos de perguntar se há alguma solução para esse problema. Essa pergunta apenas trará à tona as possibilidades e limitações humanas. Portanto, é bem possível que essa análise nos deixe deprimidos. O que necessitamos fazer, mediante a oração, é acalmar nossa ansiedade, elevar nosso pensamento, procurar a orientação divina e escutar a voz de Deus. Somos capazes de fazê-lo. Disse Cristo Jesus: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.” Mateus 7:7;
Portanto, deixemos de perguntar-nos quando é que estaremos livres. Ao fazermos essa pergunta estamos de fato adiando o bem que, em realidade, encontra-se aqui e está dando-nos tudo o que necessitamos agora mesmo.
Jeová revelou-se a Moisés como o “Eu Sou o que Sou” Êxodo 3:14;. E Ciência e Saúde reitera essa revelação ao definir Deus como “O grande Eu Sou” Ciência e Saúde, p. 587; 7 Lucas 10:27;. O “Eu Sou” foi válido para gente de todas as épocas; e é válido para nós porque é eterno e infinito agora mesmo. À medida que alcançamos a compreensão de que somos feitos à imagem e semelhança de Deus, reconhecemo-nos como o reflexo do “grande Eu Sou” e damo-nos conta de que somos perfeitos e estamos completos agora mesmo. Devemos reivindicar nossa saúde, a abundância, a harmonia e a liberdade agora mesmo, e não adiála para algum tempo futuro na crença de que primeiramente teremos de seguir certos processos pré-estabelecidos antes que o bem possa manifestar-se em nossa vida.
Se em vez de enfrentar um problema com abatimento e autocomiseração, pudermos considerá-lo como uma nova oportunidade de provar o poder da Verdade sobre o erro, da luz sobre as trevas, sentir-nos-emos gratos por Deus nos ter concedido a compreensão pela qual é possível vencer todo mal. Podemos ter certeza de que essa nova experiência nos deixará mais fortes e com um conceito mais claro da onipotência de Deus.
Com muita freqüência, não precisamos tentar modificar, por meios humanos, as negras circunstâncias externas que parecem causar uma situação difícil; amiúde é apenas nossa visão obscurecida acerca dessas circunstâncias o que precisa ser modificado. Isso ficou provado por uma estudante de Ciência Cristã que nutria sentimentos hostis para com certos parentes. Ela viu que precisava libertar-se do ressentimento, da inveja e do rancor a fim de obedecer ao mandamento “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” 6. Ao mesmo tempo pensou ser muito difícil cumpri-lo, no caso de seus parentes. Havia tanta coisa errada neles, pensou.
A Cientista Cristã reconheceu que tais pensamentos não lhe estavam fazendo bem nenhum. Eles a estavam privando de uma melhor compreensão de Deus, e também do homem feito à imagem e semelhança de Deus. Orando sinceramente, pediu que Deus lhe ensinasse a amar a todos os Seus filhos e a iluminar-lhe o pensamento ao fazer com que dele fosse banido tudo o que não era amável com relação aos parentes.
Aproximava-se o Natal e nesse dia todos estariam reunidos. A mulher lembrou-se da importância que tem o Natal para os Cientistas Cristãos, e pensou que, se ela fosse bastante humilde, o Cristo, a Verdade, nasceria em seu pensamento. Durante a reunião, surpreendeu-se pensando: “Como é que eu não gostava deles por tantos anos, se eles são tão sinceros, simples e bons?” Sentiu-se muito chegada a eles, e esse foi para ela um verdadeiro Natal. Dois dias depois, um de seus familiares lhe disse: “Como você mudou! Está tão comunicativa!”
Não foram os outros que haviam mudado — apenas a sua própria maneira de vê-los. Com o coração cheio de alegria, a mulher agradeceu a Deus por lhe ter iluminado tão claramente o caminho. Não só se vira livre de pensamentos materiais e agressivos, mas havia provado uma profunda sensação de liberdade. Foi então que notou que uma irritação que há anos lhe aparecera no corpo, havia desaparecido.
Lemos, em Ciência e Saúde: “As criações toscas dos pensamentos dos mortais têm de ceder, por fim, às formas gloriosas que às vezes vemos na câmara da Mente divina, quando o quadro mental é espiritual e eterno.” Ciência e Saúde, p. 264.
