O que precisamos aprender hoje para estarmos preparados para amanhã? Este é um mundo em constante mutação — como será o nosso amanhã? Obviamente, as coisas não permanecerão na mesma. Nosso hoje, dentro de alguns anos, indubitavelmente fará exigências totalmente diferentes. É possível que tenhamos de mudar mais de uma vez de profissão e aceitar outras ocupações. Talvez tenhamos de procurar um novo emprego depois da aposentadoria a fim de suprir a necessidade de maior renda.
Esses desafios exigirão certas ferramentas básicas: flexibilidade de pensamento, disposição de fazer novo treinamento e de começar novas carreiras, e a aceitação do fato de que é preciso continuar estudando, independentemente de tempo e de idade.
Com relação a estas possibilidades, um artigo recentemente publicado por Newsday Service destacava os problemas que as escolas de ensino comercial enfrentam. Devem elas preparar os alunos para posições atualmente existentes e funções específicas, ou dar-lhes uma educação ampla, de caráter geral, a fim de prepará-los para resolver os problemas que a sociedade poderá estar enfrentando dentro de dez anos ou mais? Parece que a melhor maneira de lidar com esse problema seria do ponto de vista de o-que-você-sabe-acerca-do-saber, em vez de como-você-faz-um-trabalho-especifico, pois vivemos na era do computador quando os tempos e as necessidades mudam depressa.
Naquele artigo há uma citação do Dr. John Alexion, da Universidade de St. John, que diz: “Se ensinamos algo da tecnologia que parece apropriada hoje, ela estará ultrapassada amanhã. [Assim] tentamos treinar os alunos em bases e fundamentos que possam sobreviver a mudanças que eventualmente ocorram. Tentar fazer uma previsão para daqui a dez anos não passa de tola fantasia.” V. The Arizona Republic (Phoenix), 26 de janeiro de 1973;
De acordo com tal corrente de pensamento, todos, tanto os em idade escolar como as pessoas ligadas a uma profissão ou negócios, bem podem perguntar-se: Será que dependo de conhecimento e esforço humanos para a solução dos complexos problemas que enfrento, ou será que há um poder superior ao qual posso me volver, a fim de obter orientação, inteligência e habilidade para enfrentar e vencer os desafios do presente e do futuro?
A Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris’tiann sai’ennss. ensina que Deus, o poder e a presença divinos, está pronto para suprir toda necessidade humana. Todos podem ter certeza da ajuda divina sempre presente na solução de limitações de qualquer espécie. Os fatos espirituais sobre Deus e o relacionamento do homem com Deus suprem a humanidade com a compreensão fundamental que guia e fortalece.
O livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria de Mary Baker Eddy, define Deus como: “O grande Eu sou; Aquele que tudo sabe, que tudo vê, que é todo-atuante, todo-sábio, a tudo ama, e que é eterno; Princípio; Mente; Alma; Espírito; Vida; Verdade; Amor; toda a substância; inteligência.” Ciência e Saúde, p. 587; E explica que, uma vez que Deus é infinito e ilimitado em qualquer direção, e que, de acordo com a Bíblia, “criou Deus ... o homem à sua imagem” Gênesis 1:27;, o homem também é ilimitado.
Qualquer pessoa que começar a compreender estes fatos espirituais sobre a união entre Deus e o homem e deixar que eles controlem seu pensar, descobrirá em si mesma maiores capacidades. Sentirá também um senso maior de orientação sábia no planejamento do tipo de instrução que precisará para desenvolver essas capacidades.
A instrução é como a escavação de um tesouro escondido. Sem a escavação, o tesouro continuará enterrado. Obtemos da instrução aquilo que nela depositamos — nem mais, nem menos. O valor da instrução está no desenvolvimento dos instrumentos necessários para assumirmos nosso lugar no mundo.
Quais são esses instrumentos básicos? São eles qualidades de pensamento, tais como iniciativa, originalidade, confiança e desembaraço. Também precisamos de habilidade para ouvir as idéias certas com que podemos solucionar os problemas. Precisamos de flexibilidade de pensamento, perseverança, estabilidade, organização, presteza, diligência, vontade de servir, boa comunicação com outros, disposição de ajustar-se às diversas situações, e, o que é mais importante, habilidade para entender-se com outros.
Temos direito a todas essas qualidades. Elas têm sua origem em Deus, a Mente progenitora, que é o bem imutável. O homem é o reflexo espiritual de Deus, e toda a sabedoria, a bondade e a inteligência de Deus, a Mente infinita, pertencem, por reflexo, ao homem. Quando compreendemos a verdadeira natureza de Deus e do homem e reivindicamos nossa filiação divina, tornamo-nos receptivos a nossas habilidades e possibilidades infinitas.
A Sr.a Eddy, que descobriu e fundou a Ciência Cristã, tinha uma visão clara do propósito da instrução, quando escreveu: “Os exames escolares são unilaterais; não é tanto a instrução acadêmica, senão uma cultura moral e espiritual, que nos eleva mais alto.” Ciência e Saúde, p. 235; A exigência imperativa, tanto no campo educacional, quanto no mundo do trabalho, é de que a humanidade cultive a natureza que Deus lhe deu; caso contrário, não fará progresso. Mas isso não deve ser problema. Cada um pode pedir e esperar receber a orientação divina na decisão do rumo que deve seguir na vida, a fim de assegurar um progresso centralizado em Deus.
Um instrumento útil para o amanhã é a capacidade de considerar toda sugestão de falta de inteligência e habilidade com a alegre antecipação de provar a abundância ilimitada do bem que se desenvolve. Se aprendermos cedo esta lição, seremos gratos por ela pelo resto da vida, em qualquer trabalho que nos seja dado fazer. O trabalho que parece monótono e improdutivo pode assumir um novo significado se procuramos as qualidades espirituais que podemos desenvolver durante sua execução — qualidades tais como alegria, organização, desembaraço e propósito. Ninguém precisa estar ocioso, ficar aborrecido, ser inútil, tornar-se um fracasso em qualquer assunto ou ocupação, se tal assunto ou ocupação for um bom serviço prestado à humanidade.
Suponhamos que alguém esteja trabalhando num certo tipo de serviço durante cinco, dez ou quinze anos, e de repente descobre que seus préstimos já não se fazem necessários. Ou, suponhamos que já não haja mais demanda para o tipo de habilidade que ele desenvolveu. Talvez tenha de submeter-se a um novo ramo de aprendizado para uma nova carreira ou aceitar uma ocupação na qual precisa aprender novas habilidades. Ou talvez esteja temendo a perspectiva de desemprego.
Para o homem espiritual, a verdadeira identidade de cada um de nós, a inteligência e a habilidade jamais cessam. Para este homem não existe idade e portanto ele sempre expressa a inteligência, a percepção e a energia da Mente divina. Reflete todas as idéias corretas, que são sua verdadeira fonte de suprimento.
Aquele que em sua juventude teve a vantagem de “uma cultura moral e espiritual” nunca precisa temer um futuro carente de utilidade. Neste mundo há sempre lugar para o homem íntegro, vigoroso e inteligente.
A aposentadoria num campo de atividade pode ser uma oportunidade de renovação. Podemos procurar uma nova maneira de tratar de nossa vida, uma nova era de utilidade. Deus nunca condenou o homem, Seu reflexo, a um período de estagnação, senilidade, monotonia, falta de vigor, ou de energias mentais que se vão enfraquecendo. Se tivermos aprendido a ser flexíveis e inovadores em nosso pensar, seremos sempre flexíveis e inovadores. Veremos que não é preciso fazer as mesmas coisas da mesma forma como sempre as fizemos. E veremos, também que existem novas e intermináveis oportunidades de servir a Deus e ao homem.
Esta atividade não nos cansará, se vigiarmos para não procurar o bem-estar na matéria, e sim no reflexo da atividade incessante da Mente divina. Essa Mente descansa em atividade, e devemos lembrar-nos de que as habilidades e os talentos provêm de Deus. Eles não se desgastam. Se estabelecermos na consciência nossa união com a fonte divina de inteligência e harmonia, conforme Cristo Jesus nos ensinou a fazer, sempre seremos capazes de atacar e solucionar alegremente todos os problemas — de enfrentar e vencer novos desafios.
A verdade do ser é aplicável a cada estágio e condição da humanidade que possa aparecer neste mundo em rápida transformação. A Sr.a Eddy escreve: “A mente humana, imbuída dessa compreensão espiritual, torna-se mais elástica, é capaz de maior resistência, desprende-se um tanto de si mesma e requer menos repouso. Um conhecimento da Ciência do ser desenvolve as faculdades e possibilidades latentes do homem. Estende a atmosfera do pensamento, dando aos mortais acesso a regiões mais amplas e mais elevadas. Eleva o pensador a seu ambiente nativo de discernimento e perspicácia.” ibid., p. 128.
Para aqueles que desenvolveram as qualidades espirituais (ou os instrumentos básicos) essenciais para serem úteis, cada amanhã será alegre e produtivo.