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A liberdade na verdadeira identidade

[Original em alemão]

Da edição de outubro de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


Todos os temores dos mortais, inclusive o medo à morte, provêm da crença errônea de que o homem é uma individualidade mortal, constituída por si mesma e que tem vida própria, separada de Deus. Os mortais sofrem, porque não sabem o que é o homem na realidade.

Se desejamos levar uma vida harmoniosa, não mais deveríamos acreditar que Deus está “lá” e que nós estamos “aqui”, mas, sim, tornar-nos conscientes da eterna união que há entre Deus e o homem. Como a Bíblia ensina, o homem real é espiritual e imortal, criado por Deus, o Espírito, à Sua própria semelhança. O homem reflete Deus e está em paz.

Se alguém está sofrendo por qualquer motivo — seja por uma injustiça que acha ter-lhe sido infligida, por perda dolorosa, ou grande decepção, ou pelo resultado de limitações marcantes — ao ponto de até adoecer, quem ou o que é o sofredor? Em realidade, é o seu ego humano, pessoal — isto é, o falso conceito que alguém tem sobre si mesmo — que está sofrendo devido a esse estado de espírito. Sua verdadeira identidade espiritual, a imagem e semelhança de Deus, não é atingida por essas fases do erro.

Não importa o quanto a mágoa proveniente de injustiça, dano ou perda possa parecer justificada sob o ponto de vista humano, esses problemas não passam de estados mentais errôneos que nunca pertencem ao homem real. A autocondenação, a autopiedade, os sentimentos ofendidos e de inferioridade, são manifestações do sentido pessoal, que se centralizam no egocentrismo e daí não saem. Se somos condescendentes com eles, fazem com que nos esqueçamos de nossa filiação com Deus e nos aprisionam nas angústias da crença mortal.

Pelos ensinamentos da Ciência Cristã, é possível abandonarmos o conceito material que nutríamos anteriormente a nosso respeito e comprendermos nosso eu espiritual. O estudo desta Ciência e sua aplicação, quando feitos sem preconceitos e com honestidade, produzem uma transformação fundamental na consciência.

Em Ciência e Saúde a Sr.a Eddy faz afirmações claras sobre a verdadeira natureza de Deus e do homem e mostra-nos como podemos elaborar a nossa salvação, livrando-nos do cativeiro do sentido para a liberdade da Alma. Ela escreve: “Como o homem real está ligado pela Ciência ao seu Criador, os mortais só precisam volver-se do pecado e perder de vista o eu mortal para acharem o Cristo, o homem real e sua relação com Deus, e para reconhecerem a filiação divina.” Ciência e Saúde, p. 316;

Elevar-se acima da crença em um eu mortal, nem sempre parece fácil. Mas quando, com o auxílio da Ciência Cristã, encetamos com persistência a luta contra o sentido material do ser, adquirimos uma compreensão mais clara acerca de Deus e do homem, e gozamos de uma liberdade que antes não conhecíamos. Cristo Jesus disse: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” E mais adiante: “O que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do Espírito, é espírito.” João 3:3, 6;

Estamos no reino de Deus quando nos tornamos conscientes de que não somos mortais em conflito e sim filhos espirituais de Deus.

O reino do céu é a verdadeira morada do homem. É o reino do real. Ali só a vontade de Deus reina e está evidente em todas as atividades. A ansiedade humana, a pressão da responsabilidade humana, os complexos de inferioridade, os atritos e a mágoa são ali desconhecidos. O conceito humano chamado matéria é superado pela compreensão de que o Espírito é a única substância que existe.

O homem real possui eternamente, por reflexo, inteligência ilimitada e todo o bem. Não pode nunca separar-se do Amor divino e um conhecimento disso traz, como benefício, liberdade e segurança. Isso não é um êxtase emocional, mas sim a consciência de Emanuel, ou “Deus conosco”, como o ensina a Bíblia.

No empenho de nos elevarmos mais alto na compreensão do ser real, o amor por nossos semelhantes deveria ocupar um lugar decisivo. Quando, pois, nos consideramos filhos de Deus, mas continuamos ainda a ver os outros como seres imperfeitos, não estamos vendo a verdade total. Só quando vemos nosso semelhante como filho de Deus, feito à Sua imagem e semelhança e nos conduzimos para com ele de acordo com essa visão, é que a idéia espiritual está realmente se manifestando em nós.

Sem o verdadeiro amor a Deus e ao homem, nunca nos tornamos realmente livres. Alcançamos a perfeição, não pela muita sabedoria e meditação contínua, mas sim por manifestar amor. Paulo declarou: “O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.” Romanos 13:10;

Não é difícil amar alguém quando estabelecemos a distinção entre a pessoa e o erro, por nos tornarmos conscientes de que o mal não faz parte dela e, sim, é apenas uma falsa pretensão. Mas, quando consideramos o mal como real e como fazendo parte de uma pessoa, então não podemos, verdadeiramente, amá-la. No Sermão do Monte, as Bem-aventuranças ilustram, muito claramente, a quem está aberto o reino do céu; isto é, aos pacificadores, aos misericordiosos e aos mansos — aqueles que sabem perdoar e amar, aqueles que não atribuem o mal a ninguém. Também não deveríamos ruminar tristes recordações. As experiências desagradáveis são ilusões que nunca tiveram lugar no verdadeiro ser. Assim, um coração que perdoa mantém-se livre do veneno da amargura.

Aceitar o desafio de amar é o marco decisivo em nosso caminho rumo à harmonia. Muito se tem escrito e pregado sobre o amor por nosso semelhante e por nosso inimigo. Acontece que o amor é realmente tão importante, que deve ser mencionado seguidamente, de modo a ser praticado cada vez mais. Dele depende todo trabalho de cura cristã.

Cabe-nos decidir se queremos continuar a sofrer devido a um falso conceito de ego ou se queremos nos aperceber e usufruir de nosso estado legítimo de harmonia e liberdade. Paulo dá o incentivo para que “vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” Efésios 4:23, 24..

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