É natural que alguns estudantes de Ciência Cristã, ao pretenderem se casar, fiquem a imaginar-se a razão de não haver provisão alguma quanto à realização de cerimônias de casamento em sua própria igreja filial, de onde talvez façam parte muitos de seus amigos mais íntimos.
A Igreja Mãe tem recebido, de indivíduos e de filiais, pedidos de informações sobre esse assunto e costuma partilhar com os interessados a declaração preparada pelo Conselho de Diretores da Ciência Cristã, a qual se intitula: “A Ciência Cristã e a Cerimônia do Casamento.” Nela acha-se explicado que nossas igrejas estão destinadas à adoração pública e não podem ser usadas para cerimônias de casamento, funerais ou quaisquer outras atividades de caráter pessoal ou particular.
Embora o secretário das filiais tenha por obrigação ter em seu arquivo uma cópia dessa declaração, estamos publicando o seu teor inteiro devido a ser de interesse geral e por estar relacionada com a maneira de a Ciência Cristã encarar os serviços de igreja. Lê-se nela:
“Cristo Jesus começou sua carreira pública assistindo a uma festa de casamento. A Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (p. 65): «Oxalá o Cristo, a Verdade, esteja presente a todo altar nupcial para transformar a água em vinho e para dar à vida humana uma inspiração pela qual a existência espiritual e eterna do homem possa ser discernida.»
“Por que, então, não se realizam casamentos nos edifícios das igrejas da Ciência Cristã?
“Há evidência de que a Sr.a Eddy considerou profundamente cada aspecto do matrimônio, inclusive a maneira como ele é celebrado. Ela sabia que, em geral, as igrejas tradicionais encaram o matrimônio como uma instituição divinamente prescrita e a cerimônia nupcial como um rito religioso. Isso está de acordo com o ponto de vista, comumente aceito, de que Deus criou uma terra material, uma raça humana e um sistema de procriação que fazem parte de Seu plano e propósito divinos.
“O ponto de vista da Sr.a Eddy acha-se exposto em Ciência e Saúde (p. 56): «O matrimônio é o dispositivo legal e moral para a geração entre a espécie humana.» Essa afirmação, tal como outras no mesmo capítulo, apresenta o matrimônio como uma instituição humana, em vez de divina. O assunto é encarado dentro da estrutura da lei moral e da obrigação legal, e não de uma sanção religiosa. Em todos os seus escritos, a Sr.a Eddy salienta os fortes fundamentos morais das relações matrimoniais, e sempre demonstra uma terna preocupação pelo fortalecimento espiritual dos votos matrimoniais e dos afetos familiares, mas em parte alguma ela confunde o humano com o divino, ou a necessidade temporal com a lei eterna.
“Portanto, sua preocupação especial quanto às cerimônias matrimoniais era de que estas estivessem de acordo com as leis do país. Ela dá o título de «Cerimônia Legal» — e não de Uma Cerimônia Religiosa — ao § 1° do Artigo 9°, do Manual de A Igreja Māe, que diz o seguinte: «Se um Cientista Cristão contrair matrimônio, a cerimônia deverá ser celebrada por um pastor legalmente autorizado.»
“Nos primórdios da Ciência Cristã, havia uma tendência de pedir a pastores que se tinham tornado Cientistas Cristãos a que oficiassem as cerimônias de casamento. Surgiu uma dúvida sobre se eles tinham autoridade para tanto, visto que não mais estavam agindo como pastores da denominação na qual haviam sido ordenados. O estatuto acima citado pôs fim a essa prática. Nesse Estatuto a ênfase repousa na autoridade legal em vez de na necessidade de que um pastor celebre a cerimônia. Se bem que o Estatuto presuma que normalmente os Cientistas Cristãos procurem um pastor a fim de que este oficie a cerimônia, ele não exclui a possibilidade da realização do casamento apenas em ato civil, nos países e nas situações em que isso pareça necessário ou preferível a uma cerimônia religiosa.
“Mesmo que um pastor consinta em incluir na cerimônia nupcial a leitura de trechos de Ciência e Saúde, ou que se cante um hino da Ciência Cristã, isso não faz da cerimônia um serviço da Ciência Cristã. Se um juiz de paz ou outro oficial civil que for Cientista Cristão realizar um casamento, ele estará agindo em sua capacidade oficial legal e não como Cientista Cristão. Nossas igrejas se destinam à realização de cultos públicos (Ver Escritura de Fideicomisso, Manual da Igreja, p. 131, ítens 3 e 5), e não à realização de casamentos, funerais ou outras ocorrências de caráter privado ou pessoal.
“O estudo da Bíblia e dos escritos da Sr.a Eddy leva o estudante a uma visão mais profunda quanto às relações entre as instituições humanas e os fatos espirituais, e o Cientista Cristão que está considerando casar-se prepara os detalhes do dia de casamento por meio da compreensão desses ensinamentos. É assaz significativo o fato de que o Cientista Cristão tem ocasião de levar ao seu matrimônio a alegria, a inspiração e a profunda devoção espiritual que caracterizam sua religião. Somente a demonstração de tais qualidades pode dar à sua vida em comum com outra pessoa a união, a fortaleza e a verdadeira felicidade.”