Autoridade e responsabilidade fazem parte integrante da sociedade humana organizada. Às vezes, no entanto, são elas alvo de grandes pressões em conflito, arenas de discórdia e rivalidade. Quais as realidades espirituais que o Cientista Cristão investido de autoridade, ou alguém que está procurando cumprir sua obrigação de apoiar corretamente tais cargos, pode considerar como resultantes de processos democráticos ou justos?
Nada concede maior apoio aos depositários de cargos de confiança — seja como presidentes de uma nação ou primeiros ministros, chanceleres ou reitores de universidades, membros da diretoria de uma igreja, dirigentes de sindicatos etc. — do que o reconhecimento de que a Mente divina é o governador de todas as suas idéias, o controlador de tudo o que realmente existe. Tal compreensão penetra a evidência material de que cada um de nós é um entre milhões de mortais, um que tem de enfrentar uma existência em parte sujeita ao acaso e sob o governo e a direção de outros mortais. Ela traz à tona a necessidade de identificarmos a nós e aos demais como idéias da Mente. A percepção espiritualmente científica ajuda a diminuir o peso que recai sobre os que têm de administrar ou governar. E se acontece que somos nós as pessoas que estão no poder, podemos encontrar, pela Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), o jeito de aliviar o pesado fardo da responsabilidade pessoal.
Vivemos numa época em que mudanças de ordem econômica, política e social abalam governos e instituições tradicionais. A Ciência Cristã pode apressar a vinda do dia em que os homens passam a compreender que não são mortais governados de modo errático, mas sim seres possuidores, de fato, de uma identidade espiritual que está sempre sob o cuidado do Princípio infalível. Podemos dar nossa colaboração no sentido de que esse dia se aproxime ainda mais por mantermos uma atitude de apoio espiritual que transcende aos pontos de vista políticos e às opiniões de caráter pessoal — independente de quão válidas humanamente sejam elas ou quão desejável nos pareça ser que elas se manifestem e sejam postas em ação.
Os vislumbres metafísicos de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras e as outras obras de autoria de Mary Baker Eddy nos elevam para além da aparência de uma hierarquia de mentes materiais ou dicotomia de controladores e controlados, e podemos perceber e demonstrar que a Mente governa o universo. A Sr.a Eddy dá-nos este vigoroso conselho: “Deveis sentir e saber que só Deus governa o homem; que Seu governo é harmonioso; que Ele é puro demais para ver o mal e não divide o Seu poder com coisa alguma que seja má ou material; que as leis materiais não passam de crenças humanas, que governam os mortais erroneamente. Estas crenças surgem dos estados subjetivos do pensamento, produzindo as crenças em um pretenso universo mortal e material, — em doença material e em mortalidade.” Rudimentos da Ciência Divina, p. 10;
Muitas pessoas argumentam que no mundo de hoje há particular necessidade de liderança inspirada e que há escassez fora de comum desse tipo de liderança. Não importa quão persuasivo e autêntico tal julgamento pareça ser, no âmago da questão acha-se o argumento ilegítimo de carência — falta de inteligência, percepção, capacidade, amor. Dentro do universo infinito da Mente não há validade alguma nessas carências, e verdadeiramente não há outro reino ou existência.
Em vez de limitar-se a reclamar sobre deficiências políticas e lideranças inaptas, faríamos melhor se adotássemos uma perspectiva mais elevada. A sugestão de que vivemos num mundo sem destino, em parte carente de finalidade e potencialmente anárquico, não passa de magnetismo animal — a falsa pretensão de que exista algo fora do reino da Mente e de suas idéias governadas de modo ideal. Podemos anular tal pretensão por saber que a Mente é onipotente e onipresente. Nenhum rebento do magnetismo animal — nenhuma crença errônea — pode nascer no universo da Mente que a tudo envolve. Na verdade, o magnetismo animal não tem descendência, pois ele não tem causa.
Cristo Jesus conhecia e aplicava a autoridade da Mente. Mateus disse dele: “Ele os ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas.” Mateus 7:29. Não é de admirar que assim o fizesse! Seu senso de realidade vinha de seu Pai, a Mente infinita, e não da matéria ou da personalidade. Ele falava com autoridade porque se recusava a aceitar as imposições do sentido material, que pretendia que o homem e o universo existem como entidades materiais e estão separados de Deus. E essa compreensão destruía as crenças de mau funcionamento e doença.
Nossa comunidade e o mundo precisam de nossa compreensão de que Deus governa o homem e seus assuntos. Nossa clara compreensão de que o Princípio infinito, o governador universal de todos, está inteiramente no comando em cada canto do ser é uma obrigação que não podemos deixar de lado se aceitamos os ensinamentos da Ciência Cristã. Podemos frustrar a capacidade potencialmente destrutiva da crítica grassante e injusta com a compreensão do motivo pelo qual ela não tem fonte: está desprovida de inteligência e é negativa, e por isso não procede de Deus.
As pessoas que no governo, na igreja, no campo internacional ou local, estão investidas de responsabilidades, muitíssimas vezes necessitam de nosso espírito generoso e de nosso apoio. Examinemos nossa atitude, reconhecendo que um governo melhor terá sua vez e será reforçado pelo nosso reconhecimento individual das verdades do governo divino como se acham expostas na Ciência Cristã, e pela sua demonstração em nossa própria experiência.
