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Igreja, um poder vivo

Da edição de fevereiro de 1977 dO Arauto da Ciência Cristã


A Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), a Ciência do Cristianismo ensinada pelo Mestre, Cristo Jesus, é um poder irresistível para o bem no mundo conturbado de hoje.

Que é que une seus seguidores e promove sua arremetida para a frente? Acaso não é a Igreja de Cristo, Cientista? Se aqueles que desejam a Ciência Cristã possuíssem o livro de Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, mas não houvesse igreja, esses pesquisadores da Verdade estariam dispersos, rolando nas ondas de um mar de ortodoxia como fragmentos isolados. A Sr.a Eddy viu que a fundação da igreja era parte integrante da revelação, e que o unificar-se com essa igreja não era um ato formal realizado duma vez só, mas um crescimento espiritual contínuo de parte do indivíduo.

Assim, o que vem a ser, propriamente, Igreja? Às vezes referimo-nos superficialmente às pequenas torres brancas tão características das aldeias da Nova Inglaterra ou ainda aos imponentes edifícios de A Igreja Mãe como sendo uma igreja bonita. Mas esses são apenas símbolos. Para compreender o que é Igreja precisamos compreender a idéia espiritual subjacente à instituição.

No Glossário de Ciência e Saúde a Sr.a Eddy inicia sua definição de “Igreja” dizendo: “A estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede.” Ciência e Saúde, p. 583; Uma vez que Verdade, Amor e Princípio são, na Ciência Cristã, sinônimos de Mente, essa definição eleva de imediato nosso conceito de Igreja para a esfera da Mente infinita, ou consciência divina, para o conhecimento que a Mente tem daquilo que se está passando dentro dela mesma. O homem, a existir na Mente como reflexo de Deus, nunca pode existir à parte ou separado da consciência divina. A consciência divina é nosso verdadeiro ser. Nunca podemos dispensá-la. De fato, nunca podemos existir sem ela. Assim, nunca podemos existir sem Igreja.

Dizer que devemos ver a Igreja sob essa luz, não é afirmar coisa vulgar; é perceber uma verdade que exige demonstração. A Igreja, portanto, tem de encimar a nossa lista de prioridades. Temos de amar a Igreja, acalentála, compreendê-la. Se não estamos demonstrando a Igreja na nossa vida diária, não estamos demonstrando a Ciência Cristã, pois a Igreja é “tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede”.

O pensamento humano é finito. Divide todas as coisas. Dizemos: Esta é minha igreja; este é meu negócio, meu lar, minha vida social, minha saúde, e assim por diante. Mas na Ciência tudo isso é uma coisa só, um todo grande e ativo na consciência espiritual, “a estrutura da Verdade e do Amor”.

Tudo quanto fazemos, tudo quanto somos, é inseparável da Igreja. Então cabe-nos conseguir um conceito mais verdadeiro de Igreja. E isso vem com a oração, com o estudo e a ponderação profundos da Bíblia e das obras da Sr.a Eddy. Esse conceito espiritual tem de ser demonstrado no nosso amor e na nossa devoção pela igreja, como humanamente a percebemos. Ele tem de nos tornar dispostos a servir e a dar, e entusiasmados por fazê-lo.

Nada existe fora da consciência, e tudo quanto é real “assenta no Princípio divino e dele procede”. Assim a Igreja inclui a criação inteira a cantar louvores ao criador. Não seria a isso que o Mestre aludia quando disse que “os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade” João 4:23;?

No Glossário, o segundo parágrafo da definição de “Igreja” diz: “A Igreja é aquela instituição que dá provas de sua utilidade e que vem elevando a raça, despertando de suas crenças materiais a compreensão adormecida, para que perceba as idéias espirituais e demonstre a Ciência divina, expulsando assim os demônios, ou o erro, e curando os doentes.” Essa instituição não é uma igreja separada, uma igreja inferior. É a grande verdade da Igreja como idéia divina tornada prática na vivência humana.

Nesse sentido espiritual de estrutura, cada idéia desempenha sua própria função inigualável e útil. Portanto, cada membro da igreja tem de saber que ele é inseparável da única e grande totalidade. Ele descobre sua utilidade ao demonstrar individualmente, na sua própria vida, a unidade do Princípio e sua idéia.

Ninguém está deslocado nesse sentido espiritual de Igreja, e nenhuma manipulação humana é necessária para manter cada qual na sua própria esfera de atividade. A necessidade é de amor mais ativo refletido por todos. Na Ciência Cristã aprendemos que em qualquer aparente ruptura, perturbação da ordem ou desarmonia estruturais, quer em nossos corpos ou em nossa igreja, o remédio está em estabelecer no pensamento o conceito espiritual de estrutura. À medida que demonstramos esse conceito espiritual, tomamos nosso lugar correto na igreja e nas suas atividades, e a bênção disso se faz sentir na comunidade e em todos os aspectos de nossa vida. Nada na estrutura infinita de Deus pode jamais ser deslocado, destruído ou rompido.

E essa estrutura não é estática. Cresce, desabrocha, multiplica-se e expande-se constantemente de acordo com o plano de Deus, no qual estão presentes a inteireza, a harmonia e a perfeição. Na proporção em que reivindicamos essa verdade para a nossa igreja, veremos que ela se manifesta em nossas vidas. Deus nunca cessa de edificá-la. Ela não começa nem pára, e nunca deteriora, envelhece ou morre. Essa verdade dinâmica da Igreja como estrutura espiritual engloba nossa identidade — nossos corpos, nossas faculdades, nossas carreiras, a nossa verdadeira razão de existir!

A função da Igreja é curar — destruir o pecado e pôr fim à doença. Todo culto da igreja tem de efetuar curas porque é a voz da Verdade, o Cristo a falar à consciência humana, fazendo com que os conceitos materiais errôneos se rendam. Assim a Igreja torna-se um poder vivo nas vidas humanas. Acaso não é essa verdade dinâmica a única que pode satisfazer a fome do mundo? À medida que reconhecemos isso, o nosso amor pela Igreja cresce, e cada assembléia de nossa igreja filial passa a ser uma reunião inspiradora — uma experiência de cura — vivificada pelo Cristo.

Assim a Igreja não é um lugar de adoração; é um estado de adoração — um estado de consciência espiritual. Seus muros são salvação; suas portas são louvor! Aqui, no jato de amor do Amor, podemos encontrar o filho ou o ente querido que se havia desviado. Aqui encontramos também nossos negócios, nosso lar, nossa saúde — tudo envolto em harmonia, pureza, impecabilidade, suficiência.

É significativo que na Idade Média a pessoa que fosse sentenciada ou perseguida injustamente, ou o fugitivo da justiça, podia correr para dentro da igreja e ali obter asilo. Enquanto permanecesse na igreja, estaria a salvo. Hoje em dia, todos podem achar salvaguarda na igreja — não num edifício material, mas na idéia espiritual. Porventura o Mestre não aludiu a isso quando disse: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mateus 16:18;?

O amor expansivo da Sr.a Eddy pela humanidade foi o que deu existência à Igreja de Cristo, Cientista. Na sua descoberta, no escrever Ciência e Saúde, no fundar a sua Igreja, todo passo dado era caracterizado por cura e mais cura.

O mundo todo estava englobado no conceito que a Sr.a Eddy tinha de Igreja. Ela via:

• uma só Igreja Mãe a envolver nas suas filiais o mundo

• um só quadro mundial de membros

• um só pastor eterno e impessoal, a Bíblia e Ciência e Saúde

• uma só Lição-Sermão no Livrete Trimestral da Ciência Cristã; estudada no mundo inteiro durante a semana por todos os Cientistas Cristãos e lida todo domingo em A Igreja Mãe e em cada uma de suas filiais.

Toda a sua concepção era de unidade, unindo a raça humana numa fraternidade universal. E a meta? A vitória final sobre o pecado, vitória essa obtida por meio do Cristo, a Verdade — o Cristo sempre atuante, regenerador e curativo.

O profeta Habacuque anteviu esse dia. Diz ele: “A terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar.” Habac. 2:14;

Surge a pergunta: Como podemos ajudar nesta grande Causa? Qual deve ser a oração diária e o trabalho metafísico em prol da nossa visão de Igreja? Que é que nos faz dormir e quer fazer-nos esquecer e negligenciar nosso dever? Acaso não é o magnetismo animal? esse nome que a Sr.a Eddy atribui a todo o mal.

Não trabalhamos metafisicamente para a Igreja, a idéia divina. Essa maravilhosa “estrutura da Verdade e do Amor” não precisa de nosso trabalho, nem dele necessita o homem, a imagem e semelhança de Deus. Mas nós é que temos de trabalhar para manter bem clara a nossa visão de Igreja para que, na coincidência do humano com o divino, em que o humano está a cada momento cedendo ao divino, possamos provar que a instituição, ou organização, está cumprindo com sua missão. Se encararmos a Igreja de Cristo, Cientista, como o advento humano da Igreja, da estrutura espiritual, ela é a instituição mais poderosa, mais vital e mais inexpugnável do mundo. É de fato um poder vivo. Nunca magoa, mas abençoa a toda a humanidade.

Que é que pode curar o crime, destruir a pobreza, a sensualidade, a cobiça, a luxúria, a desonestidade, o ódio, senão o poder do Cristo — a revelar a Igreja, “a estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede”? Corrupção no governo, rivalidade entre nações, conflitos raciais, fome, peste, pobreza, superpopulação — contra isso os métodos humanos não têm resposta adequada. Mas a Ciência Cristã a tem. A Sr.a Eddy via essa resposta e deixou-nos a Igreja de Cristo, Cientista, a fim de que a comprovemos.

Vimos que o magnetismo animal é o inimigo que tem de ser vencido. E como é que o magnetismo animal alega trabalhar? Sua ação é má prática, prática errada baseada na crença de que há vida, substância e inteligência na matéria, de que o homem é mortal, de que há muitas mentes, e de que o mal é poder. A ferramenta do magnetismo animal é a sugestão mental agressiva. A Sr.a Eddy diz que é nosso dever defendermo-nos diariamente contra esse mal. Ver Manual de A Igreja Mãe, § 6º do art. 8º; De que maneira? Mediante um amor tão puro que nos habilita a reivindicar nossa identidade espiritual na semelhança do Pai.

A sugestão mental agressiva vem sob o disfarce de nosso próprio pensamento. Eu não tenho amor pela igreja; tenho ressentimento contra a organização e contra aqueles que nela trabalham; retirarei meu nome das eleições na igreja; vou pedir minha demissão do quadro de membros; não posso ou não quero dar à igreja uma contribuição financeira ou metafísica, e assim por diante. E, especialmente, não posso curar; não quero ingressar no exercício da prática da Ciência Cristã — o que é que nos faz pensar desse modo?

O que é que nos tenta a acreditar no erro e recapitulá-lo, relativamente ao nosso movimento, ao quadro de membros, aos serviços? Os cultos de nossa igreja curam quando neles pomos bastante amor. O poder curativo do Cristo não pode ser paralisado. Mediante uma crescente espiritualização do pensamento cada um dos membros deveria empenhar-se a sério para unir-se diariamente com o conceito espiritual de Igreja. Comecemos o nosso trabalho mental diário para a igreja, para nós mesmos, para o mundo, com um amor cada vez mais profundo por Deus, uma compreensão mais ampla de Sua totalidade e de nossa capacidade de demonstrá-la e com uma crescente gratidão pela Ciência Cristã e por sua Descobridora e Fundadora.

Firmados nessa base, rejeitemos, neguemos e espezinhemos toda sugestão agressiva do sentido pessoal que procura mesmerizar-nos para que durmamos e fiquemos apáticos. O erro nunca é nosso próprio pensamento. Nunca é uma condição, situação ou pessoa, mas simplesmente uma sugestão falsa, uma mentira mesmérica, o nada.

Então realmente teremos aquilo que Paulo tão prazerosamente expressou como uma igreja sem ruga. Na sua epístola aos Efésios, diz: “Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado ..., para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito.” Efésios 5:25–27; Empenhemo-nos, pois, para que a Igreja que amamos, a Igreja que individualmente incluímos, não tenha ruga alguma!

A Sr.a Eddy compreendeu a grande importância que tem a Igreja na vivência humana. Daí as suas palavras: “A Igreja, mais do que qualquer outra instituição, é, no presente, o cimento da sociedade, e deve ser o baluarte da liberdade civil e religiosa.” Miscellaneous Writings, pp. 144–145.

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