Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Gratidão que cura

[Original em dinamarquês]

Da edição de setembro de 1977 dO Arauto da Ciência Cristã


A gratidão é de soberana importância para todo aquele que deseja encontrar sua verdadeira identidade, e mediante esta compreensão usufruir de uma vida feliz e produtiva, que irradia amor a Deus e a seu próximo. A gratidão está intimamente ligada à obediência aos mandamentos divinos. Constitui-se numa força para o bem que precisamos manter viva em nossa consciência.

Ocasionalmente, porém, podemos observar em nós ou nos outros uma tendência para criticar ou até mesmo menosprezar a gratidão como uma qualidade essencial. Diz-se, às vezes, por exemplo, que as crianças não devem nenhuma gratidão a seus pais, porque é dever dos pais prover o bem-estar dos filhos. Da mesma forma, contesta-se, o empregado e seu empregador devem um ao outro apenas prestar o trabalho e dar a compensação tratados; e o cidadão, argumenta-se, não deve nenhuma gratidão específica à sociedade em que vive; nem tampouco Deus, se é que Ele existe, tem qualquer direito especial à gratidão por parte da humanidade, pois, na melhor das hipóteses, os homens obtêm só o que o criador deve a toda a Sua criação.

A Ciência Cristã, porém, revela o poder espiritual, dinâmico e liberador que há na gratidão. Esta Ciência apóia-se na Bíblia, a qual afirma desde o início que Deus criou o homem à Sua própria imagem (ver Gênesis 1:27). Cristo Jesus definiu Deus como Espírito (ver João 4:24). Portanto, o homem como imagem e semelhança de Deus, como Seu reflexo, deve ser espiritual. Em conseqüência, nenhuma das falsas crenças que se diz estarem relacionadas com a humanidade — fome, carência, atitudes pecaminosas, falta de caráter, sofrimento, doença — tem algo a ver com esse reflexo espiritual.

Foi com esse reflexo perfeito que Jesus se identificou quando disse: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.” João 5:19; Em outras palavras, Jesus reconheceu que o que ele fazia, o fazia graças a Deus. Assim ele podia agradecer a Deus pelo reflexo daquilo que pareciam ser suas próprias aptidões e capacidades. Seu reconhecimento atribuía, com gratidão, todo o poder a Deus.

O comentário feito pela Sr.a Eddy a respeito da cura dos dez leprosos relatada no Evangelho de Lucas relaciona-se com o exposto acima. Um grupo de dez leprosos clamou pelo auxílio de Jesus e foram curados quando iam, segundo a ordem de Jesus, se apresentar aos sacerdotes. Lucas relata-nos que “um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz” Lucas 17:15;. Referindo-se a este fato, diz a Sr.a Eddy em Ciência e Saúde: “Dos dez leprosos que Jesus curou, um só voltou para dar graças a Deus — isto é, para reconhecer o Princípio divino que o havia curado.” Ciência e Saúde, p. 94;

Daí depreende-se que reconhecemos Deus, o Princípio divino, quando Lhe somos gratos; que reconhecemos ser Deus, e Deus somente, quem age em nós. Podemos afirmar que foi a gratidão a seu Pai, Deus, o que Jesus expressou nas seguintes palavras: “O Filho nada pode fazer de si mesmo.” Verdadeira gratidão a Deus, pois, não é tanto uma expressão de satisfação por havermos recebido ou termos determinada coisa, mas é a confirmação e o reconhecimento de sermos determinada coisa — ou seja, a idéia perfeita e harmoniosa, ou o reflexo, da Mente que tudo sabe, é todo-atuante e está sempre presente. Isso é compreender nosso verdadeiro ser espiritual e amar a Deus.

A verdadeira gratidão para com nosso próximo consistirá, portanto, em reconhecer que, pelo fato de o homem ser o reflexo de Deus, o Princípio divino, o nosso próximo em realidade reflete o Amor divino. Compreender isso é amar o nosso próximo. Verificamos, então, que a verdadeira gratidão não é algo supérfluo, obsoleto e incompreendido, mas um viver ativo e necessário dos dois mais importantes mandamentos: amar a Deus e amar o nosso próximo.

Há algum tempo tive oportunidade de comprovar o que a gratidão pode significar numa cura. Um difícil e doloroso estado físico me dificultava andar ereto ou abaixar-me. Não solicitei o auxílio de um praticista da Ciência Cristã porque desejava resolver o problema por mim mesmo; passaram-se alguns meses e o problema ainda não havia sido resolvido.

Certo dia, finalmente falei sobre o caso com uma amiga que era praticista. Ela sabia que alguns anos antes, durante uma viagem de negócios, eu fora curado de uma forte gripe, em poucas horas, mediante minhas próprias orações. Não há dúvidas de que ela discerniu que pelo fato de eu pensar que conseguira a cura pelo meu próprio trabalho, eu agora desejava tratar deste presente problema por mim mesmo. E essa atitude talvez estivesse me levando a não considerar que a cura, em seu sentido mais profundo, provém de Deus, e não de nosso eu pessoal. Ela perguntou-me se eu era realmente grato — grato porque a Ciência Cristã mostra-nos com tamanha clareza que Deus é quem verdadeiramente cura; que o homem, a verdadeira idéia de Deus, é perfeito, sadio e reto, e assim é sempre mantido por Deus; que essa verdadeira idéia é a identidade verdadeira e imutável de cada pessoa.

Respondi-lhe que pensava ser grato por tudo isso, mas assegurei-lhe que encheria minha consciência com toda a gratidão que eu devia a Deus. Durante o dia procedi desta maneira da melhor forma possível, e quando despertei na manhã seguinte estava perfeitamente bem. Pude repetir com o Salmista: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades.” Salmos 103:2, 3.

A verdadeira gratidão pelo amor divino sempre presente é a chave para a solução de todos os problemas, e temos diariamente incontáveis oportunidades de usar esta chave e de manter a nossa gratidão vívida e sempre brilhante.


Eu te exaltarei, ó Senhor, porque tu me livraste,
e não permitiste que os meus inimigos se regozijassem contra mim.
Senhor, meu Deus, clamei a ti por socorro,
e tu me saraste.
Da cova fizeste subir a minha alma;
preservaste-me a vida para que não descesse à sepultura.
Salmodiai ao Senhor, vós que sois seus santos,
e dai graças ao seu santo nome.

Salmos 30:1–4

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / setembro de 1977

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.