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Tranqüilo quanto à Igreja

Da edição de setembro de 1977 dO Arauto da Ciência Cristã


Porventura estamos ansiosos quanto à nossa igreja? Um devotado membro da igreja pode ocasionalmente ver, na sua igreja, condições que acha não serem representativas da espiritualidade que esta deve expressar, e isso o perturba. Pode até achar-se investindo numa cruzada corretiva contra a atitude de outros membros.

Se tal atitude não for curada rapidamente, poderá tornar-se mais perturbadora para a harmonia de nossa filial da Igreja de Cristo, Cientista, do que a situação errônea que julgamos ter de corrigir. A Ciência Cristã traz o espírito de Cristo, a Verdade, à humanidade, revelando a perfeição espiritual de Deus e do homem. Para ser eficaz, o Cristo tem de ser reconhecido na consciência de cada membro da igreja. Temos de viver, amar e sentir a perfeição de Deus e do homem até às profundezas do nosso ser. É isso que está no cerne da demonstração da Ciência Cristã, e é uma necessidade para o contínuo progresso espiritual. Mas, como pode nossa Causa prosperar se nossos pensamentos estão por demais repletos de preocupação com o que outros membros da igreja estão fazendo, de modo que a atividade da Verdade na nossa própria consciência fica obscurecida?

É preciso maturidade espiritual para reconhecer os erros que tentam impedir o progresso na atividade da igreja, e depois ver com clareza a irrealidade deles. A Sr.a Eddy diz: “Expõe e denuncia as pretensões do mal e da moléstia sob todas as suas formas, mas compenetra-te de que nelas não há realidade alguma.” Ciência e Saúde, p. 447; Se aceitarmos a crença de que o mal possa ser parte real da idéia divina, a Igreja, então estaremos apoiando um conceito errôneo.

O que, pois, devemos fazer quando vemos algo na nossa igreja que nos deixa preocupados? A solução está em conseguir compreensão mais clara da verdade sobre a Igreja. Como manifestação de Deus, o Espírito, a Igreja é uma idéia espiritual indestrutível.

Pela oração podemos discernir a natureza inteiramente espiritual da Igreja. Ao orarmos, nosso pensamento é soerguido para que perceba a divindade da Igreja. Compreendemos que ela é uma idéia de Deus, espiritual, pura, não tocada pelos mortais ou pelas opiniões dos mortais. Nossa visão cristã pode ver que cada uma das facetas da Igreja está sob o governo direto do Princípio impessoal, incorpóreo, divino, o Amor. Quando nos apegarmos a essa visão mais iluminada, diminuirão os sinais da vontade humana, do conflito entre pessoas, ou da ação mal dirigida, porque não fazem parte da idéia divina, a Igreja. Nossa noção de igreja como organização humana começa a melhorar.

Embora a natureza espiritual da Igreja possa parecer intangível aos sentidos materiais, ela vai se tornando mais clara e mais substancial para aquele que está diariamente espiritualizando seu pensamento mediante a oração. Percebemos a realidade espiritual na proporção da pureza ou espiritualidade do nosso pensamento. Demonstramos a verdadeira natureza da Igreja quando demonstramos a nossa própria natureza verdadeira, a nossa identidade espiritual real. Ao purificarmos os nossos pensamentos, não ficará também purificada a nossa igreja, a qual manifesta o pensamento dos seus membros? De nós depende decidir se a nossa consciência toma por base a materialidade e inclui mesquinharias, medo e ressentimento, ou se ela se alinha espiritualmente com a Mente divina, que incute constantemente harmonia e amor às suas idéias.

Alguém poderá dizer: “Eu posso ter inclinação espiritual e ser bondoso, e posso apoiar as atividades duma igreja filial com sabedoria e entusiasmo. É com o outro membro que estou preocupado. Ele é indisciplinado e não tem muita inclinação espiritual. É este o problema na minha igreja. É o modo de pensar dele e o modo de pensar de outros como ele, o que me preocupa. Será que não devo iniciar uma ação vigorosa para eliminar essas características negativas?”

De fato, devemos! Quanto vigor e energia estamos empregando no sentido de purificar o nosso próprio pensamento da falsa crença de que o homem pode ser insensato, indisciplinado, ou desprovido de espiritualidade? Assim como podemos espiritualizar nossa visão de igreja, precisamos obter um conceito mais espiritualizado sobre o outro ou os outros membros da igreja. Será que de fato amamos os outros membros? Será que de fato os vemos como idéias de Deus, idéias sem mácula, e expressamos isso em nossa afeição humana? Estaremos apreciando-os como idéias perfeitas do Princípio, que não podem nem querem interferir na atividade da Igreja? O amor cristão verdadeiro não ignora nem desculpa o mal, porém não se deixa enganar por ele e vê a realidade espiritual. Essa visão revela a irrealidade do erro e produz a cura.

O amor de Cristo Jesus pela humanidade era tão grande que ele não dava realidade aos traços negativos dos outros. Ele compreendia que o mal é uma mentira, completamente irreal, e compreendia a identidade verdadeira e impecável do homem como o descendente de Deus. A Bíblia está repleta de incidentes que ilustram o amor puro que Jesus tinha pelos outros. Num deles, certa mulher estivera doente por muitos anos. Vendo Jesus, abriu caminho através da multidão que o rodeara, tocou a fímbria de sua veste, e foi instantaneamente curada. Jesus, tomado de compaixão, disse: “Quem me tocou? ... Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder.” Lucas 8:45, 46; Escrevendo sobre essa experiência, a Sr.a Eddy diz: “Quando Jesus se voltou e disse: «Quem me tocou?» deve ter sentido a influência do pensamento da mulher, pois está escrito que sentiu que «dele saíra poder». Sua consciência pura tinha claro discernimento e ele proferiu esse veredicto infalível; mas não aceitou o erro dela nem por afinidade nem por debilidade, pois o erro foi descoberto e rejeitado.” Unity of Good, p. 57.

Quão fácil parece julgar os outros! Precisamos, porém, conhecer a irrealidade do erro, rejeitá-lo, e não associá-lo a outra pessoa. Se outros membros da igreja parecem-nos menos que perfeitos (como nós decerto parecemos a eles!), nossa compreensão de sua identidade verdadeira, perfeita, como idéias de Deus, pode dar impulso ao nosso amor cristão, compassivo e compreensivo. Podemos saber que o homem nunca é o instrumento do mal.

Um membro de igreja provou esse ponto quando achou-se a criticar destrutivamente outro membro cujo conceito de atividade de igreja era muito diferente do seu. Mas continuou orando a fim de perceber a identidade espiritual, verdadeira, de cada um dos membros de sua igreja. Ouviu, então, uma palestra genuinamente inspiradora, proferida pela pessoa que ele havia criticado. Veio-lhe o pensamento de que devia telefonar a essa senhora e agradecer-lhe. Durante algum tempo o orgulho resistiu a essa intenção honesta. Mas então, cedendo à exigência espiritual de reconhecer a natureza divina e verdadeira de cada membro da igreja, ele lhe telefonou.

O resultado foi que ambos se tornaram amigos, e conciliaram seus pontos de vista diferentes no desejo mútuo de abençoar a Causa da Ciência Cristã. As opiniões rígidas cederam à flexibilidade e ao amor. Ambos contribuíram para trazer inspiração e cura à sua igreja.

Nossa igreja florescerá numa atmosfera cada vez mais livre de pensamentos materiais, limitados. Podemos orar por nossa igreja ao invés de criticar seus membros. Podemos saber que os membros, nossos companheiros, tal como nós mesmos, são reflexos espirituais de Deus. Quando afirmamos e compreendemos que Deus é a fonte de tudo quanto constitui a verdadeira Igreja, acharemos mais fácil pôr nEle a nossa confiança. É assim que podemos com pleno êxito proteger e fazer prosperar a Causa da Ciência Cristã.

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