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Não por temor ao mal, mas por amor ao bem

Da edição de maio de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


Há casos de Igrejas de Cristo, Cientistas, situadas em comunidades onde têm ocorrido grande número de crimes violentos, as quais se decidiram a formar comissões com o fim específico de orar, do ponto de vista da Ciência Cristã, para tal problema. Surge a pergunta: São as orações dessa comissão motivadas pelo temor quanto à segurança dos membros da igreja, ou em regozijo pelo reino onipresente do Princípio divino todo amoroso e pelo seu governo harmonioso de todos os seres?

Há uma diferença enorme entre estas duas maneiras de orar. A primeira delas, impelida pelo temor, é o método do temor. E a Sra. Eddy diz-nos: “A prática científica cristã começa com a nota tônica da harmonia apresentada por Cristo: ‘Não temais!’ Disse Jó: ‘Aquilo que temo me sobrevém’.” Ciência e Saúde, p. 410–411;

A segunda é a da conscientização jubilosa — da percepção do fato espiritual que contradiz o problema e da afirmação do poder que um Deus amoroso tem para governar com harmonia todos os seres.

Um exame das Concordâncias dos escritos da Sra. Eddy indica que esta nos deu várias diretrizes importantes a respeito da oração. São elas muito úteis quando usadas todas as manhãs em conjunto com a Oração do Senhor, que nos foi deixada por Cristo Jesus. Por que trabalhamos com elas cada dia? Será que em cega obediência às instruções dadas por nossa Líder? Obediência cega não basta. Deve haver uma razão para a fé que há em nós.

Se nos limitamos a repassar essas orações e a fazer nosso pretenso “trabalho de proteção” por temermos que se o não fizermos estaremos sujeitos a nos envolver em algum problema, receosos do que pode acontecer a nós ou ao mundo se não orarmos com lealdade, então nossa motivação não está dotada da pureza que devia ter. Precisamos lidar com o medo, isto é, destruí-lo, em vez de permitir-lhe determinar o nosso ponto de vista.

Ora, se não devemos fazer nossas orações por temor ao que possa acontecer se deixarmos de fazê-las, qual a razão correta para se orar? Em virtude do bem que resulta de habitarmos com Deus, a fonte de todo o bem. Como a Sra. Eddy diz: “O Princípio infalível e imutável de toda cura é Deus; e deve-se procurar esse Princípio por amor ao bem, pelos motivos mais espirituais e desinteressados.” Miscellaneous Writings, p. 232;

Não devemos trabalhar por temor ao mal que nos possa acontecer se não trabalharmos, mas por amor ao bem que floresce quando oramos de modo correto. Esta é a motivação espiritualizada de nossas orações diárias tanto para nós como para o mundo.

Vivendo a Ciência Cristã, aprendemos que se caímos doentes ou nos machucamos de alguma forma, precisamos orar a fim de sermos curados espiritualmente. Mas se queremos obedecer à injunção da Sra. Eddy de começar nossa oração superando o medo, então com certeza não devemos trabalhar por receio de que se o não fizermos a doença ou a machucadura irão piorar. Trabalhar deste modo seria condescender com o temor!

Não, trabalhamos porque precisamos nos aproximar em pensamento de Deus e dEle queremos nos acercar; trabalhamos para nos tornarmos mais conscientes de Seu poder e presença eternos, e do Seu amor por nós. Conscientes do bem abundante que nosso Pai-Mãe Deus está sempre vertendo em nós porque Ele nos ama com muita ternura e constância e de modo tão completo. Como Cristo Jesus disse: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.” Lucas 12:32;

Claro está que se alguém telefona e pede-nos ajuda na Ciência Cristã e o caso parece desesperador, haveremos de orar com maior sinceridade. Mas não por receio do que aconteceria se não orássemos ou se não orássemos suficientemente bem. Nem por receio do que haveria de acontecer se não pudéssemos nos elevar acima do próprio temor com que estamos condescendendo! Antes haveríamos de orar rejubilando-nos no bem que Deus vem manifestando sempre a Seus filhos queridos — o bem a que só nos é preciso abrir os olhos e o nosso coração, para que o reconheçamos, o aceitemos e dele gozemos.

Não muito depois desta linha de pensamento ter-se-me aberto, uma amiga minha, praticista da Ciência Cristã, teve uma experiência notável sobre esse ponto. Sua neta, estando para dar à luz, pediu-lhe para encarregar-se do caso, como sua praticista. Achando-se a jovem mãe em trabalho de parto havia quase vinte e quatro horas, o médico-parteiro informou que não sabia se a mãe ou a criança conseguiriam sobreviver. Achava ser preciso operar num esforço para salvar a mãe e, se possível, a criança.

Minha amiga preocupava-se achando que seu amor pela neta estivesse interferindo com as orações, estivesse fazendo com que ela se preocupasse demais a ponto de não raciocinar clara e eficazmente. Resolveu adotar o ponto de vista desta mais positiva motivação à oração. Decidiu que o trabalho em Ciência Cristã para esse caso não precisava ser em virtude do temor de que a mãe ou a criança, ou ambas, talvez morressem se o tratamento não fosse feito ou não fosse feito suficientemente bem. O trabalho não era feito em razão do temor à morte mas por amor à Vida. Em razão de ser tão maravilhoso o fato de que Deus é realmente a Vida, é realmente a nossa Vida. É realmente toda a Vida.

Deu-lhe alegria íntima e profunda saber que a jovem mãe não podia perder a vida, porque Deus era a sua Vida e ela não podia perder Deus. Deus é Vida infinita, e portanto o todo da Vida é presença eterna, em toda parte, sempre. Nunca pode ser perdido. Está sempre exatamente aqui.

Pôde ver que o trabalho na Ciência Cristã não era por temor de que o corpo físico tivesse exaurido as forças. A oração consistia em rejubilar-se porque as fontes inexauríveis da Mente infinita estavam presentes em toda parte e sempre à disposição. A oração era feita pela alegria de ver manifestas as divinas energias do Espírito.

O médico achou necessário prosseguir com os preparativos da operação. No momento em que ia operar, a criança nasceu de modo suave, normal e natural. Ambos, mãe e filho, estavam bem e felizes.

Ora pode-se ver com maior clareza que não se deve orar por temor ao que possa acontecer, mas por alegria pelo bem que Deus sempre está dando a nós e a todos. A Sra. Eddy expõe isso de maneira concisa e clara: “O amor a Deus, e não o temor ao mal, é o incentivo na Ciência Cristã.” Mis., p. 279. E compreender e aceitar esta verdade incandescente ajuda-nos a ver que na Ciência Cristã uma prática de cura ocupada e ativa nunca é uma prática pesada e cansativa. Compreender e testemunhar o bem infinito que Deus está sempre jorrando como a própria natureza de todo ser, é causa de abundante alegria e júbilo constante.

A Ciência Cristã não é apenas uma panacéia útil, nem um bendito alívio para os miríades de males de um mundo miserável, nem um armário de medicina mental de larga escala para atender um planeta conturbado. É mais precisamente um anjo — um anjo não só de misericórdia e libertação, mas também um anjo de esperança e de alegre concretização. Não se limita a fechar a porta à doença, ao pecado, à morte e a toda miséria de origem mortal. Abre-a de par em par às belezas e alegrias da existência espiritual bem aqui onde parecemos estar. Eleva nossa consciência quanto ao ser, tirando-a da ilusão de que somos mortais diminutos a luzir por um momento com um brilho fugaz de existência num pequeno planeta chamado Terra, rodeando um Sol insignificante num recanto longínquo de uma mera galáxia entre os biliões que existem num universo material tão vasto que até nos faz tremer. Em vez disso nos leva à glória maravilhosa, que nossa identidade real, como manifestação individual do Princípio infinito, o Amor, está sempre na presença de Deus.

Nossas orações diárias, nosso trabalho metafísico, não são feitas por temor ao que possa acontecer, mas por contentamento pelo bem infinito que o Amor divino está manifestando. A Oração do Senhor, bem como cada oração que a Sra. Eddy nos deu, tem esse significado enaltecedor. Experimente e veja.

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