“Onde vão construir a igreja?” Esta pergunta foi feita a um dos membros duma igreja que estava para construir um templo — uma filial da Igreja de Cristo, Cientista. A pessoa indicou o local. O interlocutor concordou que era um bom local, agradável, acessível, com oportunidade de abarcar uma comunidade carente e servi-la.
Mas a pergunta ficou no ar: “Onde vão construir a igreja?” Naquela noite, alertada por essa suave insistência, a Cientista Cristã raciocinou: “Afinal, não nos ensina a Ciência Cristã que a Igreja é uma idéia divina, uma idéia espiritual da Verdade e do Amor? Como todas as idéias corretas, a Igreja está incluída na idéia composta, o homem, a idéia que Cristo Jesus exemplificou.”
A Igreja, pensou, tal como eternamente existe na Mente que tudo cria, é divinamente concebida e espiritualmente perpetuada. A Igreja revela sua natureza e seu propósito à consciência humana na proporção em que dedicadametne preparamos nosso pensamento para incluí-la.
A partir dessa base a Cientista Cristã recordou eventos que levaram à decisão de localizar e construir numa área que iria ajustar-se às necessidades do quadro de membros e também da comunidade. Esses eventos impulsionadores, tal como os Cientistas Cristãos aprendem a reconhecer, não são apenas atividades humanas. São movimentados por verdades divinas, construtivas, abnegadas, divinamente comunicadas e agradecidamente sustentadas. Aquele que escuta a direção de Deus, parte feliz e imediatamente a empregar suas energias espiritualmente recebidas. Ele é estimulado pela verdadeira idéia, a Igreja, a idéia que ele compreende estar fundamentada no Princípio divino, o Amor, acalentada e perpetuada na Mente.
Para penetrar nesta idéia verdadeira, a Igreja, é necessário que se reconheçam e apreciem forças morais e espirituais duradouras e sua utilização — esperança, coragem, fé, sabedoria, paciência, saúde ou bem-estar, altruísmo.
Nossa igreja está alicerçada na rocha, Cristo. Irradia o poder sanador e redentor da verdade que representa. A igreja abre os braços para estabilizar as imediações, e purificá-las. Desperta a humanidade da preguiça e apatia espirituais para a alegria e o entusiasmo de trabalhar assiduamente a fim de expressar o Cristo sanador em pensamentos e ações vigorosos.
A Sra. Eddy conta-nos algo sobre a perpetuidade da localização da igreja, quando diz: “Construída sobre a rocha, a nossa igreja resistirá às tormentas dos tempos: ainda que a superestrutura material se desfaça em pó, o mais apto sobreviverá — viverá a idéia espiritual, amostra perpétua do Princípio divino que ela reflete.” Miscellaneous Writings, p. 140;
Cristo Jesus obedecia coerentemente às demandas do Princípio divino, seu Pai, Deus. Pregando, ensinando, curando, ele pacientemente preparou os corações dos homems para a receptividade à Igreja e à atividade da sanadora idéia-Cristo.
Jesus muitas vezes pregava e ensinava nos edifícios e sinagogas daqueles dias. O povo vinha ouvi-lo. Vinha tanto para arrazoar e questionar como para ali adorar. Jesus educava espiritualmente seus ouvintes, elevava-os acima da voragem materialista até o reino enaltecedor e jovial do Espírito. Sua inspiração originava-se de uma só fonte — a Verdade revelada por Deus.
Modesta mas destemidamente e com autoridade divina ele revelou a natureza do Cristo como esta realmente é — compassiva, corretiva, imparcial em amor, infalível em sabedoria. Revelou o verdadeiro homem, o homem que o Pai reconhece como filho e herdeiro — o homem que cada um de nós é em verdade.
Não somente a sinagoga mas também os caminhos, o barco de pesca, as colinas da Judéia, as praias da Galiléia, o lar de administradores e servos, os ricos e os pobres, sentiram o impacto sanador do poder do Mestre. Onde pousava ou por onde passava, o pecador era reformado, o adúltero regenerado, o triste consolado, o leproso purificado. Até os mortos eram ressuscitados. Todas essas obras poderosas e ternas eram prova direta do poder da Verdade e do Amor divinos, prova da Igreja em ação. Jesus revelou à humanidade o Cristo sanador e declarou que esta é a rocha sobre a qual sua igreja assenta, “e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mateus 16:18;.
É, pois, o exemplo de Jesus que nos mostra na vida humana a verdadeira Igreja, a divina realidade que os Cientistas Cristãos se empenham diariamente em perceber e demonstrar por meio de suas orações.
Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy dá este significado absoluto de “Igreja”: “A estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede.” Ciência e Saúde, p. 583; Também revela a natureza alentadora e sanadora das atividades institucionais oriundas dessa fonte. Essas atividades são realizadas não pelo rito formal, pela cerimônia, a pompa, o credo, mas pela oração que compreende e reconhece a onipresença e onipotência de Deus, o Amor divino, e a perfeição de Sua criação, e nelas confia.
As portas das Igrejas de Cristo, Cientistas, estão abertas a todos. Milhares de pessoas já gozaram da atmosfera sanadora do Amor e da Verdade em seus serviços dominicais e nas reuniões de testemunhos às quartas-feiras.
Em minha própria experiência, os meses que passei completamente isolada da sociedade e de amigos e a medicação que recebi por causa de uma prolongada doença, deixaram-me totalmente incapacitada. Meu primeiro retorno à atividade normal deu-se numa pequena igreja de subúrbio, uma filial da Igreja de Cristo, Cientista. Foi num domingo de agosto. A lição bíblica do Livrete Trimestral da Ciência Cristã e os hinos tratavam da mensagem do Cristo sanador e de Jesus como o mensageiro. Para mim foi uma revelação cantar hinos sobre o nascimento de Cristo Jesus nessa época do ano, hinos que normalmente estão restringidos à época do Natal; mas eu buscava o Cristo, a Verdade, e o seu poder sanador. Aí estava, falando clara e animadoramente, e com um tremendo ímpeto de cura. A Igreja construída sobre a rocha me tocava e envolvia no seu abraço terno, protetor e confortador. E assim continuou.
Quantas expressões similares de gratidão por curas obtidas são voluntariamente externadas nas reuniões de testemunhos! Quantas orações silenciosas de gratidão são dadas pela compreensão espiritual de Deus como Amor sempre presente, pela saúde e paz restauradas pela compreensão! Como é grande o alcance da influência dessas orações, cujo poder salutar e purificador não conhece restrição de paredes e de fronteiras!
Com a riqueza de seus recursos espirituais a Sra. Eddy escreve: “Vós não adorais uma divindade distante, nem falais de um amor desconhecido. As orações silenciosas de nossas igrejas, ressoando pelos escuros corredores do tempo, avançam em ondas sonoras, num diapasão de batidas de coração, vibrando de um púlpito a outro, e de um coração a outro, até que a verdade e o amor, juntando-se numa só oração justa, circundem e unam a raça humana.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 189.
Onde estamos construindo? No coração da humanidade; onde quer que aspirações sinceras busquem o Cristo sanador.
