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A exigência de trabalhar diariamente para nós mesmos

Da edição de agosto de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


Com certeza uma das mais importantes obrigações dos Cientistas Cristãos é a de orar diariamente para eles mesmos. E, no entanto, se nos dirigirmos a um grupo de Cientistas Cristãos tomados a esmo e lhes perguntarmos se são fiéis neste trabalho, muitos talvez admitam que não o fazem — embora saibam que devem enfrentar a necessidade de contrapor-se em base regular à sugestão mental agressiva.

Talvez não estejamos de todo convencidos da necessidade de nos defendermos diariamente. Uma das razões desta atitude lassa pode ser a impressão de que supostamente armazenamos verdades espirituais a serem usadas só quando tivermos um problema. Esta maneira de encarar a questão assemelha-se a uma conta de poupança — a adição a uma reserva de declarações metafísicas que podem ser sacadas em caso de emergência. Quando surge uma necessidade, talvez pensemos que o problema se resolverá por negarmos o erro e recitarmos algumas destas declarações. Ora, com demasiada freqüência, nossas declarações são ineficazes porque, se bem que tenhamos aprendido algumas das normas da Ciência divina, deixamos de nos enriquecer com o desenvolvimento diário de nossa capacidade de raciocinar a partir de tais normas — de ponderá-las profundamente e então aplicá-las de modo prático em nosso viver diário.

Tomar declarações da verdade e então aprender como raciocinar de modo lógico e científico a partir das premissas espirituais e viver de acordo com elas — não é este o meio de assegurar crescimento espiritual contínuo? E não é este o único caminho para coerentemente calar as sugestões malignas e destruí-las? Contudo, isto requer esforço persistente e regular não só para aprender as normas mas, o que é mais importante, para aprender a raciocinar a partir das premissas da Ciência Cristã e então compreender a aplicação prática dessas normas.

Permitam-me ilustrar este ponto. Enquanto eu cursava a universidade, queria tornar-me contador público. Tomei quase todos os cursos de contabilidade que a faculdade oferecia. Estudei as normas gerais de contabilidade, e as aprendi bem. Mas sabia que para passar o dificílimo exame que me daria o título de contador público, tinha de adquirir maior experiência na solução de problemas.

Assim, durante os meses que antecederam o exame, dispendi de duas a três horas por dia resolvendo problemas que haviam caído em outros desses exames e depois comparando as soluções que eu havia encontrado no resultado oficial publicado. Mediante tal tipo de preparação agucei minha capacidade de raciocinar a partir das normas que eu conheci e de aplicar o mesmo raciocínio a uma grande variedade de problemas comerciais. Quando chegou o dia de prestar exame, eu estava bem preparado para passar.

Pode alguém considerar-se Cientista Cristão plenamente dedicado enquanto não trabalhar diligentemente para desenvolver sua compreensão das normas da Ciência divina por um processo mais ou menos semelhante — isto é, pelo trabalho diário no sentido de desenvolver o raciocínio espiritual e a capacidade de aplicar de modo prático o que está aprendendo?

Se não estivermos progredindo na compreensão prática do Princípio divino das normas que regem a Ciência Cristã, qual é o resultado? Eis o que a Sra. Eddy diz, usando a música como analogia: “Para ser senhor dos acordes e das dissonâncias é preciso compreender a ciência da música. Abandonada às decisões do sentido material, a música está sujeita a ser mal interpretada e a perder-se na confusão. Governada pela crença, em vez de pela compreensão, a música é, e não pode deixar de ser, expressa com imperfeição. Assim também o homem, por não compreender a Ciência do ser — por repelir seu Princípio divino como incompreensível — fica abandonado às conjeturas, entregue às mãos da ignorância, deixado à mercê das ilusões, sujeito ao sentido material, que é discordância.” Ciência e Saúde, pp. 304–305;

Mediante nossa Líder, a Sra. Eddy, Deus nos deu a plena exposição da Ciência do ser, definindo exatamente qual é a herança espiritual do homem e como haveremos de obtê-la. Mas está claro que só mediante portentosa luta é que podemos despertar para a nossa herança de origem divina e as bênçãos que dela advêm. A Sra. Eddy escreve: “A alegria isenta de pecado — a perfeita harmonia e imortalidade da Vida, a qual possui ilimitada beleza e bondade divinas sem qualquer prazer ou dor corpóreos — constitui o único homem verdadeiro, indestrutível, cujo ser é espiritual.”

E a declaração continua: “Esse estado de existência é científico e está intacto — perfeição discernível somente por aqueles que têm a compreensão final do Cristo na Ciência divina.” ibid., p. 76;

Não há caminho fácil que leve a esta compreensão final, nem atalho. Ninguém pode percorrer o caminho todo fazendo apenas esforço espasmódico, ou mediante alguma transformação não conquistada.

Nossa Líder coloca tal importância no trabalho diário para nós mesmos que fez dele um dever, estipulando no Manual de A Igreja Mãe: “Será dever de todo membro desta Igreja defender-se diariamente contra sugestão mental agressiva, e não se deixar induzir ao esquecimento ou à negligência quanto ao seu dever para com Deus, para com sua Líder e para com a humanidade. Segundo as suas obras será julgado — e justificado ou condenado.” Man., § 6° do artigo 8°;

Este dever não deve ser tomado levianamente. Espera-se que todo membro de A Igreja Mãe aprenda a defender-se contra a sugestão mental agressiva — e se defenda diariamente. Se o não fizermos, correremos o perigo de ser suplantados pelas pretensões sutis do mal sem saber o que nos está manobrando.

A Ciência Cristã ensina que Deus é bom e é onipotente. Quanto mais entendermos o significado pleno da totalidade e da supremacia do bem e a maneira de aplicar praticamente essa verdade nos assuntos humanos, tanto melhor estaremos preparados para rejeitar as sugestões mentais agressivas. O que precisamos fazer não é nos fechar contra o mal como se este fora real ou a causa de algo, mas estar tão imbuídos do conhecimento do que é verdadeiro que vejamos o absurdo e a ausência de poder das sugestões malignas.

Este processo de assimilação da verdade como a única defesa digna de confiança contra o mal é inteiramente coerente com o que Cristo Jesus ensinava. Mestre e sanador jamais superado, ele deixou claro que ensinava como o Pai ensinava a ele. Disse: “Aquele que me enviou é verdadeiro, de modo que as cousas que dele tenho ouvido, essas digo ao mundo.... Falo como o Pai me ensinou.” João 8:26, 28; Quando Jesus proferia a verdade, era o Cristo, a Verdade, o que falava por meio dele, revelando e comprovando para a humanidade a Ciência divina do ser.

O mesmo pode ser dito da Palavra revelada mediante a Sra. Eddy como seguidora leal do Cristo. O que ela consignou no livro Ciência e Saúde lhe foi comunicado pelo Pai. Como o Pai ensinou a ela, assim ela nos ensina. Ela nos deu a plena e exata exposição da Ciência do ser, tal como o Pai a deu a ela. Por esse motivo suas declarações científicas e absolutas quanto à totalidade da Verdade e à perfeição do homem têm autoridade divina. Tomemos a declaração contida em Ciência e Saúde: “A Mente manifesta tudo o que existe na infinidade da Verdade.” Ciência e Saúde, p. 258. Esta declaração da lei espiritual é de Deus. Não é mera pressuposição feita pela Sra. Eddy. Tal lei lhe foi revelada. Ela a consignou no papel.

Ciência e Saúde está repleto de tais verdades espirituais, de exposições da lei divina que são sempre sustentadas pela Verdade, Deus, sem exceção, sem oposição, sem resistência. Mediante a oração diária podemos compreender isso com tal intensidade que nos é possível comprovar a natureza ilusória de toda aparência que sugira algo diverso. É o nosso esforço diário no sentido de aguçar as nossas habilidades espirituais o que nos capacita a ver a falácia das conjeturas errôneas.

Ninguém precisa fazer com que o Princípio divino entre em ação a seu favor, porque o Princípio divino está sempre em ação, sustentando sempre a ordem divina da harmonia, sempre vedando acesso à realidade a tudo o que seja dessemelhante do bem.

Se formos leais em orar diariamente impregnados de tais fatos espirituais, tornar-nos-emos mais receptivos à supremacia de Deus e à Sua bondade. Estenderemos nossa defesa contra o erro não por construir uma barreira entre nós e o mal — como se o mal existisse como realidade e como poder — mas por desenvolver e fortalecer diariamente a habilidade espiritual de saber a verdade do ser com tal clareza e autoridade que o mal retrocede à sua nulidade.

Certamente só mediante o trabalho diário é que podemos crescer no sentido de realizar “a compreensão final do Cristo na Ciência divina”. Mediante este esforço persistente de assimilar compreensão crescemos em nossa capacidade de entender e demonstrar o Princípio divino, Deus. E o que acontece? Não mais se “fica abandonado às conjeturas, entregue às mãos da ignorância, deixado à mercê das ilusões, sujeito ao sentido material, que é discordância”.

Então teremos feito bem o nosso trabalho diário.


Procura apresentar-te
a Deus, aprovado,
como obreiro que
não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade.
O Senhor conhece os que lhe pertencem.

2 Timóteo 2:15, 19

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