O que fazia de Cristo Jesus “o caminho, e a verdade, e a vida” João 14:6;?
Não era nenhum poder particular ou pessoal inerente no homem Jesus. Era antes a compreensão dele a respeito de Deus e, como conseqüência, a respeito da verdadeira natureza do homem e do universo. Era o que ele sabia ser a Vida, o que ele sabia ser o poder, a substância, a lei, o que deu a Jesus a autoridade e o poder divinos de curar a humanidade ao destruir as ilusões de pecado, doença e morte.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará“ 8:32;, disse o Mestre. É a própria Verdade que torna alguém livre, não a pessoa que está sabendo a verdade, nem alguma ênfase extraordinária ou força de vontade posta no ato de saber a verdade. Como a própria Verdade é o agente sanador, a compreensão que alguém tem da Verdade precisa estar cientificamente correta. Saber a verdade é discernir a idéia espiritual de Deus em distinta contraposição ao erro mortal ou à contrafação. É estar tão claramente consciente da idéia espiritual que a crença mortal, errônea, desaparece do pensamento até mesmo como apenas pretensão.
Quando a Verdade ocupa vividamente a consciência, dissipando tudo o mais, há cura. E isso dá-se de modo natural e simples. Em Rudimentos da Ciência Divina a Sra. Eddy escreve: “O poder espiritual de um perfeito pensamento científico, tem curado muitas doenças inveteradas sem um esforço direto, sem um argumento oral, ou mesmo mental.” Rud., p. 9;
Pela primeira vez em que travam conhecimento com a Ciência Cristã, muitas pessoas se consideram entidades materiais necessitadas de cura e salvação — pois assim é que elas parecem ser. Então mediante o estudo da Bíblia e dos escritos da Sra. Eddy passam a compreender que Deus é Tudo, que Ele é o bem infinito, que Ele é todopoder, Mente, Alma, Vida, Verdade e Amor — que Deus é em realidade o próprio Princípio e a substância do ser delas.
Aprendem que o homem é espiritual, o genuíno reflexo do Espírito; que independente do que alguém pareça ser ou possa ter-se considerado outrora, ou do que outros possam pensar a seu respeito, ele é na verdade, literalmente, aqui e agora o filho querido de Deus, que existe só como a Mente divina o conhece.
Esse esclarecimento traz esperança e liberdade e alegria. Muitíssimas vezes cura imediatamente. Há muitos anos tal foi a minha própria experiência. Depois de ler as primeiras páginas do livro Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, vi que apesar do que a evidência material parecia ser, eu existia somente como Deus me conhecia. Dentro de poucos dias eu estava curado de grave enfermidade.
Não se deve permitir que venha a enfraquecer a inspiração tida por alguém no início desse contato. O estudo coerente da Bíblia e de Ciência e Saúde, feito com humildade, a contemplação devota da realidade e, acima de tudo, a obediência sincera e amável a Deus hão de renovar continuamente a visão espiritual de quem quer que seja e a manterão viva. E isso haverá de proteger essa pessoa do medo e do desânimo, irá destruir gradativamente a crença mortal de que a matéria é substância e de que o homem é regido por ela e dela depende. Começar-se-á a entender que não se necessita ser salvo e curado ou levantado. Saberse-á que já se está levantado, que já se é espiritual e perfeito, permanecendo sempre como filho querido de Deus. A crença de que o homem é finito e mortal, embora tenha apoio na evidência dos sentidos, será paulatinamente reconhecida como inteiramente falsa.
Se com lealdade e obediência se segue no caminho de Jesus, ganha-se a compreensão espiritual necessária para lidar com os argumentos aflitivos do sentido pessoal e destruí-los como o Mestre o fez. João disse: “Amados, agora somos filhos de Deus.” 1 João 3:2; Cada um de nós, na medida de sua compreensão e espiritualidade, pode comprovar por si mesmo essa asserção.
Cristo Jesus era muito mais do que uma pessoa muito boa, muito mais do que altruístico; na verdade, era abnegado. Há diferença enorme entre estas duas palavras. Alguém que a si mesmo se considera altruístico acha-se um bom mortal, mas quem é verdadeiramente abnegado compreende que não tem identidade separada de Deus. Vê a Mente divina como o único Ego, o único “Eu”; portanto, vê que o homem não é de modo nenhum um ente mortal. Nos Evangelhos não consta em nenhuma parte que Jesus haja alguma vez procurado obter algo para si — tal como um lar ou um cargo, coisa que parece tão importante para muitos de nós. Sabia que ele mesmo era a manifestação perfeita e completa de Deus, o Espírito infinito. Não se via como uma pessoa que procura tornar-se esta manifestação. Olhando diretamente através do sentido erróneo de finidade ou de personalidade mortal, Cristo Jesus via sua individualidade espiritual de Filho de Deus. Por isso Jesus podia dizer: “Eu e o Pai somos um.” João 10:30; “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” 5:17.
A compreensão de que alguém não é nem um pouco um ente mortal mas o reflexo da Mente — feitura de Deus em vez de obreiro independente — o capacita a levar a cabo tarefas difíceis e a fazê-las com alegria e confiança.
A Ciência Cristã dá a Cristo Jesus o nome de Guia. Revela, na sua Ciência completa, o Cristo, a Verdade, a qual ele ensinou e viveu. Explica que o homem é completo, perfeito, está contente agora — nunca carecendo de coisa alguma nem estando em perigo, nunca à mercê da matéria nem das circunstâncias, nunca consciente do mal. É essencial aceitar estes fatos científicos como a verdade presente e demonstrável do ser.
A Vida é o Espírito divino — a Vida auto-existente, que a si mesma se sustenta e é Vida eterna, que inclui para sempre, dentro de si mesma, tudo o que a Vida necessita para permanecer perfeita, harmoniosa, indestrutível e eterna. Nesta Vida divina não há elemento de discórdia ou fricção, pois sua natureza e seu Princípio são o Amor. Esta Vida perfeita está agora manifestando-se no verdadeiro ser de todos nós. Na medida em que o homem se identificar como entidade espiritual em vez de como pessoa que tenta se tornar um homem espiritual haverá de curar os doentes.
