Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Contentamento que excede o sentido pessoal

Da edição de agosto de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando tivermos crescido a ponto de abandonar a crença de que o homem se acha separado da Alma, sentiremos por fim o contentamento verdadeiro.

Ora, enquanto nos submetermos à crença de que o homem é uma entidade psicológica e biológica que está governada, pelo menos em parte, por impulsos, necessidades, desejos e anseios, continuaremos a correr atrás de meios para satisfazer àquela sensação de vazio.

Como Deus é Alma, é Ele a fonte de realização de tudo o que foi criado. Como é universal a Alma, nunca há um ponto nem uma ocasião em que sua presença, proporcionadora de contentamento, não se faça sentir ou seja desconhecida. Como quer bem à sua criação, a Alma provê a ela, e jamais retém dela, a bondade que concede o contentamento e o sentimento de realização, e que abençoa cada idéia. O Salmista captou leve vislumbre dessa bela verdade e a expressou assim: “Abres a tua mão e satisfazes de benevolência a todo vivente.”  Salmos 145:16;

O homem, segundo foi criado pela Alma e é por ela mantido para sempre, está plenamente satisfeito — agora. Cada faceta de sua existência está completa. O homem nunca sobreviveria — nem lhe seria possível existir — sem a Alma. Ora, a presença da Alma é total, e o homem manifesta de modo infalível essa natureza do ser, a qual é possuidora de contentamento.

Poderia o homem, o própria manifestação da Alma, carecer do bem? Não, nunca. Os recursos ilimitados da Alma estão, a todo momento, saciando o ser do homem. Nenhum traço de separação existe entre a Alma e a sua idéia. Estas estão para sempre unidas.

Nossas relações com as demais pessoas, particularmente com aquelas que nos estão próximas e de cuja intimidade desfrutamos, haverão de ser muito mais estáveis e cheias de significado quando a Alma, e não o sentido pessoal, for a base desse relacionamento. O sentido pessoal é um estado de pensamento que presume que a identidade do homem seja integrada por uma personalidade humana. A substância dessa pretensa identidade é incompleta. Carece de verdade fundamental porque se baseia na materialidade e não na espiritualidade.

Os mortais sentem tal carência. E essa sensação de vazio vem em conseqüência de que o sentido pessoal é, em essência, vazio. Não tem substância genuína ou permanente. Normal à inclinação humana é buscar encher esse sentido pessoal. Contentá-lo. Nutri-lo. Dar-lhe um sentido mais substancial. Ora, procurar satisfazer ao sentido pessoal de existência ou tentar levá-lo a realizar-se, é como colocar uma peneira sob uma torneira; não retém água.

O sentido espiritual, originário da Alma, é a única consciência permanente e válida do ser. O sentido espiritual revela a harmonia da Alma como a única substância verdadeira. A identidade espiritual do homem, a única identidade genuína que ele tem de fato, não carece, nem por um instante, da satisfação e da alegria que a Alma comunica de contínuo. A Sra. Eddy escreve: “Para um ouvido desafinado, a discórdia é harmonia; assim o sentido pessoal, não discernindo o afeto legítimo da Alma, talvez ponha o amor sobre uma base falsa e desse modo o perca.” E diz, mais adiante: “A Alma é a fonte infinita da felicidade: só a alegria sagrada e elevada pode satisfazer aos anseios imortais.” Miscellaneous Writings, p. 287;

O sentido pessoal define a identidade de um indivíduo segundo a perspectiva da crença mortal. Talvez sustente com tenacidade que o indivíduo sente desejo obsessivo de beber, usar drogas ou jogar. E a crença mortal indica alguma espécie de materialidade como o meio de alcançar o objetivo. O apetite insaciável, o ímpeto sensual, o descontentamento contínuo com o nosso meio-ambiente, e até mesmo a mania de nos determos na própria personalidade humana ou de ansiarmos pela de outrem — tudo isso é impulso da crença mortal que se lança à busca, pelo menos temporariamente, de satisfação e realização dentro dos confins do sentido pessoal.

Ora, nunca poderemos ser verdadeiramente felizes ao recorrermos a qualquer outra fonte que careça da substância e da pureza da Alma. É-nos possível contestar eficazmente o sentido pessoal e sua premissa material de ser a fonte do contentamento. Só a Alma tem a habilidade de purificar e elevar os motivos e as aspirações e de colocá-los numa base de contentamento permanente. Se aceitarmos, mesmo gradativamente, o fato de que a identidade do homem é inteiramente espiritual, nossa felicidade encontrará no sentido espiritual um firme fundamento.

E ao negarmos o conceito errado de que o homem é mortal, com existência definida do ponto de vista da materialidade, começaremos a sacudir de nós os anseios e impulsos do sentido pessoal. E os trocaremos por um sentido espiritual de realização e contentamento, sentido esse que sobeja na presença infinita da Alma. Esta habilidade de se voltar para Deus em vez de para a matéria é inerente a cada um de nós. Prevalece quando temos a humildade de dar à Ciência Cristã rédea livre em nossa vida. Nosso relacionamento verdadeiro e gratificante com a Alma se nos revela pelo Cristo, e todos temos a habilidade de experimentá-lo.

A Sra. Eddy escreve: “A Alma tem recursos infinitos para abençoar a humanidade, e a felicidade seria alcançada mais facilmente e estaria mais segura em nosso poder, se a buscássemos na Alma. Só os gozos mais elevados podem satisfazer aos anseios do homem imortal. Não podemos circunscrever a felicidade dentro dos limites do sentido pessoal. Os sentidos não proporcionam gozo verdadeiro.” Ciência e Saúde, pp. 60–61.

Nenhuma circunstância ou condição material jamais satisfez verdadeiramente às nossas necessidades. E nunca as satisfará. O verdadeiro contentamento nunca pode ser extraído das circunstâncias humanas. No entanto, podemos levar às circunstâncias humanas de caráter legítimo a alegria e a bondade, a pureza e o contentamento hauridos da Alma. A partir desta base, enaltecemos, respeitamos e abençoamos o nosso próximo. À medida que nos desfazemos do sentido pessoal, passamos a gozar da natureza profundamente gratificante da Alma, a qual provê sem interrupção o fluxo da realização espiritual genuína.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / agosto de 1978

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.