Você já terá dado atenção especial às muitas pessoas anônimas na Bíblia que deram ensejo a um grande evento ou uma cura? Houve, por exemplo, uma menininha escrava, cuja ama era a esposa do poderoso comandante sírio Naamã. Disse ela à sua senhora: “Oxalá o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra.” 2 Reis 5:3; A receptividade espiritual da menina foi o primeiro passo para a cura completa de Naamã.
Qual era o nome do copeiro-chefe de Faraó que contou ao seu rei sobre o homem na prisão que lhe havia interpretado um sonho? Aquele foi um passo importante para pôr José no cargo em que pôde salvar da fome o Egito.
Ou, qual era o nome do rapaz que tinha os pães e os peixes utilizados por Jesus para alimentar as multidões? A Bíblia registra a existência dessas pessoas porque cada uma contribuiu de certa maneira para a demonstração do poder e da bondade de Deus. Eram pessoas importantes.
Você, também, é importante. É provável que seu nome jamais venha a ser escrito nas páginas da história; mas, pelo seu desejo de compartilhar um pensamento ou uma palavra crísticos no momento certo, você poderá mudar o curso da vida de alguém. Para ajudar a suprir a necessidade de outra pessoa, não importa se sua educação básica foi limitada ou se você possui uma coleção de títulos impressionantes seguindo o seu nome. O que importa é o que você realmente é; o que o homem realmente é; e o que você sabe disso. O homem é uma idéia espiritual completa, feita à imagem de Deus. A Mente divina não cria idéias perfeitas com inteligência ou valor imperfeitos. Uma idéia espiritual não possui mais substância do que outra. Cada uma é completa, inteira, ilimitada.
O homem espiritual reflete todas as qualidades de seu Criador — amor, alegria, compreensão, paz, bondade. Conforme expressamos essas qualidades espirituais diariamente em nossas palavras e atos, elas ajudam e inspiram a humanidade. Essa expressão é o nosso propósito básico. E nunca sabemos a que momento os nossos pensamentos podem estar elevando outra pessoa; podemos estar totalmente inconscientes de tal momento.
Há alguns anos, estávamos em casa, falando com uma visita, e a conversa foi interrompida por uma de nossas netas. Ela entrou na sala chorando porque havia esfolado o joelho. Houve um mínimo de barulho e confusão. Apenas limpamos a ferida e lembramos-lhe uma verdade simples que ela havia aprendido na Escola Dominical da Ciência Cristã. Era um lembrete de que Deus é Tudo-em-tudo e que, quando sabemos disso, não há lugar para o erro seja ele qual for. A criança logo voltou alegremente a brincar. Nosso visitante presenciou o incidente sem comentário e retomamos a conversa.
Quase um ano mais tarde, visitei esse amigo e minha atenção voltou-se para a lousa em que os membros da família escreviam recados uns para os outros. Na moldura de madeira estava escrita uma frase com letras bem nítidas — a mesma verdade que tinha ajudado nossa netinha. Meu amigo percebeu que eu estava olhando para a lousa. “Lembra-se de quando você afirmou isso?” disse, sorrindo. “Assim que voltei para casa, escrevi-o na moldura e aí ficou todo esse tempo.” Fez uma pausa e acrescentou: “Isto é algo digno de se saber.” E, aparentemente, a família tinha concordado.
Esse pequeno incidente ilustra como outras pessoas podem ser beneficiadas pela verdade que expressamos. Até alguém que está por perto poderá captar uma mensagem curativa e apreciá-la. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy afirma: “Todos nós somos escultores, que trabalhamos em formas variadas, modelando e cinzelando o pensamento.” Mais abaixo, na mesma página, diz: “Precisamos formar modelos perfeitos no pensamento e contemplá-los continuamente, senão nunca os esculpiremos em vidas sublimes e nobres.” Ciência e Saúde, p. 248; Quando somos fiéis ao que está dito nessas linhas, não só damos forma aos nossos próprios modelos perfeitos, mas temos algo palpável para ajudar outros a moldarem os seus.
Qual era o nome daquele certo samaritano na parábola de Cristo Jesus? Seu nome não foi mencionado, mas isso não importa. A parábola ilustra como é que cada um de nós pode cuidar das necessidades de seu próximo por exteriorizar amor, compaixão, bondade. Existem ao nosso redor aqueles que têm grande necessidade do pensamento exaltador, da “paz de Deus, que excede todo o entendimento” Filip. 4:7;. Prepare-se, pois, para partilhar o seu tesouro espiritual de compreensão. A verdade que você exprime pode ser a centelha que motivará o pensamento de outro para alcançar um nível espiritual mais elevado.
Quando Deus chamou Moisés para ser o Seu porta-voz, Moisés ficou surpreso pelo fato de ter sido escolhido. Alegou que era pobre de palavra. Deus lhe disse para não se preocupar porque Ele lhe supriria as palavras. Será que você é como Moisés? Sente-se inapto para dar a alguém uma elevação espiritual? Não subestime o seu dom de eloqüência outorgado por Deus. Você pode dar o copo de água aos que estão espiritualmente sedentos.
Você é importante! E quanto mais firmemente você orar, tanto mais tornar-se-á óbvia aos outros a sua individualidade espiritual em toda a sua pureza e bondade curativas. Orar sem cessar não significa repetir palavras, audíveis ou inaudíveis. Nossas ações são igualmente importantes — orações pelas quais o desconhecido pode ver o Cristo em nós. Fazendo com que nossa luz brilhe nos pensamentos e nas obras, conseguiremos assistir ao desconhecido na vereda para o bem-estar espiritual. Quando refletimos Deus, externamos amor com naturalidade, sem saber de que maneira esse amor poderá suprir a necessidade de outrem.
Temos uma ordem direta de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16:15. À medida que obedecemos ao sentido espiritual da recomendação de Jesus, demonstramos cada dia que somos verdadeiramente importantes.
