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O florescer da fraternidade

Da edição de fevereiro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Durante a Segunda Guerra Mundial, após completar um treinamento de guerra na selva, na região central da índia, minha unidade levantou acampamento e partiu para a Campanha da Birmânia. Eu, porém, recebi ordens de permanecer ali para dispor do excedente de provisões e para demolir o equipamento do Exército que sobrara. Coloquei guardas à volta do acampamento e recolhi-me. Na manhã seguinte, contaram-me que um homem havia sido detido durante a noite, ao tentar roubar algo do equipamento, e estava preso na cadeia pública. Pedi para ver o prisioneiro. Um jovem foi trazido algemado da cela. Parecia petrificado de medo e não conseguia falar devido à sua difícil situação. Os carcereiros também estavam apreensivos e amedrontados. Como as circunstâncias me parecessem excepcionais, ordenei que o jovem fosse solto.

Mais tarde, senti-me tentado a duvidar do acerto de minha decisão. Mas as palavras do Mestre: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” Mateus 5:7., eliminaram qualquer dúvida que restava. Sabia que, naquele caso específico, eu havia tomado a atitude correta.

Ao observar a extrema pobreza dos lavradores da região torrada pelo sol, sua excessiva timidez e reserva, perguntei-me, várias vezes, que ligação poderia haver entre pessoas que supostamente adoravam os macacos e pavões das florestas e um cristão de formação ocidental.

No dia seguinte, caminhando pelo campo, cheguei perto de uma fonte com seu engenhoso sistema de bombeamento de água para irrigar as plantações. Um lavrador idoso aproximou-se e, sorrindo timidamente, entregou-me um buquê de flores silvestres. A mensagem tor-nou-se clara de imediato, ainda que um não falasse a língua do outro. A Alma havia transmitido, de forma inequívoca, sua mensagem inspiradora de amor fraternal e apreciação mútua.

A urgente necessidade de paz permanente nunca foi tão grande como agora que a ameaça de guerra nuclear continua a projetar sua sombra sobre a humanidade. Muitas pessoas duvidam de que a vida continue neste planeta. Manifestam desânimo ante a ameaça de um holocausto global.

A história e a experiência ensinam a lição simples de que elementos destrutivos, tais como inveja, crueldade, ambição egoística, orgulho e medo são os causadores da discórdia na terra. Ora, o cristão sincero, aquele que crê nos ensinamentos de Cristo Jesus, responderá que maneira de resolver problemas individuais e internacionais por meio do estudo da mensagem do Cristo, preservada nas Escrituras Sagradas. A vida humana é purificada e transformada à medida que as leis morais e espirituais da Verdade são reconhecidas e postas em prática.

Em seu grandioso Sermão do Monte, Jesus expôs à humanidade os ensinamentos espirituais e morais mais perfeitos jamais apresentados. Seus preceitos inspirados, quando obedecidos, desenvolvem as qualidades mentais e espirituais necessárias para anular as sugestões diabólicas da mente carnal que tentam prender, para sempre, homens e mulheres às limitações da matéria.

A Ciência Cristã ensina a unicidade de Deus, de acordo com a ênfase dada por Jesus à declaração do Antigo Testamento: “Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor!” Marcos 12:29. Deus é o Princípio infinito e criador de toda realidade, inclusive o homem e o universo. O homem, sendo o descendente de Deus, reflete Sua natureza em bondade e amor ilimitados. Portanto, na verdade, o homem está para sempre unido a Deus e nunca pode desviar-se da eterna Verdade e do Amor que é a própria origem de seu ser.

Quando as verdades espirituais sobre Deus e o homem lançam raízes firmes na consciência, a bela graça do Espírito — manifestada em paciência, humildade, compaixão e afeto — começa a florescer. Reconhece-se, então, que a verdadeira substância não é riqueza material, prestígio ou poder; é, antes, sabedoria, verdade e amor. Inspirada por seu grande amor pela humanidade, a Sra. Eddy escreve: “Os ricos em espírito ajudam os pobres numa grande fraternidade, em que todos têm o mesmo Princípio, ou Pai; e bem-aventurado é aquele homem que vê a necessidade de seu irmão e a satisfaz, buscando o seu próprio bem no bem que proporciona a outrem.” Ciência e Saúde, p. 518.

À medida que a unidade espiritual entre Deus, a Mente divina, e o homem, Sua idéia espiritual, é melhor compreendida, os relacionamentos humanos estabelecem-se mais firmemente sobre a base do respeito a todas as boas qualidades dos cidadãos do mundo. Compreender, em certo grau, o verdadeiro valor de nosso próximo — sua dignidade, inteligência e bondade inatas — elimina da consciência humana a ímpia tendência à disputa.

Nesta hora, as palavras da Sra. Eddy são, mais uma vez, pertinentes: “Um só Deus infinito, o bem, unifica homens e nações; constitui a fraternidade dos homens; põe fim às guerras; cumpre o preceito das Escrituras: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’; aniquila a idolatria pagã e a cristã — tudo o que está errado nos códigos sociais, civis, criminais, políticos e religiosos; estabelece a igualdade dos sexos; anula a maldição sobre o homem, e não deixa nada que possa pecar, sofrer, ser punido ou destruído.” Ibid., p. 340.

Apesar do acúmulo de armas nucleares pelas assim chamadas superpotências, ainda há sinais de rejeitar-se a guerra como meio de resolver disputas. “Estes converterão as suas espadas em relhas de arados,” diz o autor de Isaías, “e suas lanças em podadeiras: uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” Isaías 2:4. Pode ser que a paz ampla, indicada nesse versículo, ainda esteja muito distante. Mas o ideal de paz na terra se concretizará, à proporção que o reino do Cristo se tornar real para cada indivíduo.

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