Nota da Redação: Desde os primórdios, formas errados de apresentar os ensinamentos da Ciência Cristã foram postas em circulação pela crítica. Em anos recentes, essas críticas alcançaram nova amplitude na tentativa de rotular a Ciência Cristã de “culto não-cristã”. Achamos que as seguintes perguntas e respostas sobre pontos-chave, preparadas pela Delegacia de Divulgação, serão de interesse de nossos leitores e de outras pessoas. Apresentamo-las no espírito das palavras de Mary Baker Eddy: “Uma mentira deixada a seu bel-prazer não é tão facilmente destruída como quando se diz a verdade sobre ela.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 130.
Pergunta: Quando a Ciência Cristã diz que o pecado é irreal, acaso não estará negando a necessidade de sermos redimidos do pecado — necessidade que está no âmago do cristianismo?
Resposta: Impossível, pois que a Sra. Eddy explicitamente afirma que redimir os mortais do pecado é a finalidade primordial da Ciência Cristã, bem como de todo o cristianismo. De fato, ela emprega o termo “pecado” e seus derivados mais de mil e trezentas vezes nas suas obras publicadas. Escreve, por exemplo: “O pecado é a imagem da besta, que tem de ser apagada pelo suor da agonia.” Ciência e Saúde, p. 327. E todo estudante cuidadoso dos escritos da Sra. Eddy sabe o quanto ela tem a dizer a respeito de redenção, salvação, arrependimento, expiação, reconciliação, sacrifício, graça, perdão, o despir-se do “velho homem” e o revestir-se do “novo homem”.
Há, contudo, num aspecto importante dessa questão, uma diferença entre os Cientistas Cristãos e a maioria dos cristãos. A Ciência Cristã ensina que o perdão do pecado exige o abandonar-se o pecado, e esse tipo de redenção radical não se pode concretizar quando o pecado é aceito como uma necessidade dramática da natureza humana. Insiste a Ciência Cristã em que o pecado não é criado por Deus nem é permitido por Deus, e por isso não faz parte do homem feito à imagem de Deus e revelado por meio do Cristo. Conseqüentemente, é apenas por meio da compreensão do estado imaculado original do homem e do ser autêntico derivado de Deus que se pode aniquilar o pecado.
Nesse sentido mais profundo, a irrealidade do pecado é, portanto, um ponto essencial na Ciência Cristã. Mas é igualmente essencial que, nessa base, o pecado não redimido na natureza humana continue a ser reconhecido, renhidamente combatido e vencido — e isso está perfeitamente claro nos ensinamentos da Ciência Cristã para todo e qualquer leitor justo.
Pergunta: Acaso não negam realmente os Cientistas Cristãos o trabalho da expiação de Jesus Cristo em favor do homem?
Resposta: Os Cientistas Cristãos pensam que o compreender a expiação por meio dos escritos da Sra. Eddy torna-a mais significativa ao invés de menos importante. Consideram o sacrifício de Jesus ao se submeter à crucificação como o exemplo supremo do Amor divino que o ódio humano não podia fazer desaparecer nem a morte destruir. Concordam em que Jesus “não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” 2 Tim. 1:10. — por meio das “boas novas” de seu triunfo sobre o túmulo. Percebem neste acontecimento central da história não só a revelação da unidade do Salvador com Deus, a Vida eterna, mas a promessa da unificação de todos os homens com o Pai à medida que aprendem o que significa sermos “herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo” Romanos 8:17..
A Sra. Eddy escreve: “A bondade e a graça de Jesus compraram os meios pelos quais redimir do pecado os mortais... ”Miscellaneous Writings, p. 165. Entretanto, explica sobre esse assunto: “Ainda que adoremos Jesus, e o coração transborde de gratidão pelo que ele fez pelos mortais — palmilhando sozinho sua vereda de amor até o trono da glória, explorando em muda agonia o caminho para nós — nem por isso Jesus nos poupa uma só experiência individual, se lhe seguimos fielmente os mandamentos; e todos têm de beber o cálice de doloroso esforço, na proporção em que demonstrem amor como o dele, até que todos sejam remidos pelo Amor divino.” Ciência e Saúde, p. 26.
No próximo mês: O verdadeiro espírito cristão
