Poderá parecer perda de tempo orar pela paz num mundo marcado pela violência e pelo terrorismo. Cristo Jesus, porém, diz-nos: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda,... nada vos será impossível.” Mateus 17:20. As promessas bíblicas nunca deixam de cumprir-se, quando a confiança que nelas depositamos baseia-se na compreensão espiritual.
Recentemente tive notícias de um jovem que havia poucos anos freqüentara a Escola Dominical da Ciência Cristã. No final da adolescência tornara-se rebelde, arrogante, desdenhoso de todas as gerações, com exceção da sua. Era um problema para a família e para seu professor na Escola Dominical. Um domingo, no entanto, o professor detectou uma brecha em sua aparente indiferença com relação à Ciência Cristã.
Genuinamente interessado em problemas mundiais o jovem iniciou um animado debate sobre a possibilidade de a oração, como ensinada na Ciência Cristã, diminuir o perigo de entrar o mundo numa guerra nuclear. Deixou transparecer que talvez, ao invés de fazer parte dos problemas mundiais, desejasse auxiliar a curá-los, aprendendo a orar com inteligência.
Nas semanas que se seguiram, a classe continuou a falar na oração pelo mundo. Os alunos concordaram com que, para ser eficaz em escala universal, a oração deve, em primeiro lugar, mudar a consciência humana. A verdadeira oração eleva e purifica o pensamento e a vida humana e os harmoniza com a lei divina. Ao reconhecer que Deus é Tudo-em-tudo reconhecemos que cada um de Seus filhos está unido com Deus, é por Deus apoiado, fortalecido e sustentado. Compreender que Seus filhos são idéias espirituais concebidas por Deus, a Mente, tem efeito purificador e harmonizador em nossos afazeres cotidianos. A oração altruísta é sempre apoiada pelo poder total do Amor.
Apesar das notícias de perigo e destruição em muitas partes do globo, a classe sentiu-se reconfortada em reconhecer que os quadros materiais são ameaçadores apenas ao sentido material, não à percepção espiritual que reconhece a supremacia de Deus. A oração, apoiada na compreensão espiritual e na ação que segue o exemplo do Cristo, é o meio de afastar e corrigir o falso sentido material. Essa ação contribui para estabelecer-se um mundo mais pacífico. A oração é comunhão com Deus e nunca deixa-nos onde estávamos anteriormente.
Como podemos substituir o conceito falso e errôneo de um mundo material ameaçado, sim, substituí-lo pela verdade que discernimos com o sentido espiritual? De certa forma, assemelha-se ao ato de irmos à escola e lá aprendermos a nos desfazer de crenças erradas que talvez tivéssemos entretido sobre história e geografia, passando a substituí-las pelos fatos. Na oração, porém, substituímos o que parecem ser fatos materiais básicos sobre o mundo e seus problemas, pela realidade espiritual. Reconhecemos a verdade sobre o homem como a semelhança de Deus, jamais violento, jamais terrorista, sempre pacífico e amável.
A Sra. Eddy tinha interesse ativo em promover a paz mundial. Em sua maneira compassiva e bem informada, escreveu em 1904 ao jornal Boston Globe durante a guerra entre a Rússia e o Japão: “Deus é Pai, é o infinito, e quando essa grande verdade for compreendida em sua metafísica divina, estabelecerá a fraternidade entre os homens, porá fim às guerras e demonstrará a ‘paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem’.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 279.
Na Ciência Cristã aprendemos sobre esse terno Deus cujo amor pode fazer mais pelos pobres, pelos desprivilegiados do mundo, do que qualquer um de nós. Conquanto sempre tenhamos compaixão pelos povos desamparados do mundo, precisamos fazer mais do que debater-nos com a piedade. Apenas quando tivermos orado com diligência, com a inspirada compreensão espiritual que espera resultados, e tivermos cristianizado nossa vida de acordo com nossa oração, teremos realmente contribuído para a paz mundial.
Contribuir não apenas financeiramente, mas com tempo e esforço para organizações que prestam assistência comunitária é demonstração de que nos importamos com o bem-estar de outros. No entanto, a oração que brota do fundo do coração é a nossa maior contribuição.
O jovem que se mostrara tão rebelde na Escola Dominical aprendeu a orar pela paz, pondo em prática o amor fraternal em sua própria família. Tornou-se pessoa agradável e amável, e a família, tanto individualmente, como num todo, foi beneficiada. Hoje, mora em outro país e trabalha numa organização de âmbito mundial. Reconhece, com clareza cada vez maior, que, como diz a Bíblia: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” Tiago 5:16.
Ninguém provou esse fato mais claramente do que o Mestre do cristianismo, Cristo Jesus. Disse a seus discípulos: “Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus.” Lucas 18:27. Então provou inúmeras vezes que compreender Deus é o elemento vital na oração que é atendida. Quando oramos por aquilo que está em harmonia com o propósito de Deus, tanto para nós como para o nosso mundo, podemos ter certeza de que nossas orações serão eficazes. E, certamente, no propósito de Deus está incluída a paz para os Seus filhos!
Nos dias de hoje, o potencial da oração a favor do bem da humanidade foi apenas tenuemente reconhecido. Nossas orações, porém, podem obliterar uma perspectiva depressiva e triste quanto às possibilidades de um futuro cheio de paz. Por meio de nossa compreensão do Amor divino vemos, com mais clareza, o mundo como ele realmente é. Discernimos o bem espiritual, até mesmo quando a desventura e a tragédia parecem insuportáveis. E nossas orações realmente melhoram as condições mundiais. Encontramos evidências cada vez maiores desse fato por meio do sentido espiritual e de iniciativas mais corajosas e criadoras, adotadas por indivíduos e nações para resolverem os problemas mundiais. Todos podemos orar pela paz!
