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A igreja e a cura espiritual

Da edição de julho de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Igreja. A estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede.

A Igreja é aquela instituição que dá provas de sua utilidade e que vem elevando a raça, despertando de suas crenças materiais a compreensão adormecida, para que perceba as idéias espirituais e demonstre a Ciência divina, expulsando assim os demônios, ou o erro, e curando os doentes.

Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 583.

Uma pequenina igreja no Oriente Médio viu-se diante de uma crise. Um de seus membros foi repentinamente preso pelo governo repressivo, numa conhecida manobra de poder político. Parecia pouco provável que o fossem soltar. A igreja obscura não tinha recursos e, sofrendo oposição por parte do governo, não lhe eram concedidos direitos humanos nem recursos legais. No entanto, podia fazer alguma coisa e a fez: orou! Não apenas uma vez por dia, nem por meio de alguém em especial. A igreja toda fez o esforço fervoroso e voluntário de orar.

E, certa noite, o prisioneiro foi resgatado. Um estranho o despertou e o levou rapidamente para fora, colocando-o em segurança. Houve grande sobressalto entre as autoridades, mas o prisioneiro e sua igreja sabiam que a libertação resultara da ação de Deus, de Seu amor salvador que fora colocado em foco mediante o poder da oração.

A pequena igreja, é claro, era a primitiva congregação cristã de Jerusalém no primeiro século da era cristã. O prisioneiro era o discípulo Pedro e o estranho era “o anjo do Senhor”, a presença de Deus, que apareceu a Pedro em maneira que este pôde compreender. O incidente ilustra a ação sanadora, espiritual, vigorosa, da igreja. E a Bíblia, logo depois de relatar o resgate de Pedro, continua, dizendo: “A palavra do Senhor crescia e se multiplicava.” Atos 12:24.

Perseguição intensa contra a igreja cristã também foi levada a efeito zelosamente por Saulo de Tarso. Houve membros da igreja que deixaram Jerusalém por razões de segurança. E, não obstante, “os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” Atos 8:4., prova de que a igreja enfrentava problemas por continuar a curar. Desta vez, os frutos eram representados por muitas curas em Samaria, pela conversão do influente eunuco etíope, e pela completa inversão da oposição de Saulo — conversão impossível do ponto de vista mortal.

Ora, por que devemos estudar a atividade curativa da Igreja primitiva? Simplesmente porque a missão dessa Igreja, que deu prova tão vital de sua utilidade na vida consagrada de seus membros e nas orações eficazes dos seguidores de Cristo Jesus, é hoje em dia também a missão de nossa igreja. Pois a nossa tem sido, desde o começo, uma igreja “destinada” — nas palavras de Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã — “a comemorar a palavra e as obras de nosso Mestre, à qual cumpre restabelecer o cristianismo primitivo e seu elemento de cura, que se havia perdido” Manual de A Igreja Mãe, p. 17..

Vê-se claramente que a Igreja cristã primitiva representava uma consciência de “estrutura da Verdade e do Amor”, uma consciência nos corações e no espírito dos membros, e disso resultava inevitavelmente a prova exteriorizada da utilidade da Igreja. Essa Igreja primitiva não se apoiava em coisas materiais ou em pessoas, mas no Princípio divino, Deus. Somente o Cristo, a Palavra de Deus, animava essa Igreja e provia seu estupendo ímpeto curativo e seu êxito. E como diz o hino: “Inda pode ouvi-la agora [a Palavra]/Quem atento escutar. ...” Hinário da Ciência Cristã, n°. 175.

A essência, a finalidade e a autoridade curativa de nossa igreja não mudaram. Esta revela ainda a coincidência da perfeição eterna de Deus com o momento humano, dissipando a ignorância dos mortais, mediante a presença curativa do Cristo. Compete-nos manter uma visão clara daquilo que nossa igreja defende. Então podemos reconhecer o valor inestimável de nosso compromisso com ela — com a atividade do Amor, que vem, qual anjo da guarda, a iluminar-nos e libertar-nos (assim como o anjo libertou Pedro) do cativeiro dos sentidos errôneos. E, então, mediante a purificação de nossa vida e de nossa mente, ajudamos a libertar do cativeiro a humanidade toda.

É animador perceber que ao estudarmos, orarmos e trabalharmos — triunfando sobre os erros do pensamento mortal iníquo — expande-se em nossa igreja o ímpeto de cura. John Donne, contemplando o mundo do pensamento humano, diz: “Nenhum homem é uma ilha, entregue à sua própria sorte.” Portanto, todo esforço de despertar do sonho adâmico de estar-se separado de Deus, o bem, ajuda a melhorar o pensamento do mundo e a aumentar o poderio de curar, e de atrair, que nossa igreja possui. A maneira em que procedemos nos menores detalhes de nosso viver diário e o que incluímos no mais profundo recesso dos nossos pensamentos diários afetam de fato a prosperidade de nossa igreja e o seu impacto sobre a humanidade.

Eis uma ilustração: Certa jovem foi eleita presidente de sua organização universitária da Ciência Cristã para o ano escolar seguinte. No outono, na semana de abertura das aulas, a jovem presidente foi dirigir a primeira reunião da organização, constatando que ninguém havia comparecido. Desapontada, estava deixando o local da reunião, quando lhe veio o pensamento: “Não. Preparei o culto. Deus o inspirou, e esta é a Sua igreja.” Então, leu em voz alta os trechos escolhidos da Bíblia e do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, cantou um hino, deu um testemunho, e passou o restante da hora orando em apoio da organização universitária.

Durante alguns dias ela visitou cada um dos alunos que se haviam registrado na universidade como Cientistas Cristãos. Todos foram muito gentis, mas na segunda semana ninguém compareceu à reunião. Novamente a aluna desincumbiu-se de seus deveres e permaneceu a hora inteira a orar. Isto continuou durante algumas semanas. A presidente não fez nenhum outro esforço para entrar em contato com as pessoas, mas dedicou-se a apoiar a atividade da Igreja e a manter seu próprio pensamento livre de comiseração por si mesma e de autojustificação.

Por fim, certa noite apareceu uma pessoa. Na semana seguinte, vieram outras e dentro em breve havia um grupo à mão. A organização cresceu e permaneceu ativa durante todo o tempo em que a aluna cursou a universidade. Mediante a fidelidade de uma só pessoa para com “a estrutura da Verdade e do Amor”, essa atividade sobreviveu e continuou a fazer obras de cura naquele campus.

No livro-texto da Ciência Cristã, a Sra. Eddy escreve: “A determinação de manter o Espírito nas garras da matéria é a perseguidora da Verdade e do Amor.” Ciência e Saúde, p. 28. Então a perseguidora da Igreja é também “a determinação de manter o Espírito nas garras da matéria”, visto que a Igreja é a própria estrutura da Verdade e do Amor. A determinação mortal é a de prender a igreja, a cura, a substância, o progresso, a comunicação, a causa e o efeito, na matéria, em tempo e espaço, separados da consciência espiritual e de Deus.

Ao trabalhar para nossas igrejas e em nossas igrejas, será que, às vezes, nos afastamos da compreensão sanadora das palavras da Sra. Eddy contidas em sua “exposição científica do ser”: “Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo”Ibid., p. 468.? Será que condescendemos com pensamentos tais como: “Bem, o problema é a vizinhança, a época, o dinheiro, o tempo, aquelas pessoas ali.” Ou, mais sutilmente: “O problema sou eu. Não estou preparado, não estou convencido, nem sou capaz, nem estou feliz. Não quero ser alguém que trabalha para a igreja; não sou desse tipo.” E que vem a ser essa resistência senão a suposição de que haja uma vontade mortal opondo-se ao Espírito divino? Procuraria hipnotizar nosso sentido de realidade com a ilusão chamada matéria, instigando-nos a amar, a temer ou a manipular coisas e pessoas a fim de curar, progredir, sobreviver.

O livro-texto é útil em nos guiar às verdades sobre as quais basear as atividades de nossa igreja. Nestas verdades se acha incluído o nosso direito divino de conhecer e provar, até certo ponto, a totalidade do Espírito, sob todas as formas e em todas as ocasiões. A Sra. Eddy diz: “A Ciência divina, que se eleva acima das teorias físicas, exclui a matéria, reduz as coisas a pensamentos, e substitui os objetos do sentido material por idéias espirituais.” Ibid., p. 123.

Podemos aplicar essa declaração ao processo de nosso próprio pensamento. Ao nos esforçarmos para compreender melhor o que é a igreja, podemos perguntar: (1) Estarei tentando elevar-me acima de teorias meramente físicas concernentes à igreja? (2) Estarei excluindo a matéria de meu pensamento no que diz respeito a causa, lei, substância e estarei realmente aprofundando-me no reino de Deus, a fim de captar mais de Sua compreensão sobre o que é verdadeiro? (3) Estarei reduzindo todas as coisas com que lido ao seu denominador comum — uma forma de consciência? (4) E estarei substituindo os objetos de forma material pelas idéias espirituais, vitais, reais, de Deus? E estarei, então, mantendo coerentemente essa verdadeira forma de consciência, de modo que os erros vão desaparecendo do meu pensamento e assim tendendo a perder sua representação em minha igreja?

Há ainda outro ponto que podemos considerar, ao procurar encontrar mais autoridade na cura. Em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany a Sra. Eddy comenta o assassinato, então ocorrido, do Presidente americano William McKinley e por que as orações da nação não evitaram essa morte. Ressaltando as crenças conflitantes que estavam subjacentes àquelas orações, ela diz: “Se tão fervorosa prece tivesse estado livre de elementos de oposição, e a recuperação do Presidente McKinley tivesse sido encarada como inteiramente dependente do poder de Deus — do poder que o Amor divino tem para anular as investidas do ódio, e a lei do Espírito para controlar a matéria — o resultado teria sido científico, e o paciente ter-se-ia restabelecido.” Miscellany, p. 293.

Podemos vigiar para que os nossos pensamentos e as nossas orações não contenham elementos de oposição relativos a nós, à nossa igreja, aos nossos dias. Podemos rejeitar tudo o que procura reduzir a Igreja, o homem, o poder de cura, a denominações materiais. Certificando-nos humildemente de que o que fazemos se coaduna com o que sabemos sobre Deus e o homem, podemos excluir o “sim, mas” do ânimo dobre e o “mas, se” da superstição. Podemos utilizar-nos da “exposição científica do ser” dada por nossa Líder como afirmação científica acerca da Igreja, e assim repelir tudo quanto pretenderia que reconhecêssemos a matéria e o mal em maior proporção do que Deus, o bem.

Então nossas orações serão vitais e sanadoras, corporificando Sua Palavra, e nossa igreja será capaz de chegar até a humanidade e de a despertar.

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