A humanidade, em geral, crê que quase todo aspecto da vida depende de alguma forma de poder material. Os governos parecem ser dirigidos pelo poder político ou militar. O comércio, a indústria e nosso padrão pessoal de vida parecem ser controlados por forças econômicas. Os avanços das ciências físicas e das disciplinas acadêmicas aparentemente dependem do poder intelectual. Utilizamos o vento, a água, a energia solar e a atômica para mover nossas máquinas. Mesmo o corpo humano é supostamente dirigido pelo poder cerebral e movido de acordo com a força muscular.
Ora, tudo o que é classificado como poder material tem limitações congénitas. Por ser sempre material na origem e na forma, tal pretenso poder pode falhar exatamente na hora em que é mais necessário. Está sujeito a enganos, uso impróprio ou abuso. Logo, é apenas uma contrafação do poderio verdadeiro: o poder infinito e infalível de Deus, a Mente divina.
O poder espiritual é, na verdade, o único poder real e podemos confiar nele para nos manter, de modo seguro e eficaz, sob qualquer circunstância. É constante, ilimitado e está sempre à disposição. Não pode ser exaurido, nem escassear e, quando refletido em nossa vida, o poder espiritual produz, continuamente, efeitos benéficos e duradouros, nos estimulando, vivificando e elevando.
Deus é onipotente. Isso quer dizer que, em realidade, não há outra força para substituir a vontade divina ou opor-se a ela. E quando, por meio da oração, nos damos conta do poder divino, este pode ser demonstrado de modo científico em regeneração e cura.
“Trouxeram um paralítico” a Cristo Jesus e a ação inicial de Jesus parece que confundiu alguns dos presentes, pois o Mestre primeiro ofereceu perdão ao homem doente: “Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados.” Isso deveria ter servido de prova da influência benevolente e redentora da lei divina na vida das pessoas. Alguns escribas, porém, acharam que o Mestre blasfemava ao ousar sugerir que podia perdoar pecados. Jesus, impávido, demonstrou a fonte divina da autoridade que proclamava e curou, instantaneamente, o sofrimento físico do paralítico, bem como sua aparente falta moral. “Vendo isto, as multidões, possuídas de temor, glorificaram a Deus, que dera tal autoridade aos homens.” Mateus 9:2–8.
Será que a força material ou apenas a capacidade pessoal habilitou Cristo Jesus a curar o pecado e a moléstia, a acalmar a tempestade, a resistir às tentações do diabo, a andar sobre as ondas, a ressuscitar mortos, a atravessar portas fechadas ou passar pelo meio de uma multidão furiosa, a restaurar seu próprio corpo e a ascender quando sua missão aqui estava terminada? A capacidade de executar a vontade de Deus e de realizar tamanho bem em um período tão curto da história humana só pode ter sido espiritual. Jesus provou a capacidade dada por Deus de demonstrar a supremacia do único Princípio — de conhecer e de manifestar o poder do Espírito divino, a onipotência da Mente infinita. O método sublime da vida e do trabalho de cura de Jesus deveria servir para revelar a capacidade crística verdadeira — nossa e de todos — de expressar, de modo prático e imediato, o poder insuperável do Amor divino. Seu domínio perfeito sobre o ambiente físico e mental não tinha origem mortal. A matéria nunca foi a força impulsora ou motivadora do ministério sagrado de Jesus.
No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, a Sra. Eddy faz uma observação que revela a falácia de se crer que a força se origine na matéria. Suas palavras nos lembram que mesmo as várias formas do que a humanidade chama de poder, no mundo, de fato têm uma base mental ao invés de uma origem física ou material. É apenas o peso da crença humana em seus próprios sistemas que parece sustentar qualquer tipo do pretenso poder material. Mas não há, nunca, nenhum poder real e permanente, nenhum ímpeto independente ou impulso automático inerente à matéria. Ciência e Saúde declara: “Os deuses pagãos da mitologia regiam a guerra e a agricultura tanto quanto os nervos regem a sensação, ou os músculos medem a força. Dizer que a força está na matéria, é como dizer que o poder está na alavanca.” Ciência e Saúde, p. 485.
A fim de curarmos cientificamente pela oração, temos de dar um passo além em nosso raciocínio e reconhecer que mesmo a mentalidade material, que move a mão e ativa a alavanca que ergue a carga, não é poder real. Não há qualquer poder separado do Espírito divino. Ciência e Saúde afirma: “A matéria e a Mente são coisas opostas. Uma é contrária à outra na sua própria natureza e essência; portanto, só uma delas pode ser real. Se uma é real, a outra tem de ser irreal. Só quando se compreende que existe um único poder — não dois poderes, a matéria e a Mente — é que se chega a conclusões científicas e lógicas.” Ibid., p. 270. O livro-texto também declara: “A mente humana não tem poder algum para matar ou curar e não exerce domínio algum sobre o homem de Deus. A Mente divina, que fez o homem, mantém Sua própria imagem e semelhança.” Ibid., p. 151.
Na medida em que compreendermos a carência total de poder da mente mortal e a supremacia absoluta da Mente divina para manter, governar, controlar e sustentar toda ação e função do homem, começaremos a enfrentar a doença como Jesus a enfrentou ao restaurar o paralítico. Curaremos com crescente autoridade, confiança e compaixão e os resultados serão rápidos e seguros.
No decurso de nossa vida, não é tanto o que dizemos mas o que fazemos que dá testemunho da realidade espiritual e da eficácia regeneradora da lei do Amor divino. A Primeira Epístola à igreja cristã em Corinto declara: “O reino de Deus consiste, não em palavra, mas em poder.” 1 Cor. 4:20. J.B. Phillips parafraseia essa declaração, da seguinte forma: “Não se trata o reino de Deus de um dilúvio de palavras, mas do poder do viver cristão.” The New Testament in Modern English (Nova Iorque: The Macmillan Company, 1972), p. 347.
Ao demonstrarmos a força e a substância do Espírito infinito de maneira mais precisa, mais espontânea e mais imediata, nosso trabalho de cura trará ao mundo nova evidência do princípio-Cristo sempre presente para redimir e salvar a humanidade. E muitos se maravilharão e glorificarão a Deus, que dá “tal autoridade aos homens”.
