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À procura de unidade

Da edição de julho de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Existe, bem no nosso íntimo, a intuição de que unidade e harmonia são sinônimas. Consciente ou inconscientemente, sentimos que há um elo espiritual com Deus — o Único infinito, o Amor divino — o qual fez o homem (o que significa, você e eu) e o sustém. A busca por unidade, quer seja feita na estrutura das famílias quer no campo social, religioso, político, nacional ou internacional — é uma procura da harmonia induzida pelo Amor. Essa busca, porém, parece muitas vezes frustrada por forças que antes viriam a separar do que a unificar.

Considerando, por exemplo, os conflitos que se sucedem no mundo há séculos, poderíamos facilmente ficar convencidos da existência de um poder que opera contra as inúmeras tentativas sinceras de unificar povos que têm obviamente tudo para se amar e se alegrar mutuamente e que, no entanto, permanecem divididos. Até mesmo duas pessoas, casadas e que se amam, podem, em alguns casos, encontrar dificuldade em passar o dia sem algum tipo de controvérsia. Existiria realmente uma força desintegradora em ação, capaz de frustrar a humanidade em sua busca por unidade?

Não. A única “força” que age contra essa busca é a concepção errônea que a própria humanidade tem a respeito da natureza fundamental da unidade e da harmonia — de Deus e do parentesco do homem com Deus.

Se restringirmos nossas tentativas de alcançar a unidade a um compromisso mútuo, estaremos dependendo dos meios através dos quais muitos dos tratados e acordos de paz são negociados, muita legislação é concluída e muitos casamentos “salvos”. Por um momento, as coisas parecerão mais ordenadas do que estavam antes, mas a tensão das novas circunstâncias poderá rapidamente fazer com que ressurja o desentendimento. Somente se abandonarmos os conceitos errôneos e nos volvermos para a verdade a respeito de Deus e do homem é que nossa fraternidade como filhos do único Pai-Mãe Deus aparecerá, e com ela a harmonia que todos procuramos.

O conceito errôneo básico que frustra a busca por unidade é a crença de que o homem é meramente aquilo que os sentidos físicos indicam: uma personalidade material extremamente limitada, que possui vida e inteligência temporárias, separadas de Deus. Se o homem fosse realmente tão limitado quanto os sentidos físicos o afirmam, a unidade e a harmonia seriam inatingíveis. A harmonia é infinita, é uma qualidade de Deus; e um homem com limitações jamais a poderia conhecer por completo.

O homem, como imagem espiritual d’Aquele a quem Jesus chamou Espírito (João 4:24), é infinito em qualidade. Tudo o que realmente existe — toda a substância, inteligência e ação reais, e o próprio homem — é espiritual e já está unificado. O que parece separar a humanidade em facções antagônicas é o conceito incorreto de que o homem é uma personalidade material, governada por leis materiais. Tal conceito errôneo não destrói a realidade; é uma ilusão — uma separação da realidade. A fim de progredir humanamente em direção a uma percepção mais elevada e mais permanente da unidade espiritual com Deus, na qual o homem está para sempre incluído, não nos é necessário acomodar o conceito errôneo material a respeito do homem, e, sim, lutar para dele nos desvencilharmos.

Parafraseando a parábola de Jesus sobre o joio e o trigo, Mary Baker Eddy escreve: “A crença mortal (o sentido material da vida) e a Verdade imortal (o sentido espiritual) são o joio e o trigo, que o progresso não une, porém separa.

“A perfeição não se expressa por intermédio da imperfeição.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 72.

Como podemos descartar de maneira mais eficaz os conceitos errôneos materiais sobre o homem, conceitos estes que obscurecem nossa verdadeira unidade espiritual? Ficar sofrendo por causa da repulsa de outra pessoa ou ficar queimando de remorso por ter maltratado alguém, significa, segundo o argumento do sentido humano, que algo no homem precisa ser mudado, que o amor que o homem continuamente expressa foi interrompido por algum mal e que, de alguma maneira, o amor precisa ser restabelecido. Precisamos, sim, estar alerta para nossas falhas, porém a convicção de que o Amor está em qualquer um de nós para ser perdido, substituído pelo mal e depois reconquistado é um erro básico implícito num conceito material e limitado acerca do homem.

O Amor é Deus, sempre presente e ininterrupto, é sempre refletido pelo homem — mas jamais está enclausurado nele. Volvendo-nos para o verdadeiro conceito do homem como o reflexo do Amor inexaurível, lutando da melhor maneira para viver esse conceito em nosso próprio modo de ação e vencendo o angustiado e falso sentido de amor alijado pelas circunstâncias, encontramos a evidência de que a unidade do homem no Amor está se tornando mais, e não menos, aparente em nossa vida. “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.” João 4:8.

Para o sentido mortal das coisas, tudo é limitado e, portanto, sujeito à perda, separado de Deus. Quando os relacionamentos humanos parecem estar florescendo e nos aquecemos no calor de um dar e receber mútuos, somos tentados a acreditar que o amor e a segurança dos quais compartilhamos procedem de alguma pessoa e não de Deus. Mas, corporificado — segundo a crença — em outros, o amor torna-se — segundo a crença — separado de sua fonte e é, portanto, finito, precário e está sujeito a transformar-se em ódio. O que é o ódio ou qualquer outro mal senão a crença de que perdeu-se o amor? Paulo escreveu: “Nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” Romanos 8:39.

Tão importante quanto conhecer o parentesco inseparável do homem com Deus é ganhar a experiência que resulta desse conhecimento. Porque Deus é onipotente, a verdade a respeito da identidade do homem como Seu reflexo não acha realmente resistência. Mantida e glorificada na consciência humana, a idéia-Cristo destrói aquilo que clama ser capaz de fragmentar a unidade do gênero humano. Tentativas humanas de unificação sempre deixaram a desejar, por não tomarem conhecimento do absoluto poder-Cristo implícito na demonstração que Jesus deu da vida imortal, poder esse capaz de destruir toda falsa evidência de desintegração.

Ao visualizarmos qualquer situação humana, desde um jardim de infância indisciplinado até os distúrbios na Irlanda do Norte e no Oriente Médio, podemos reconhecer que os ingredientes da harmonia estão sempre aí, esperando para serem reconhecidos. Quando orou: “Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós” João 17:11., Cristo Jesus estava reafirmando a capacidade irresistível do poder-Cristo de trazer ao cenário humano a unidade e a harmonia preexistentes no homem. “Há um único caminho que leva ao céu, à harmonia, e Cristo, na Ciência divina, mostra-nos esse caminho”, escreve a Sra. Eddy. “Consiste em não conhecer nenhuma outra realidade — em não ter nenhuma outra consciência de vida — senão o bem, Deus e Seu reflexo, e em elevar-nos acima das supostas dores e prazeres dos sentidos.” Ciência e Saúde, p. 242.

Quando lutamos para que em nossa consciência e em nossa conduta predomine a idéia-Cristo e percebemos a perfeição do homem à imagem do Amor, o Cristo nos ensina — com destruir os erros do sentido material — a abandonar o conceito errôneo de que a luta e a desintegração têm propósito, local ou poder. A percepção espiritual irá gentil e progressivamente apagar da consciência humana angustiada o falso sentido de que o Amor acabou e irá trazer à percepção humana — no seio de nossas famílias, de nossas nações — a prova inconfundível de que o homem é inseparável do bem infinito. Nossa capacidade purificada de amar e ser amado crescerá na proporção em que percebermos a unidade e glorificarmos a harmonia que sempre esteve aqui, e para a qual acabamos de ser despertados.

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