A persistência está na base de todo empreendimento humano bem sucedido. O boiadeiro é um exemplo disso, quando conduz seu gado pelos campos. Precisa persistir em andar na direção e no caminho certos, impedindo a intromissão de qualquer gado estranho em sua manada.
A todo sofredor desanimado, que estiver lutando há semanas, meses, ou até mais, para vencer alguma doença ameaçadora, a Ciência Cristã traz a segurança de que, não importando quão séria seja a situação, ele pode, e vai, alcançar a meta da cura. Mas, tal qual o boiadeiro, precisa persistir no caminho certo. Seu pensamento, de igual modo como o gado do boiadeiro, deve ser disciplinado paciente e persistentemente, para atender ao controle certo — ao governo do Cristo.
Sendo espiritualmente mental, esse controle age como lei de exclusão para qualquer sensação do que, tornando o físico doente, se infiltraria, provocaria um estouro e fizesse padecer. Essas nunca são sensações ou sintomas físicos, por mais convincentes que pareçam ser, mas são sugestões mentais que podem ser controladas. Podemos, e devemos, mantê-las fora do pensamento. Sem nosso consentimento, não podem estabelecer-se como condições físicas a serem vistas e sentidas.
Em realidade, o alvo distante já é nosso! Como Deus fez o homem à Sua semelhança, o homem já está, como Deus mesmo já está, no ponto da perfeição espiritual. Estando estabelecida por Deus, tal perfeição espiritual funciona como a lei do bem onipresente, Deus. O homem, como reflexo de Deus, sempre mantido nesse ponto pela lei divina irreversível, nunca deixou a perfeição. Logo, não está precisando persistir para retornar a ela. Sua “persistência”, poderíamos dizer, é a eterna continuidade do verdadeiro ser, sempre desdobrando a perfeita bondade de Deus.
A perseverança, que tem de ser aplicada individual e coletivamente, é indispensável, inevitável, e é, em última análise, o destino da humanidade, na gravitação desta para a perfeição divina. Demonstrar essa perfeição em cada aspecto da vida e usufruir de seus benefícios, tornarse-á, mais cedo ou mais tarde, a única e contínua ambição da humanidade. Termos persistência em discernir os sinais emergentes da perfeição espiritual inata do homem é algo que elevará e abençoará nossa experiência humana, e a de outros.
Quando nos esforçamos para expressar nossa verdadeira natureza espiritual, o humano evidencia cada vez mais claramente o divino. Nossa determinação de permanecer com os fatos espirituais faz cessar a adulteração da consciência e da experiência por parte de dúvidas e temores, decepção e desânimo, obstinação e apatia, frustração e fracasso. A consciência fica, assim, imune à influência insidiosa de características não divinas. Essas, então, não nos mesmerizam mais, nem mais controlam a nossa experiência.
Dessa forma, a persistência construtiva, mesmo como exercício humano, participa do espiritual. Ilustra a perfeição básica e inalterável de Deus e de Seu Cristo, elevando a consciência humana e eliminando tudo quanto pretenderia impedir-nos de realizar um propósito legítimo. Com a consciência assim refinada e fortalecida pelo Cristo, rejeitamos com mais confiança a mentira de que algum alvo está distante demais, é difícil demais, ou incerto demais para justificar os esforços adicionais de alcançá-lo.
Estabelecemos a harmonia do corpo pela negação persistente que exclui toda sugestão de doença e sofrimento. Afirmando resolutamente a onipresença da lei de Deus, da saúde, harmonia e perfeição, aproximamo-nos sempre mais da meta que é a cura.
Que temos necessidade de alcançar esse alvo elevado de liberdade espiritual, é apontado por nossa Líder, a Sra. Eddy, que escreve: “A descobridora da Ciência Cristã acha menos difícil o caminho, quando tem a meta elevada sempre presente em seus pensamentos, do que quando conta seus passos no esforço de alcançá-la. Quando o objetivo é desejável, a expectativa acelera nosso progresso.” Ciência e Saúde, p. 426. Cristo Jesus prometeu: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” João 8:31, 32.
Isso requer, na cura pela Ciência Cristã, a resistência positiva e persistente, ao uso de qualquer método material de cura ou alívio. A procura de uma alternativa para a cura espiritual somente reforça a crença mesmérica de que a doença é real; impede que vejamos quão perto estamos de alcançar a cura.
O boiadeiro nunca chegaria a seu destino se permitisse que a promessa fictícia de miragens desviasse seu gado sedento. Semelhantemente, a Ciência Cristã nos capacita a demonstrar o fato de que a libertação de qualquer disfunção somente é alcançada quando persistimos em aplicar o antídoto espiritual correto. Nossa Líder resume-o assim: “O Cientista Cristão atém-se estritamente ao curso.” E continua poucas linhas adiante: “Os remédios de Deus para os doentes são doses de Suas próprias qualidades. Sua terapêutica consiste de antídotos para as enfermidades da mente e do corpo mortais. Então, não adulteremos com meios materiais os Seus remédios para o doente.” Miscellaneous Writings, p. 268.
Ocasionalmente, ao encontrar companheiros que eu tivera ao servir no Exército, ficava sabendo que eles haviam obtido alívio, através da medicina, do mesmo mal cutâneo (envenenamento por tinturas do tecido do uniforme) que continuava desafiando meus esforços persistentes de curar-me por meios espirituais. A tentação que me sobrevinha, de deixar o caminho certo e de seguir a miragem do auxílio médico, era forte e insistente.
Mas minha diligência em continuar na linha reta da Ciência sobrepujou as sugestões da mente mortal, manteve pura e ativa em minha consciência a compreensão da lei divina da perfeição espiritual. Dessa forma, a lei de Deus anulou a assim chamada lei da infecção, com a realidade da perfeição inalterável do homem. Assim, cheguei finalmente à cura científica e permanente. A aplicação persistente da lei divina da perfeição levará à fruição todo empreendimento humano correto.
