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Como remover marcas de nascimento

Da edição de fevereiro de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


Se pensamos que não passamos de seres mortais, talvez nos seja lógico tolerar como indeléveis as marcas de nosso nascimento humano e de nossos ancestrais, tanto em seus bons quanto em seus maus aspectos. Se, porém, começarmos a ver-nos como representantes individuais de Deus, o qual é Espírito e Mente, então nos será natural reproduzir as características de Deus, e estas não contêm nenhum elemento desfigurante.

Quais são algumas das características de Deus? São qualidades espirituais tais como bondade, pureza, inteireza, distinção, vivacidade, sabedoria, integridade, amor. Por emanar da Mente divina, o homem é uma idéia, e não uma corporeidade. Assim como um raio de sol incorpora o calor e a luz do sol, inclusive todas as cores do arcoíris, sem nenhuma mancha escura, assim também o homem reflete a perfeição de Deus.

O homem reflete as qualidades divinas de maneira individual, mas sua substância sempre deriva de Deus, o qual é sua fonte. O homem jamais está removido de Deus, assim como o raio de sol jamais está removido do sol. Compreender a natureza espiritual do homem devido a reconhecer sua perfeição como filho de Deus, perfeito e sem mácula, rompe aquilo que parece ser o molde defeituoso da experiência humana. Cada um de nós tem sua própria unidade individual com Deus.

Escreve a Sra. Eddy: “Mais cedo ou mais tarde toda a raça humana aprenderá que, na proporção em que a identidade imaculada de Deus for compreendida, a natureza humana será renovada, e o homem receberá uma identidade mais elevada, derivada de Deus, e a redenção dos mortais de todo pecado, doença e morte será estabelecida sobre alicerces eternos.” Unity of Good, p. 6.

Renovar a natureza humana dessa maneira tem implicações de grande alcance. Mesmo a idade é uma espécie de marca de nascimento, a caracterizar-nos quer como muito idosos quer como muito jovens para as coisas que desejamos fazer, limitando-nos e impedindo-nos a cada passo. Além disso existe a hereditariedade, oferecendo quadros de repetição impensada de limitações humanas e deficiências físicas. E, logo depois da hereditariedade, temos nacionalidade, raça, cor e todas as outras classificações humanas.

Certa jovem teve oportunidade de ilustrar as possibilidades de viver essa renovação quando uma marca de nascimento que tinha debaixo de um dos braços de repente inflamou e começou a doer. A jovem telefonou a uma praticista da Ciência Cristã pedindo-lhe tratamento, e a praticista lhe recomendou que desse atenção às profundas verdades espirituais subjacentes às linhas do poema da Sra. Eddy “Manhã de Natal”, o qual se dirige ao Cristo desta maneira:

Suave luz de paz, Amor,
Não és mortal.
Verdade, Vida, teu valor
desfaz o mal,

O credo atroz, a corrupção ....Hinário da Ciência Cristã, n° 23.

A moça respondeu espontaneamente: “Que idéia magnífica!” Dois dias mais tarde telefonou de novo e disse que acabava de remover a bandagem de sobre a ferida, e que a marca de nascimento também se soltara, deixando a pele macia e sem mancha. Essa moça havia recebido a cura pelo Cristo.

A Ciência Cristã estabelece distinção entre Jesus e o Cristo mostrando que o Cristo é a luz inextinguível e o poder da Verdade, ao passo que Jesus veio em forma humana a fim de mostrar a todos nós como fazer com que essa luz espiritual afete a experiência humana. Nesse sentido, a criança que nasceu em Belém é o modelo da filiação do homem com Deus. E o significado desse nascimento pode ser expandido para cada um de nós, pois Jesus falou em Deus como sendo “meu Pai e vosso Pai”. João 20:17.

O Cristo vem a cada um de nós à medida que lhe abrimos a nossa consciência — não só volvendo-nos para a luz intermitentemente, mas sendo transparência para o ser verdadeiramente cristão durante todo o tempo, sendo a suavidade, o esplendor, a vitalidade e o amor que o caráter cristão gera em nossa vida.

Como podemos aprender a responder ao Cristo mais constantemente, não só por impulsos de inspiração e cura mas em todos os outros aspectos da vida cotidiana?

Às vezes não nos sentimos tão ansiosos por erradicar as marcas mentais do nascimento como nos sentimos por fazê-lo com as marcas físicas, talvez porque aquelas não nos incomodem muito. Tendemos a explicá-las e justificá-las para nós mesmos. Depois continuamos a perpetuá-las, consciente ou inconscientemente, pensando nelas, analisando-as, classificando-as, comparando-as ou deplorando-as.

Cristo Jesus jamais fez nenhuma dessas coisas. Era ele observador sagaz da natureza humana, mas jamais aceitava nenhuma das sugestões dessa natureza como inextirpáveis. Ao contrário, mostrounos, por seu próprio exemplo, como lidar com elas de maneira eficaz. A humanidade viu em Jesus o Filho de Deus e o Filho do homem. Jesus progressivamente superou a pretensão da mortalidade, subordinando continuamente o humano ao divino.

Como foi que o fez? Não somente por meio de esforço e bondade humanos, mas por seu constante reconhecimento do poder crístico que ele representou, exerceu e ensinou. Esse fato se evidencia em sua devoção às coisas espirituais, devoção ilustrada quando ele tinha apenas doze anos e questionou os teólogos eruditos no templo. Ver Lucas 2:41–49. Mais adiante sua espiritualidade está ilustrada nas noites que deliberadamente passou em oração, renovando espiritualmente seu pensamento.

Jesus surpreendeu o povo de sua época, e este se perguntou: “Donde lhe vêm esta sabedoria e poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?” Mateus 13:54–56.

O exemplo incomparável de Jesus nos mostra como podemos permitir que o Filho de Deus, ou o Cristo salvador, se chegue àquilo que parece ser nossa natureza humana, redimindo-a, e assim possibilitando-nos receber nossa individualidade mais elevada para com ela nos identificarmos. Esse processo não desmerece a experiência humana, mas, sim, enriquece-a e a libera. Mas requer o profundo desejo de expressar espiritualidade e a disposição de orar para obtê-la. Envolve mais do que mera oração em busca de cura ou de coisas das quais precisamos ou que queremos obter. Envolve orar para que nossa natureza humana ceda à divina.

Não conseguimos a espiritualidade com reclamar simplisticamente sermos filhos de Deus e não fazermos nada para dar corpo a essa verdade, demonstrando-a convincentemente — vivendo, realmente, as qualidades que professamos. E a espiritualidade não surge dum zelo piedoso ou da capacidade intelectual. A espiritualidade provém predominantemente de darmos tanto valor a ela, por aquela simples e prática sinceridade, pela aspiração espiritual e expectativa, que permitiremos à luz divina brilhar através do humano com cada vez maior constância.

Jesus aceitava sem reservas sua filiação com Deus. E nós precisamos igualmente aceitar a nossa filiação com Deus e viver de acordo com essa verdade enaltecedora. Jesus sabia que ele pertencia ao mundo de seu Pai, e que existia a fim de fazer a vontade de Deus e de expressar a Sua natureza. E não era movido por nenhum outro caráter. Sabia também que podia confiar em que seu Pai seria bondoso e amável, que não seria nem tirano nem relaxado, nem autocrático nem ineficiente, nem possessivo nem indiferente, como o são às vezes os pais humanos. Pois os pais, tanto quanto seus filhos e filhas, podem apresentar uma natureza humana e suas marcas de nascimento.

A natureza humana não tem poder para determinar a aparência ou a conduta humanas, mas todo indivíduo, quando recebe o toque do Cristo, tem poder para renovar aquilo que se chama natureza humana, levando o humano a melhor acordo com o divino graças a responder ao Cristo que ilumina e transforma. Nada de valor se perde devido a essa renovação — só vão-se as marcas de nascimento que não pertencem a ninguém. O que ocorre é apenas isto: a identidade original imaculada do homem como reflexo de Deus surge mais claramente ao sentido humano.

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