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“Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei...”

Da edição de fevereiro de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


Desejos frustrados deixam você insatisfeito? A promessa de cada novo dia se volatiza, levando-o a sentir-se desapontado e vazio?

É exatamente assim que uma amiga minha se sentia com a vida dela. Durante anos, oprimira-a uma sensação de rejeição, ligada a uma profunda mágoa devido a uma infância infeliz. Relembrando continuamente a injustiça de seus primeiros anos, ela tornava-se cada vez mais amarga e ressentida. Estava tão imersa em seu passado que suas relações pessoais começaram a desintegrar-se, o que a fazia sentir-se angustiada, deprimida e fisicamente exausta. Reconhecendo sua necessidade de ajuda, visitou uma praticista da Ciência Cristã.

Após ouvir o relato, a praticista falou à mulher na herança dela como a imagem e semelhança de Deus. Ver Gênesis 1:27. A praticista explicou que, sendo a imagem de Deus, minha amiga era recipiente do Seu amor, o qual extravasava-se em abundância; que ela possuía as qualidades de alegria e paz, que jamais lhe poderiam ser tiradas. Então a praticista atraiu a atenção da mulher para o mandamento imperativo dado por Deus à Sua criação no Gênesis: “E Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a, dominai ....” Gênesis 1:28. A mulher veio a compreender que, assim que obedecesse a tal mandamento, as crenças de frustração, insatisfação e mágoa sumiriam. Ser obediente significava que ela deveria esforçar-se por expressar as qualidades divinas de sua verdadeira natureza, permitindo aos frutos do Espírito manifestarem-se em sua vida diária.

Aceitando essa idéia, a mulher retornou ao lar regozijando-se ante a perspectiva de aprofundar esse novo conceito do propósito de sua vida. A partir de então, esforçou-se por seguir o mandamento de Deus, deixando Suas qualidades evidenciarem-se na vida dela.

Pouco tempo depois, tomou-se de compaixão por aqueles de quem pensava que as ações lhe tivessem causado sofrimento durante a infância. Juntamente com a compaixão veio o perdão, e essa mudança trouxe crescente alegria, harmonia e paz. O fruto do Amor tornara-se a própria substância da vida dela, transformando em harmonia tudo aquilo que parecia errado. A depressão, a frustração e a mágoa desapareceram, e relações em fase de desintegração se restauraram.

Uma maravilhosa alegria e uma expectativa de sucesso permeavam tudo o que fazia. Teve assim maiores oportunidades de aplicar essa sua compreensão mais avançada. Tornou-se mais consciente de suas capacidades. As limitações passaram a decrescer, e ela usufruiu do domínio prometido no mandamento bíblico.

Nessa cura, qualidades específicas de Deus foram reconhecidas como inerentes ao ser do homem. Essas qualidades, expressadas, desfizeram toda a discórdia, abrindo assim caminho para dotes maiores do bem. Compaixão e perdão abriram o caminho para que o Amor divino, Deus, se fizesse sentir.

Podemos aprender mais acerca dessas qualidades curativas por meio de uma compreensão mais profunda de Deus como Mente, Espírito, Alma, Vida, Princípio, Verdade e Amor. Cada um desses sinônimos de Deus realça um aspecto específico de Sua natureza e essência. Por exemplo, a Mente expressa-se em inteligência e sabedoria; a Verdade, em justiça e harmonia; a Alma, em beleza e pureza; o Princípio, em lei e ordem; a Vida, em atividade e imortalidade; o Amor, em afeição imparcial e cuidado imutável.

O homem, o filho de Deus, manifesta esses e outros atributos, tornando-se assim em testemunha da natureza de Deus. Quando promovemos a expressão dessas qualidades em nossa vida diária, obedecemos ao mandamento de Deus: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a.”

Ser frutífero em expressar as qualidades de Deus é também multiplicá-las na experiência humana. Quando amamos, existe mais amor; quando somos alegres, existe mais alegria. Quando ofertamos, há sempre mais para dar, pois a fonte de todo bem é a inexaurível Mente infinita. Tudo o que expressa Deus desdobra-se infinitamente. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “O Amor divino abençoa suas próprias idéias e faz com que se multipliquem — com que manifestem o poder de Deus.” Ciência e Saúde, p. 517.

Na palavra “enchei” vemos a inteireza do mandamento de Deus, realizado. O fruto, multiplicado, realiza a vontade de Deus — a harmonia universal.

O que é que parece bloquear essa bênção maravilhosa? É o conceito terreno de que o homem seja material, preso em servidão a condições materiais, o que nos cegaria para o nosso verdadeiro direito inato. Para alcançar a cura, a mulher mencionada anteriormente teve de abrir mão da visão que tinha de si mesma, visão esta baseada em origens mortais, em injustiça e privações. Esse conceito material, mortal, do homem não tinha fundamento. Identificado tal conceito como uma mentira, ela passou a reconhecer-se como a imagem de Deus, e passou a usufruir das bênçãos desse mandamento.

O maior intérprete de tal mandamento foi Cristo Jesus, quem expressou completamente a natureza divina. Quando Jesus alimentou os cinco mil, o bem multiplicou-se por meio de seu amor e compaixão, trazendo abundância e satisfação, subjugando a crença em limitação e necessidade. Ver Lucas 9:12–17.

Em seus ensinamentos, o Mestre acentuava constantemente a importância de expressarem-se as qualidades divinas. Por exemplo, Pedro perguntou-lhe: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” Respondeu-lhe Jesus: “Até setenta vezes sete”, e passou a contar-lhe a parábola do credor incompassivo. Ver Mateus 18:21–35. Na parábola, foi perdoada ao servo uma grande dívida, quando o servo apelou para a compaixão e o perdão de seu rei. No entanto, o servo não aprendeu com tal experiência a demonstrar essas qualidades em sua própria vida. Ao invés de perdoar a seu conservo uma dívida pequena, lançou-o sem compaixão no cárcere. Seu comportamento impiedoso trouxe sua própria recompensa. O rei, ao ouvir do ocorrido, ordenou que o servo fosse entregue aos verdugos, até que pagasse ao rei toda a dívida inicial. A parábola ensina a importância do perdão, da compaixão, da justiça, da piedade, da paciência, do amor.

Como Deus não nos ordenaria observar nenhum mandamento a que não pudéssemos obedecer, é-nos possível realizar nosso potencial completo por meio da obediência ao mandamento bíblico: “Sêde fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a.”

Essa é a bênção de Deus para todos nós.

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