Deus revelou-se a Moisés como o grande Eu Sou e como o Legislador. Manifestou-Se ao povo de Israel como o guia e protetor, como o Rei dos reis, o Todo-Poderoso. Sendo Deus infinito, Ele será para nós o que nos for revelado ao ampliar-se o nosso conceito e o nosso entendimento acerca dEle.
No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, a Sra. Eddy registra sinônimos de Deus. Um deles é Mente divina. Harmonia e imortalidade são qualidades espirituais perfeitas da Mente. Deus, a Mente, é o Ser onipotente, onisciente e onipresente. Por isso, as qualidades divinas, entre as quais estão também inteligência, determinação, saúde, alegria, felicidade, são expressas no homem e no universo infinita e ininterruptamente.
A onipotência, a onipresença e a onisciência da Mente
Não pode haver nenhum poder capaz de reduzir a ação completa de todas as qualidades da Mente. Deus, a Mente, é onipotente, excluindo a possibilidade de qualquer outro poder. As qualidades da Mente não têm opostos que impeçam a ação contínua da Mente, ou que interfiram nessa ação. A Mente criadora é a origem e o sustentáculo da verdadeira energia, e sabiamente governa tudo.
A Mente é inteligência infinita. Nada que não expresse as perfeitas qualidades da Mente pode pertencer à verdadeira inteligência, pois a Mente perfeita é onisciente. Todo o verdadeiro conhecimento é inerente a essa Mente de todo boa.
O homem, refletindo Deus, não pode conhecer o mal. Por sermos, na verdade, esse homem, imperfeição e mal só podem ser ilusões, falsas crenças da mente carnal. Os mortais somente acreditam numa falsidade, apesar de que, enquanto alguém acredita nela, penda que sabe dela. A Mente está livre do mal e, por sermos a expressão da Mente, nós também estamos livres.
Pela mesma razão, nem o mal nem qualquer imperfeição podem estar presentes. Só a Mente é onipresente. As qualidades perfeitas da Mente estão presentes aqui e agora. Este fato exclui a possibilidade de haver alguma qualidade inferior, falta de qualidades ou desvio da perfeição de qualidades divinas sempre presentes. Em Miscellaneous Writings, a Sra. Eddy escreve: “A Ciência define onipresença como universalidade, aquilo que exclui a presença do mal.” Mis., pp. 102–103.
Na eternidade não há mudança nem instabilidade; tudo existe no ponto da perfeição. A onipresença não pode ser observada pelo lado de fora. Deus não está dentro de Sua criação, mas é expresso por ela. O imutável fato espiritual da onipotência, onisciência e onipresença de Deus exclui um ponto de vista material a respeito do homem e do universo, e de suas origens.
Todos os conceitos materiais estão constantemente mudando na consciência humana. Na atual visão física do universo, tudo se move numa cadeia de espaço-tempo. Nessa concepção, não há nenhum ponto central absoluto de apoio. Todas as posições e movimentos são relativos.
Deus é, no entanto, absoluto, e descansa em Sua ação onipotente e sem esforço. Deus é imutável, devido ao Seu conhecimento prévio, devido à Sua onisciência. Seu movimento é atemporal e ilimitado, devido à Sua onipresença. O que é, então, na Mente divina, movimento? É a ação inteligente da onisciência, a expressar a onipotência e a onipresença da Mente.
A expressão de qualidades divinas manifesta a Vida, Deus. A Vida é expressa na eterna presença e atividade de qualidades divinas.
Os cinco sentidos corpóreos, no entanto, percebem erroneamente o ser harmonioso, perfeito, espiritual. Por quê? Porque os sentidos corpóreos estão sempre incorretamente focados. A vida, em tal visão, parece ser material, temporal, limitada, destrutível. Examinar uma paisagem através de um telescópio cuja ocular está incorretamente focada, nunca induz alguém, avisado da dificuldade mecânica, a acreditar que os contornos da área examinada estejam, em verdade, distorcidos.
Por que deveríamos, então, acreditar na existência da imperfeição, da limitação, da desarmonia, que nada mais são do que o resultado de um ponto de vista material, incorreto? Por que não corrigir nosso foco e espiritualizar nossa visão da realidade, ou seja, da onipotência, onisciência e onipresença de Deus?
Tudo o que é visto através dos sentidos corpóreos é limitado e finito, e é uma percepção errônea, invertida, daquilo que realmente existe na eterna perfeição, beleza e infinidade da Mente.
Algumas vezes, a visão humana contém um indício da idéia divina, ainda que limitada. Já outras vezes, uma visão materialista tenta inverter a idéia divina de tal maneira que parece apresentar seu oposto. A beleza de uma flor ilustra a primeira categoria mencionada. A doença ou qualquer desarmonia exemplifica a segunda.
O que parece ao sentido corpóreo um universo material, é uma caricatura do original. É apenas um mundo aparente, uma sombra, uma mentira, o nada. À medida que reconhecemos a matéria e todo o mal como inexistentes na realidade divina, são-nos revelados a onipotência, a onisciência e a onipresença de Deus, o bem.
Despertando para a percepção das verdadeiras qualidades da Mente, desviamo-nos das falsas evidências dos sentidos materiais. Procuramos a iluminação do sentido espiritual, corretamente focado nos contornos perfeitos da perfeita criação divina. A desarmonia, então, desaparece e dá lugar à harmonia e ao progresso, até mesmo no cenário humano.
Quando o pensamento materialista for eliminado, a terra será vista em sua perfeição e dimensões espirituais.
O homem, expressão das qualidades perfeitas da Mente
Pela Ciência, percebemos cada vez melhor a unidade de Deus e o homem como Sua imagem e semelhança, expressando as qualidades da Mente divina. A unidade de Deus e o homem é a idéia espiritual de filiação. Cristo ilustra o relacionamento do homem com Deus. Nessa relação com Deus, na qual o homem é a expressão da Mente, encontramos nossa verdadeira identidade espiritual.
Jesus expressou o Cristo da maneira mais completa de que se tem conhecimento sobre a face da terra. Jesus era uma clara transparência das qualidades divinas. Em Miscellaneous Writings consta: “Aprendemos algo sobre as qualidades da Mente divina por meio do Jesus humano. O poder de sua bondade transcendente se manifesta no controle que esta lhe propiciava sobre as qualidades opostas ao Espírito, que os mortais chamam matéria.” Ibid., p. 199.
A cura
Na medida exata em que elevamos nossa percepção do Cristo, ocorre a cura, a cura de pontos de vista invertidos e imperfeitos acerca da criação perfeita de Deus. As qualidades divinas transparecem cada vez mais em nossas experiências. As ilusões desaparecem.
Cristo Jesus curou “toda sorte de doenças” Mateus 4:23., como o relata a Bíblia. O amor deu a Jesus o incentivo para curar. Jesus disse de seus seguidores que também fariam suas obras. No Evangelho de João, lemos: “Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará.” João 14:12.
Acaso não se referia ele ao Princípio subjacente à sua obra? Jesus é o Guia. Podemos segui-lo e realizar curas cristãs se estabelecermos nossos pensamentos e ações na verdade do ser, como a ensinou Jesus e a explica a Ciência Cristã. Poder fazê-lo nos é dado através do reflexo de qualidades derivadas de Deus, tais como o amor e a compaixão.
Seguindo esse caminho, começamos a considerar a matéria não como substância, mas como uma falsa pretensão de que existam “qualidades opostas ao Espírito”. Matéria é algo que faz parte do assim chamado pensamento mortal, algo que a própria consciência mortal erigiu imperfeitamente.
A criação de Deus é perfeita aqui e agora. A harmonia de nossa experiência na terra será determinada pelo grau em que percebermos e sentirmos essa verdade. A Vida divina está muito acima de qualquer conceito biolódgico de vida. Verifiquei, por experiência própria, que um vislumbre da Vida divina, infinita, pode curar instantaneamente uma doença corpórea de longa duração. Em Ciência e Saúde lemos: “Torna-te consciente, por um só momento, de que a Vida e a inteligência são puramente espirituais — que não estão na matéria nem são da matéria — e então o corpo não proferirá queixa alguma.” Ciência e Saúde, p. 14.
A noção de que Deus envie ou permita a doença é incompatível com a compreensão das qualidades da Mente divina. A Mente divina cura doenças sem esforço, pelo simples fato de que não há, na Mente divina, qualidade alguma que possa causar ou conceber qualquer desarmonia. Assim, dá-se a cura da doença pelo mesmo modo em que a luz desfaz a escuridão, isto é, por não conter a luz nenhum laivo de escuridão.
A doença é uma ilusão. A doença somente parece existir numa percepção errônea da realidade. A doença jamais existiu na realidade divina, onde as qualidades espirituais são refletidas pelo homem e pelo universo. O verdadeiro corpo do homem é a corporificação individualizada do Espírito divino com suas qualidades espirituais.
A oração
Ter uma visão da eterna harmonia do ser, que revela a perfeição divina, é ter um vislumbre da realidade absoluta. A oração abre nosso coração ao reino dos céus, no qual vemos as qualidades perfeitas da Mente expressas em toda a sua criação. A oração tem por objetivo colocar os pensamentos em harmonia com a Verdade, de acordo com a Mente divina. Em oração, negamos a suposta realidade da doença e da desarmonia, e afirmamos a realidade das qualidades perfeitas da Mente.
Negar a realidade do mal não se faz mero processo intelectual, mas, sim, o profundo reconhecimento e a íntima convicção de que é irreal tudo quanto é oposto a Deus, o bem. Afirmar a realidade do bem não é, tampouco, um mero processo intelectual, uma argumentação mental a favor da Verdade. Afirmar a verdade espiritual é reconhecer e alegremente corroborar o fato real de que a perfeita harmonia está presente aqui e agora.
A Oração do Senhor contém esta frase: “Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.” Mateus 6:10. Deus é Amor e, por amar Sua criação, Sua vontade é sempre a perfeição. Quando compreendemos e admitimos sem reservas que a perfeição das qualidades divinas está sempre presente, quando cedemos à realidade divina, usufruímos da bondosa vontade de Deus, de que haja harmonia assim também na terra, também em nosso nível atual de experiências terrenais.
